Um hatch muito hot
[su_heading]Peugeot 208 GT[/su_heading]
Quando se fala em carro esportivo feito no Brasil, com direito a adereços e um bom desempenho, agora é preciso acrescentar mais um: o Peugeot 208 GT. Afinal, um carro que faz de 0 a 100 km/h em 7,6 segundos e ultrapassa os 220 km/h de velocidade máxima, merece respeito nesse segmento
Depois do 208 com o econômico motor 1,2 litro que falamos ontem, ele foi a segunda grande novidade que a Peugeot apresentou para a linha 2017. É também uma tradição da marca francesa disponibilizar no mercado o que se caracterizou chamar de “hot hatch”, ou seja, carros compactos com desempenho apimentado. Ela começou em 1994 com o Peugeot 205 GTi, depois vieram o 206 RC em 1999, o 207 RC em 2007 e, por último o 208 GTi em 2013. Agora é a Peugeot do Brasil que entra nesse seleto segmento com o 208 GT, fabricado em Porto Real (RJ).
O GT também vem com as modificações de estilo que foram feitas em toda a linha 208. Na frente, tem nova grade, faróis e para-choque redesenhado; lateralmente, as rodas em aro 17 polegadas com acabamento diamantado, desenho exclusivo e pneus de perfil baixo; e, na traseira, lanternas em LED tridimensionais e para-choque reestilizado. A roupagem esportiva foi reforçada com elementos vermelhos na grade, faróis de máscara negra, saída dupla de escapamento e retrovisores e aerofólio traseiro pintados em preto brilhante.
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Internamente, o apelo esportivo é bem realçado. Todo o revestimento é em couro e os bancos e volante possuem costuras e detalhes em vermelho, bem como o quadro de instrumentos, que tem também a iluminação na mesma cor. O painel é revestido em material emborrachado e o ambiente é complementado com pedaleiras em alumínio e manopla de câmbio cromada. Para não ficar por fora da moda, central multimídia de 7 polegadas, com tela sensível ao toque, com direito a GPS, Bluetooth, câmara de ré e compatibilidade com smartphones com MirrorLink, CarPlay além do aplicativo MyLink que permite uma série de serviços da marca ao cliente.
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Porém, é na mecânica que o 208 GT se destaca. Para começar, ele foi equipado com o já conhecido motor turbo THP flex, que entrega 173 cavalos de potência com etanol e 166 com gasolina, além de bons 24,5 kgfm de torque máximo, com ambos os combustíveis, já a 1.400 rpm. É acoplado a um câmbio manual de 6 marchas, de engates precisos e suaves. A suspensão, também, foi retrabalhada com novos amortecedores para garantir um comportamento mais esportivo. Os pneus são de perfil baixo (205/45 R17), com reduzido atrito de rolamento, para reduzir o consumo de combustível. A direção foi recalibrada para altas velocidades. Para garantir freadas seguras, os freios receberam discos dianteiros, com diâmetro maior em 17 milímetros e em 6 mm na espessura. Por fim, o controle eletrônico de estabilidade tem um mapeamento para permitir um melhor controle em altas velocidades e pode ser desativado. O GT também é equipado com o auxiliar de partida em aclives e controle de tração eletrônico.
Desempenho de gente grande
Com tanta novidade voltada para o lado esportivo, era de se esperar que o test-drive fosse em um local que desse para experimentar todas elas e com segurança. E foi exatamente o que a Peugeot fez, utilizando o autódromo de Fortaleza, CE (*), um ambiente seguro para usar e abusar do 208 GT. E, durante várias voltas, deu para sentir, realmente, do que esse hot hatch é capaz.
Para começar, a boa posição de dirigir, com o volante baixo e os instrumentos por cima dele – sistema que a Peugeot chama de i-Cockpit – permitem o acesso a todos os comandos e facilitam a “pilotagem esportiva”. A engenharia da Peugeot conseguiu dar a ele um comportamento muito equilibrado entre estabilidade e conforto. Em um trecho de acesso, dentro do autódromo, que estava esburacado, a suspensão não maltratou a coluna de ninguém, mostrando que dá para ser usado sem problemas no chamado dia a dia.
Já nas curvas feitas no limite no circuito, o 208 GT mostrou-se obediente, reagindo sempre aos comandos do preciso sistema de direção. Além disso, os sistemas eletrônicos de estabilidade e tração, apesar de mais “permissivos”, isto é, permitem algumas “escorregadinhas”, controlaram a situação de forma eficiente e sem tirar o prazer de dirigir.
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Com os sistemas desligados (do jeito que a gente gosta…), veio a boa surpresa: a leve tendência a sair de frente, típica dos carros de tração dianteira, foi controlada diminuindo a pressão no acelerador, ou esterçando mais o volante para dentro da curva. As boas relações de marchas e o bom torque do motor em baixas rotações (que não exige reduções constantes), ajudam a manter o carro sob controle no limite de aderência, além de permitirem que ele se comporte como um hatch normal no trânsito da cidade. E os freios, apesar de terem sido abusados constantemente, não deram o mínimo sinal de cansaço.
Em resumo, para quem gosta de um carro com temperamento esportivo e que também faz a alegria de quem quer se divertir em um track day, o Peugeot 208 GT, com certeza, não vai decepcionar. Com um visual “invocado”, bem acabado e equipado (não tem opcionais), tem no conforto outro grande atrativo. Seu único defeito é o preço (R$ 78.990), um tanto salgado!
(*) O jornalista viajou a convite da Peugeot do Brasil
Ficha Técnica Novo Peugeot 208
Fotos: Pedro Bicudo/divulgação Peugeot