TESTE Renault Captur Iconic 1.3 Turbo 2022

TESTE Renault Captur Iconic 1.3 Turbo 2022

Para se sobressair em um segmento competitivo como o de SUVs compactos, é preciso achar um diferencial de impacto. Por isso a Renault estreou o novo motor 1.3 Turbo no Captur 2022, desenvolvido junto com a Mercedes-Benz e que é usado também no Classe A sedã por exemplo. Só que por ser flex, ganhou uma injeção de potência. De 163 cavalos com gasolina do Mercedes, foi pra 170 com etanol no Renault.

Mas não foi só isso que mudou. No estilo, por exemplo, ganhou novo para para-choque dianteiro; a luz de condução diurna em LED que emoldura os faróis de neblina que também auxiliam em curvas ao virar o volante; uma grade mais larga e nesta versão Iconic faróis Full LED. De lado novas rodas aro 17 polegadas iguais às do Duster e, atrás, o logotipo TCe do novo motor. E só.

Sim, o Captur continua bonito. Mas podia ter ganhado algo mais, principalmente de lado e na traseira, não?

 

 

 

Interior do Captur

 

O mesmo se repete no interior. Tudo bem, nesta versão Iconic ganhou novo volante com regulagem de altura e profundidade; painel emborrachado, estofamento em couro sintético em duas cores; apoios de braço nas portas e console central em material macio ao toque. Mas o plástico duro que reina no interior não aparenta qualidade. E precisa melhorar nos arremates. Tenta compensar com som de boas-vindas; chave presencial; partida por botão; sistema Multiview, com quatro câmeras; partida remota e central multimídia de 8 polegadas atualizada. Mas mantem o cabo que liga ao celular na frente da tela.

Tá na hora de mudar isso, não? Pelo menos tem duas portas USB pra galera que vai atrás.

O ar-condicionado é automático. Mas deveria ter duas zonas e saídas para quem vai atrás. Outro detalhe que não gostei, é do quadro de instrumentos. Continua o mesmo analógico de antes, confuso e com as partes digitais monocromáticas e difíceis de ler. Poderiam ter aproveitado a oportunidade para colocar um mais moderno. Bem como mudar o lugar do estepe, que continua debaixo do assoalho.

Difícil de tirar e com grande chance de estar sujo.

 

Espaço Interno

 

Quando o assunto é espaço interno diria que é apenas razoável. Na frente tudo bem, mas atrás é suficiente para dois adultos, pois no meio só mesmo uma criança vai bem acomodada por causa do fim do console, túnel no assoalho e ressaltos do assento e encosto que limitam. Pelo menos o porta-malas de 437 litros de capacidade é bom.

 

Segurança

 

E para um carro dessa categoria, eu esperava mais em segurança. Tem cintos de três pontos e apoios de cabeça pra todos; Isofix; controles de tração, estabilidade e auxiliar de partida em rampa. Mas vem só com quatro airbags e sensor de ponto cego. Um alerta de colisão com frenagem autônoma seria bem-vindo.

 

Desempenho

 

Agora, quando o assunto é desempenho, aí continuam os elogios. De fato o novo motor 1.3 TCe turbo, deu outra vida ao Captur, fazendo esquecer das versões com motor 1.6 e até da 2.0. Tem injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas variável e entrega um bom torque já a baixas 1.600 rotações por minuto, o que permite respostas rápidas e agilidade ao Captur. Mesmo quando está carregado. E, principalmente, boas retomadas de velocidade, muito importante para ultrapassagens mais seguras.

O câmbio automático tipo CVT, também tem parte importante nesse bom desempenho.

Continua sendo chamado de X-Tronic, mas agora tem 8 marchas simuladas, que permitem um melhor aproveitamento do motor. Como não poderia deixar de ser é muito suave nas trocas. E também rápido nas reduções, o que facilita a vida nas ultrapassagens. E também permite trocas manuais sequenciais. Porém só na alavanca. E tem ainda a função ECO, quando faz as trocas mais rápido visando um menor consumo de combustível.

Mas nessa hora eu esperava mais. Claro que pela potência que o novo motor entrega, a comparação tem de ser feita com a descontinuada versão 2.0 aspirada, que entrega 148 cavalos ante os 170 do turbo, os dois com etanol. E o consumo, ambos feitos em nosso circuito padrão, foi praticamente igual, como você pode ver na legenda. Tudo bem, a potência é maior. Mas é preciso levar em conta que o novo motor tem mais tecnologia e conta ainda com stop/start.

No restante, confirma o que já dissemos. Ficou muito silencioso ao rodar, mas a suspensão é um pouco áspera em pisos irregulares. Porém não chega a prejudicar o conforto. E, apesar da altura do Captur, garante uma boa estabilidade com leve tendência a sair de frente no limite. Elogios também à direção elétrica, precisa e com peso correto em qualquer velocidade. Bem como os freios, que, apesar de terem disco só na frente, param o Captur muito bem. // As versões são três: Zen, Intense e Iconic, todas com o novo motor 1.3 turbo e câmbio CVT.

Moral da história. O novo Captur empolga pelo desempenho. Mas, pelo que custa, carece de um melhor acabamento e deveria oferecer um pouco mais no quesito equipamentos.

 

Notas do Emilio

 

  • Desempenho: 9
  • Consumo: 7
  • Segurança: 9
  • Estabilidade: 8
  • Acabamento: 8
  • Espaço interno: 8
  • Porta-malas: 8
  • Custo/benefício: 6

 

 

Ficha Técnica e Lista de Equipamentos do Captur Iconic 1.3 Turbo:

 

 


 

Vídeo: Carros com Camanzi

 


 

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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