Processo Antidumping Contra as Chinesas! Montadoras Brasileiras Acusam GWM e BYD

Processo Antidumping Contra as Chinesas! Montadoras Brasileiras Acusam GWM e BYD

Anfavea Inicia Estudos em Meio ao Crescimento das Importações e Planos de Produção Local de GWM e BYD

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) está considerando a abertura de um processo antidumping contra montadoras chinesas, em resposta ao aumento significativo das importações de veículos provenientes da China. Em 2024, pela primeira vez desde 2015, as importações de veículos superaram as exportações, com 467.000 unidades importadas contra 398.000 exportadas. Este cenário é atribuído, em parte, à introdução de novas marcas chinesas no Brasil, como BYD e GWM, cujas importações aumentaram 317%, totalizando 175.000 unidades.

Crescimento das Montadoras Chinesas no Brasil

A Anfavea, representando 25 montadoras, incluindo Stellantis, General Motors, Ford e Volkswagen, encaminharia o processo antidumping ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O foco das investigações seria sobre a prática de dumping, onde produtos são vendidos a preços inferiores ao custo de produção, prejudicando a competitividade local. BYD e GWM, que venderam 76.800 e 29.200 carros eletrificados em 2024, respectivamente, representam 60% dos veículos eletrificados importados.

A medida ocorre em um momento crítico, já que a GWM planeja inaugurar sua fábrica em Iracemápolis, São Paulo, em maio e a BYD planeja começar a operar sua unidade em Camaçari, Bahia, ainda neste primeiro semestre. Outras montadoras chinesas, como Neta, GAC e Omoda/Jaecoo, também expressaram intenção de produzir no Brasil entre 2026 e 2030.

antidumping concessionária GWM

Posicionamento da Anfavea

Questionada sobre o processo antidumping, a Anfavea enviou um posicionamento oficial em nome do presidente Márcio de Lima Leite: “Há estudos de mercado em andamento. A Anfavea defende a livre concorrência e a prevenção de práticas que prejudiquem o mercado automotivo brasileiro, zelando pelos clientes, empregados, concessionários, fabricantes e indústria de autopeças.”

Eles afirmam que ainda não entraram com nenhuma ação.

Respostas das Montadoras Chinesas

Em resposta à possibilidade de um processo antidumping, a GWM afirmou: “A GWM informa que vê a ação com tranquilidade, pois segue estritamente as regras internacionais e a legislação brasileira para comércio exterior. Além disso, a empresa está aumentando o ritmo de contratações no Brasil visando o início de produção dos seus primeiros carros eletrificados na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo, prevista para o primeiro semestre deste ano.”

A BYD também se posicionou sobre a questão: “A BYD do Brasil reafirma seu compromisso com a ética e a transparência em suas práticas comercéiais. Negamos categoricamente qualquer prática de dumping na venda de nossos veículos no Brasil. Nosso foco está em oferecer produtos de qualidade e sustentáveis, alinhados às normas de mercado e legislações vigentes. Estamos construindo em Camaçari, na Bahia, o maior complexo industrial da companhia fora da China. A BYD é agora uma empresa brasileira, voltada a trazer inovação e produtos de alta qualidade para os consumidores. Estamos comprometidos com o desenvolvimento da indústria automotiva brasileira que, por décadas, foi deixado em segundo plano pelas montadoras tradicionais que tentam de todas as formas utilizar artimanhas para esconder a falta de competitividade.”

antidumping navio byd

Esforços para Estimular a Produção Nacional

A Anfavea já solicitou ao governo federal a antecipação da alíquota cheia do imposto de importação para modelos eletrificados importados, de 35%, que só seria aplicada em julho de 2026. Atualmente, a alíquota para elétricos é de 18%, mas está prevista para subir para 25% em julho de 2025.

O aumento das importações chinesas, que passaram de 10% para 26% do total de veículos importados entre 2023 e 2024, é uma preocupação para a Anfavea. A entidade argumenta que a elevação do Imposto de Importação é necessária para estimular as montadoras que já operam no Brasil, que planejam investir R$ 150 bilhões até 2030.

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Paula Jabour

Paula Jabour

Paula Jabour é criadora de conteúdo e copywriter. Ela atende clientes de diversos setores, incluindo automotivo, restaurantes, artistas e profissionais liberais.