Três, melhor que quatro!

Três, melhor que quatro!

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[su_heading size=”20″]VW Gol Comfortline 1.0 2017[/su_heading]

Hoje em dia, se você quer um carro compacto econômico e com desempenho razoável, tem que escolher um que tenha motor 1.0, com três cilindros. Não é só uma questão de moda. Esses novos motores, mais leves e com menos peças móveis, são muito mais eficientes do que os tradicionais de quatro cilindros. E o Gol é o mais novo integrante dessa nova turma, que tem Ford Ka, Hyundai HB20 e Nissan March como concorrentes.

Essa evolução para o motor 1.0 de três cilindros, aqui no Brasil, começou com a Volkswagen que o colocou primeiro no Fox, em seguida no up! e, finalmente no Gol e no Voyage. Para a estreia da nova motorização, a marca alemã também promoveu uma reestilização no seu modelo mais vendido para deixa-lo mais atraente e mais parecido com seu primo rico, o Golf.

As modificações foram grandes, principalmente na frente, mas é preciso olhar com atenção para notar os novos: para-choque, grade, faróis, lanternas e um vinco na lateral que contorna quase toda a carroceria. A traseira do Gol é praticamente nova. Começa pela tampa, com um desenho mais reto, e o vidro, que também é novo. As lanternas são maiores em relação ao modelo anterior e o para-choque também ganhou novo desenho.

Um conjunto que ficou mais “limpo” que o anterior e agrada. São modificações que vão permitir uma sobrevida ao modelo (lançado em 2008) que está na quinta geração, até a chegada da sexta geração, prevista para fim de 2017 ou começo de 2018.

Se por fora as alterações não são tão impactantes, ao entrar temos uma boa surpresa. O painel é completamente novo, com linhas retas e saídas de ventilação horizontais, bem como o quadro de instrumentos e o volante. Um conjunto que enriqueceu todo o interior, passando inclusive uma sensação de amplitude da cabine. Detalhes pintados na cor do carro ajudam a criar um ambiente mais refinado e jovial.

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Pena que no restante tenha ficado igual. Continua o bom acabamento da Volkswagen, com materiais de qualidade. Porém, faltam porta-objetos e o espaço para cinco adultos é apenas suficiente. Na frente, os bancos têm o assento curto, que os tornam desconfortáveis depois de algum tempo e, atrás, o ideal são dois adultos e uma criança. O volante continua sem regulagem de profundidade, mas o assento do banco do motorista pode ser elevado, ajudando um pouco a achar uma boa posição de dirigir. Outros detalhes que demonstram a antiguidade do projeto, são a falta do cinto de três pontos para quem senta no meio do banco traseiro (só tem apoio de cabeça) e a falta dos pontos Isofix para a fixação de cadeirinhas para crianças. Por ser um hatch, o porta-malas também não é dos maiores. Com 285 litros de capacidade, fica na média dos concorrentes, mas tem uma coisa chata: para abri-lo só inserindo a chave na fechadura ou acionando o comando elétrico na chave. Pouco prático.

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Uma novidade interessante é a conectividade, inédita no segmento. O Gol tem quatro sistemas disponíveis. O que equipa o carro deste teste, um Comfortline, é o App-Connect, chamado de Discover Media, o mais completo. Permite espelhamento de smartphones, com tela sensível ao toque e plataformas MirrorLink, Apple CarPaly e Google Android Auto, além de GPS, com comandos de voz para telefonia, navegação e mídia. De funcionamento fácil e intuitivo, é um bom aliado para o motorista, que pode executar várias funções sem tirar as mãos do volante. Um suporte para celular sobre o painel também ajuda para que o condutor não desvie a atenção do trânsito.

Mecânica

 Com certeza, a modificação mais bem vinda no Gol foi o novo motor 1.0 de três cilindros, o mesmo que equipa o up! e o Fox. É, com certeza, um dos mais modernos no segmento, inclusive com partida a frio com etanol, sem necessidade de tanque auxiliar de gasolina. Com 75 cavalos quando abastecido com gasolina e 82 com etanol, ele é mais potente que o antigo 4 cilindros, que entregava 72 / 76 cavalos, respectivamente. Isso permitiu que a Volkswagen promovesse um alongamento em torno de 10% das relações do excelente câmbio de cinco marchas, com o intuito de melhorar o consumo de combustível. Vem equipado, também, com pneus de baixa resistência ao rolamento, conhecidos como “pneus verdes”. O resultado foi positivo. No circuito cidade estrada, o Gol chegou a bons 10,0 km/l com etanol e 14,1 com gasolina.

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Andando com o novo Gol também se sente a melhora no desempenho. Agora, faz de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos e chega aos 168 km/h de velocidade máxima quando está com gasolina, e em 12,3 segundos e 170 km/h com etanol. Claro, deve-se continuar levando em conta que é um carro com motor 1.0 e não faz milagres. Quando está carregado é preciso “trabalhar” mais com o câmbio, que, por sua vez, contempla o motorista com engates precisos e macios. É referência no segmento. Poderia, porém, ter uma primeira marcha ligeiramente mais curta para facilitar as arrancadas em subida. De uma maneira geral, porém, o conjunto permite que se acompanhe sem grandes problemas o fluxo de trânsito na cidade e na estrada.

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A direção continua do tipo hidráulica, macia e bem equilibrada no que diz respeito ao peso em manobras e em velocidade. Se fosse elétrica, além de ganhar em precisão, teria a vantagem de ajudar ainda mais na economia de combustível. A suspensão também não teve alterações e continua trabalhando a contento. Filtra de maneira correta as irregularidades do terreno, contribuindo para o conforto ao rodar e mantendo, ao mesmo tempo, as boas características de estabilidade do Gol. E, finalmente, os freios mostraram eficiência em todas as velocidades.

Enfim, com o novo motor, o Gol se igualou em mecânica a alguns concorrentes mais modernos. Tem na tradição e na fama de durabilidade um de seus pontos fortes. Detalhes que, junto com o preço na média dos concorrentes, o tornam novamente um forte concorrente para tomar a liderança no segmento. Falta, porém, um up-grade no que diz respeito à segurança, como por exemplo controles eletrônicos de tração e estabilidade, sistemas existentes até na picape Saveiro.

Preços:

Trendline 1.0                       R$ 34.890

Trendline 1.6                       R$ 40.190

Comfortline 1.0                  R$ 42.290 (com todos os opcionais R$ 45.480)

Comfortline 1.6                  R$ 47.490

Comfortline I-Motion         R$ 50.790

Highline 1.6                         R$ 51.990

Highline I-Motion                R$ 55.290

 

Notas do Emilio para o Gol Comfortline 1.0 2017

Ficha Técnica Novo Gol 1.0 2017

Itens de série e Opcionais do Novo Gol

 

Fotos: Camila Camanzi, Emilio Camanzi e divulgação Volkswagen

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br