Um teste em condições especiais, muito especiais!

Um teste em condições especiais, muito especiais!
Kadett GS

O telefone tocou. Era o editor de testes de uma revista do setor pedindo um Kadett GS para uma comparação de velocidade final com um modelo concorrente, de uma montadora alemã. Torci o nariz porque sabia que não tínhamos chances de ganhar, salvo se usássemos das mesmas “armas” da concorrência.

E que “armas” eram essas? Lá, eu sabia, havia um pequeno setor onde todas as melhores peças, componentes e outros itens de um carro eram separadas para ocasiões como essas: testes comparativos. Carburadores ou sistemas de injeção, de freios, suspensão e, até mesmo, pneus. Nada fora das especificações de cada carro. Mas tudo nas melhores condições.

 

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E como vencer a disputa?

Bem, fui ao campo de provas, em Indaiatuba, para saber qual seria a forma de enfrentarmos a concorrência, dentro das normas, exatamente como fazia a alemã. Reunido no almoço com os meus amigos do CPCA, ouvi deles o que queria ouvir: dá para encarar, pois podemos fazer a mesma coisa com o Kadett GS. Era só aproveitar as melhores condições encontradas nos vários veículos em testes e colocar em um único carro.

Mas tinha uma questão: será que o diretor do CPCA autorizaria esta ação? Como minha avó dizia, “o não você já tem; então tente o sim!”. E lá fui eu falar com o diretor do campo de provas, um sujeito extremamente gentil, atencioso e apaixonado pela GM.

– Saia da minha sala! Você nunca falou comigo sobre este assunto.

Saí, e fui encontrar com os meus amigos engenheiros e mecânicos que me esperavam ansiosos. Quando falei da reação do chefe, todos caíram na risada, esfregaram as mãos e falaram, quase como se estivessem em um coral: ele aprovou, vamos trabalhar. E saíram em busca do melhor para o Kadett enfrentar o teste. Cada um sabia onde estava cada uma das peças e componentes da melhor qualidade.

E o Kadett GS venceu o teste e foi, durante muito tempo, o carro mais veloz do país. E tudo dentro dos “conformes”. Cada peça, componente, pneu, estava, rigorosamente dentro das especificações técnicas. Nem um milímetro ou quilo, ou o que quer que fosse fora delas. Exatamente como fazia a concorrência.

 

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chicolelis

chicolelis

chicolelis começou no jornalismo em 1960, no jornal A Tribuna (Santos/SP), passou pela Ford, onde foi aluno do mestre Secco, foi para a Goodyear, depois para O Globo (Sucursal de São Paulo) e dali para GM, onde ficou por 18 anos. Em seguida, fez consultoria para a Portugal Telecom e depois editor do Caderno de Veículos do Diário do Comércio (SP) 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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