Teste do Jeep Renegade Moab
Emilio Camanzi testou o Jeep Renegade Moab, equipado com motor 2.0 turbodiesel, câmbio automático de nove marchas e tração 4×4, em nosso circuito cidade/estrada.
Confira no vídeo aí embaixo o que ele disse dessa versão do Jeep:
Informações técnicas do Renegade Moab:
Ficha Técnica_Renegade_Moab 2.0 Diesel AT9
Itens de série_Jeep Renegade Moab
“Ter um SUV compacto com motor diesel e câmbio automático, é sonho de várias pessoas. Porém, o único modelo em nosso mercado, o Jeep Renegade nas versões Longitude e Trailhawk, estava um pouco longe do bolso de muitos. Para democratizar um pouco mais o SUV com esses caros tipos de motor e câmbio, a Jeep lançou esta versão diesel 4×4 despojada, a Moab, e que a gente também queria conhecer. Vem ver!
O nome é homenagem ao deserto de Moab, em Utah, Estados Unidos, um paraíso para os amantes do off-road. E agora é a versão diesel 4×4 mais barata do modelo. A aparência externa, óbvio, é o que chama a atenção e o que a gente quer mostrar ao vizinho. E nesse quesito, além do logotipo 4×4 diesel na traseira, o Moab se diferencia e não decepciona com grade; para-choques; ganchos para reboque; molduras dos para-lamas; espelhos retrovisores com setas incorporadas; rack no teto e rodas 17 polegadas em preto. Para identifica-lo, o nome Moab está nos adesivos nos para-lamas dianteiros e logotipo na tampa do porta-malas.
Um conjunto que o deixou com um ar mais rústico e indicado ao uso off-road, até então qualidade da versão mais cara Trailhawk.
Aliás os para-choques são os mesmos da versão Trailhawk, bem como a suspensão e a mecânica. Essa composição mais simples, também se encontra no interior todo preto, com exceção do teto. Mas acredite, o painel é emborrachado, igual ao volante e alavanca do câmbio.
Mais simples não quer dizer mau acabado. O revestimento em tecido dos bancos, material usado também nos apoios de braço do console e quatro portas, plásticos de boa qualidade e arremates bem feitos contribuem para um interior agradável. E, vendido em pacote único, não deixa de ter alguns equipamentos que agradam a todos: banco do passageiro com vão porta-objetos sob o assento; ar-condicionado automático de duas zonas; central multimídia de 7 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay; tomadas USB na frente e atrás; câmera de ré; regulagem de altura dos faróis; freio de estacionamento elétrico; faróis e lanterna de neblina; e sensores traseiros de estacionamento.
Porém, também engana um pouco quando o assunto é espaço interno.
Na frente sem queixas, com bancos largos e confortáveis. Atrás, apesar de se instalarem três adultos, o assento curto e o pouco espaço para as pernas, depois de pouco tempo, maltratam quem vai ali. O problema se estende ao porta-malas que, mesmo sendo maior do que o do Trailhawk – 320 litros contra 273 por ter estepe temporário -, ainda deixa a desejar.
Pelo menos rodando é bem confortável. Cortesia da reforçada suspensão independente nas quatro rodas, que filtra bem as irregularidades do solo, fazendo a gente esquecer que está em um jipe, deixando o interior silencioso e com aquela sensação agradável de robustez. E no off-road preserva bastante a integridade dos ocupantes.
Porém como é alto, em curvas a carroceria inclina bastante e recomenda atenção.
No quesito segurança conta com bons freios a disco nas quatro rodas que param bem o Moab; controles de tração e estabilidade; auxiliar de partida em rampa; cintos de três pontos e apoios de cabeça pra todos; e Isofix. Mas deixa a desejar por ter apenas os dois airbags obrigatórios e nem a possibilidade de colocar outros como opcional. Um erro da Jeep.
O motor é o mesmo 2.0 MultiJet turbodiesel das versões mais caras, que fornece 170 cavalos e bons 35,7 quilos de torque já a 1.750 rotações por minuto. Valores que permitem ao Moab acelerar de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e chegar a 190 quilômetros por hora, mesmo não sendo um dos veículos mais aerodinâmicos…
E também não decepciona quando o assunto é consumo de combustível.
Como usa a mesma mecânica do Trailhawk e o peso é praticamente igual, como era de se esperar o consumo deu um empate técnico entre os dois: o Moab fez boa média de 12,3 km/l de diesel em nosso circuito misto. Quem organiza esses resultados com competência, é o bom câmbio automático de 9 marchas, com possibilidade de trocas sequencias na alavanca de seleção. Tem engates suaves e decide com precisão a melhor marcha para o momento. Mas poderia ter trocas um pouco mais rápidas.
E como todo bom Jeep, a tração é nas quatro rodas.
Para economizar combustível é do tipo sob demanda, ou seja, engata a tração nas rodas traseiras só quando necessário. E ainda tem bloqueio da tração em 4×4, reduzida, controle de descida e cinco modos de condução, que adaptam motor, câmbio e tração às condições: automático, neve, areia, lama e pedras. Tudo selecionado facilmente por meio de um botão giratório no console.
Com pneus adequados, bons ângulos de entrada, saída e a possibilidade de atravessar lâminas d’água de até 48 centímetros, o Moab se sai bem em um off-road mais radical. E ainda tem um vão livre do solo ligeiramente maior: 216 milímetros contra 202, conseguidos com a retirada das proteções do motor, câmbio e tanque de combustível existentes no Trailhawk. Ou seja, no off-road é preciso tomar mais cuidado com o Moab pra não bater a mecânica nos obstáculos.
Resumindo. Não é tão selvagem como diz a propaganda da Jeep. Mas acho o Moab uma boa solução, pois oferece um bom desempenho tanto no asfalto como fora dele. Tem um acabamento mais simples, porém bem feito e o mesmo nível de conforto ao rodar dos irmãos mais caros.
Ou seja, uma opção interessante para quem procura a economia e a força de um diesel em um SUV compacto e não quer, ou não pode, pagar pelos luxos das outras versões”.
Renegade Moab 2.0 Diesel 4×4
R$ 139.960 (dezembro 2020)
Texto e apresentação: Emilio Camanzi
Imagens: Camila Camanzi
Edição: Guilherme Carmo
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