TESTE – Jetta, um Volkswagen que podia ser um Audi
Com certeza, você sabe o que quer dizer volkswagen em alemão, não é? Só que já faz tempo que os carros dessa marca deixaram de ser “carro do povo”. Tudo bem, ela ainda tem modelos que podem ser considerados populares. Mas, alguns subiram de patamar, ganhando bons materiais de acabamento, sofisticação e mecânica refinada. A idéia foi atender a um público fiel à marca, mas que queria algo a mais, ocupando o espaço entre os Volkswagen e os Audi.
O Jetta é um exemplo. Não deve nada aos primos ricos e ainda tem uma boa relação custo/benefício. Pode-se dizer que só não tem a grife. Dois designers brasileiros, os irmãos gêmeos Marco Antonio e Jose Carlos Pavone, foram os responsáveis pelo novo estilo em 2011. Para 2015 só foram feitas algumas alterações na dianteira e na traseira, para acompanhar a nova identidade visual da marca.
Na frente, grade e para-choque mudaram. Os faróis bixenônio direcionais com iluminação de curvas e luzes diurnas em LEDs são opcionais na versão Highline. Atrás, a tampa do porta-malas com um pequeno spoiler e para-choque são novos. O resultado foi que ele perdeu um pouco do ar esportivo que o caracterizava para se tornar mais sóbrio.
Internamente, o acabamento em duas cores (nesta versão Highline) segue a tradição germânica na área. Bem feito, materiais de qualidade e um ambiente sóbrio, tornam agradável o espaçoso interior. Os instrumentos circulares, o volante e o mostrador central colorido são novos, além do acabamento em preto brilhante, frisos cromados e um bom sistema multimídia com direito a GPS, completam o painel.
Leva cinco adultos sem apertos e o porta-malas é tamanho família com 510 litros de capacidade. O único senão fica por conta da ginástica que é preciso fazer para pegar objetos no fundo. Para melhorar ainda mais essa sensação, nesta versão Highline, vários equipamentos são de série.
Apesar de a suspensão – independente nas quatro rodas – ter sido recalibrada no modelo 2015, na hora do rodar nota-se que, por ser do tipo mais firme, pode desagradar alguns. Mas, acostuma-se logo, já que ela consegue filtrar bem as irregularidades do terreno deixando o interior silencioso e transmitindo aquela agradável sensação de solidez típica dos carros alemães. E, como destaque, auxiliada por pneus de perfil baixo, faz com que o Jetta encare curvas de qualquer tipo, com segurança. Controles eletrônicos de estabilidade e tração garantem colocar a casa em ordem, caso ocorra algum excesso.
Se ele ficou mais sóbrio na aparência, ao pisar no acelerador, o Jetta continua com o temperamento bem esportivo. Aliás, até incrementado, já que o motor 2.0 com turbo e injeção direta de combustível, agora entrega 211 cavalos e um bom torque em baixas rotações. Resultado: faz o Jetta chegar aos 100 em 7,2 segundos e ir até os 241 quilômetros por hora. Um desempenho de respeito. E sem gastar muito: no circuito cidade/estrada que uso, fez médias de 8,3 km/l. Na estrada passa fácil dos 12 km/l.
Tudo é orquestrado por um câmbio robotizado de dupla embreagem com seis velocidades que tem trocas rápidas e suaves. Além do modo automático normal ou esportivo, possibilita ainda mudanças sequenciais na alavanca ou nas aletas atrás do volante.
Em segurança, conta com air bags dianteiros e laterais; apoios de cabeça e cintos de três pontos para todos; e freios a disco nas quatro rodas com direito a ABS de última geração. Para encerrar, direção com assistência elétrica regressiva, que fica mais firme à medida que a velocidade aumenta.
Enfim, um sedã médio em dia com o que é vendido lá fora em termos de conforto, segurança e desempenho. Uma opção a ser levada em conta, principalmente, pela relação custo/benefício.
Falando nisso, o novo Jetta 2015 oferece ainda duas outras versões mais em conta: uma nova, a Trendline e a já conhecida Comfortline. A grande diferença, além do acabamento e equipamentos, fica por conta da mecânica. Em ambas, o motor é um 2.0 flex de 116 cavalos com gasolina e 120 com etanol, e o câmbio, também de seis marchas, é do tipo automático com conversor de torque. Ambas já estão sendo feitas no Brasil, na fábrica Anchieta em São Bernardo do Campo, São Paulo. Mas, apesar disso, o preço da Comfortline continua igual a quando ainda era importada do México. A Highline que testei, continua vindo de lá.
Preços (a partir de):
Trendline R$ 70.690
Comfortline R$ 74.730
Highline R$ 94.930
Notas do Emilio para o VW Jetta 2015
Veja nos links abaixo a ficha técnica e itens de série de cada versão:
Ficha Técnica Novo Jetta Highline Automatico DSG
Ficha Técnica Novo Jetta Comfortline Automatico
Itens de série Jetta_Comfortline
Ficha Técnica Novo Jetta Trendline Automatico