Teste do Chevrolet Cruze RS
Apesar dos SUVs serem a bola da vez, muitas pessoas ainda curtem um automóvel. E se os sedãs são a preferência de quem quer um carro médio, as versões hatch continuam no gosto de muitos. Principalmente as que tem um toque de esportividade, como a do Chevrolet Cruze RS 2023, que vamos conhecer agora.
Quando a gente fala em versões esportivas, que estão cada vez mais raras em nosso mercado, o que se espera é que, além da aparência mais invocada, também tenham um diferencial na mecânica para incrementar o desempenho em relação à versão normal. Mas não é o caso do RS, já que tem a mesma mecânica do Cruze sedã só com pequenos ajustes para incrementar a tocada, como vamos ver mais pra frente.
Pra começar é bom lembrar que o RS agora é a única versão do Cruze hatch, vendida em pacote único sem opcionais.
Chevrolet Cruze RS
Estado de São Paulo: R$ 157.830
Outros Estados: R$ 155.050
(abril 2022)
Além da traseira diferente, o hatch já se diferenciava do sedã pelos para-choques dianteiro e traseiro exclusivos com uma pegada mais esportiva, para justificar o então nome Sport6. E continua tudo igual. A diferença é que o RS tem mais apliques em preto. A grade tem detalhes em cromo escurecido com o emblema RS em vermelho; a gravata Chevrolet preta; e os faróis com LED máscara negra. De lado são as molduras das janelas, colunas e retrovisores escurecidos, e as rodas de aro 17 polegadas com um acabamento exclusivo. O teto também foi pintado de preto, bem como o aerofólio e os emblemas com o nome e a marca. O interessante é que o conjunto ficou bem chamativo e agrada.
A mesma filosofia foi usada no interior, todo em preto. Mas o que chama atenção mesmo, é o acabamento, muito bem feito, com materiais de qualidade, bons arremates, e superfícies macias ao toque nos apoios de braço das portas e console. E, acredite, o painel é emborrachado.
O quadro de instrumentos é analógico, é bem visível e tem um quadro LCD no centro que além de computador de bordo fornece várias informações. Os bancos, em couro sintético com costuras vermelhas, são confortáveis e o espaço interno é bom para cinco adultos. Só quem vai ao meio atrás sofre um pouco com o ressalto no assento e encosto. E o porta-malas, mesmo levando em conta que é um hatch, poderia ser maior.
Capacidade do porta-malas: 290 litros
Em equipamentos o RS tem o que agrada ao mercado. Sensores de estacionamento na frente e atrás; câmera de ré; teto solar elétrico; sensores crepuscular e de chuva; chave presencial; partida por botão; partida remota e bons freios a disco nas quatro rodas que garantem freadas seguras.
Mas também tem algumas mancadas pela categoria do carro. O ar-condicionado, digital e automático, é de uma zona só e não tem saídas atrás; a boa central multimídia, com direito a espelhamento de celular e WiFi nativo, tem apenas 8 polegadas e só tem duas portas USB na frente; e não em alças no teto atrás para os passageiros se segurarem.
O mesmo acontece com segurança. Além do trivial, de excepcional tem seis airbags. Deveria ter de série pelo menos um sensor de ponto cego e alerta de colisão com frenagem autônoma.
Agora vamos falar das pequenas mudanças mecânicas que o diferenciam do sedã. O RS tem amortecedores mais firmes, um eixo traseiro 10% mais rígido e a direção elétrica com respostas mais rápidas. Detalhes que que já vinham no Sport6. De diferente, apenas uma nova calibragem da central eletrônica que faz o motor responder mais rápido, mas não altera potência, torque e desempenho. O resultado disso é que, apesar de serem pequenas modificações o Cruze RS fica mais na mão e, nas curvas, mesmo nas que fiz no limite, passa a boa sensação de comportamento neutro. E o bom é que, apesar das modificações na suspensão, o conforto e o silencio ao rodar, mesmo em pisos ruins, continuam bons.
O conjunto motopropulsor, com exceção da nova calibragem do motor, é exatamente igual ao do sedã. Nada contra, já que o competente motor 1.4 turbo com injeção direta faz o carro andar bem e sem desmerecer a pegada esportiva.
Motor 1.4 Turbo Flex- 16V
gasolina etanol
Potência (cv) 150 153
Torque (kgfm) 24,0 24,5
E como a diferença de torque com gasolina e etanol é pequena, as boas acelerações e retomadas de velocidade, além da máxima, são praticamente iguais com ambos os combustíveis.
Desempenho
gasolina etanol
0 a 100 km/h (s) 9,0 9,0
80 a 120 km/h (s) 6,4 6,2
Vel. máxima (km/h) 214 214
Porém, como esportivo, deveria ter aletas atrás do volante para trocas sequenciais, e não apenas na alavanca de seleção, além de modo esporte no bom câmbio automático de seis marchas.
No consumo, porém, poderia ter sido melhor. É que RS perdeu o sistema stop/start e em relação ao último cruze hatch que testamos, piorou no consumo. Mesmo assim, as médias de 7,6 km/l de etanol e 10,8 km/1 de gasolina em nosso circuito padrão, ainda podem ser considerados razoáveis.
Consumo médio (circuito cidade/estrada)
Etanol 7,6 km/l
Gasolina 10,8 km/l
Enfim, apesar de ter praticamente o mesmo conjunto mecânico do restante da linha e apenas um pacote de aparência, o Cruze RS se destaca pelo prazer ao dirigir que entrega a quem gosta de uma tocada mais animada. Consequência das modificações na suspensão, direção e resposta do motor.
E para quem curte um hatch médio, apesar de ficar devendo um pouco na relação custo benefício, ainda agrada pelo bom acabamento e espaço interno.
Um abraço e até a próxima.
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Notas do Emilio
Desempenho 8
Consumo 7
Segurança 8
Estabilidade 8
Acabamento 8
Espaço interno 8
Porta-malas 6
Custo/benefício 7
Informações Técnicas do Chevrolet Cruze RS:
Lista de equipamentos de série – Cruze RS
Texto e apresentação: Emilio Camanzi
Imagens: Camila Camanzi
Edição: Guilherme Carmo
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