Qual a solução para o futuro do carro?
Qual a solução para o futuro do carro: motores a combustão, híbridos ou elétricos?
Essa dúvida cruel assola a humanidade desde o surgimento dos primeiros automóveis no final do século 19. Já naquele tempo, existiam carros movidos unicamente por primitivos motores a combustão interna, outros movidos a eletricidade que utilizavam como fonte armazenadora as velhas baterias de chumbo e, finalmente, carros híbridos movidos a eletricidade dotados de pequenos motores a combustão que acionavam dínamos que carregavam as baterias elétricas.
Mas, claro, a grana dos extratores de petróleo da época influenciaram decisivamente na escolha da tendência pelos motores de combustão interna que, sem sombras de dúvidas, mostravam vantagens irrefutáveis aos consumidores: autonomia, facilidade no reabastecimento, boa performance e liberdade de locomoção para qualquer ponto são algumas das vantagens que os veículos a combustão ofereciam a seus consumidores da época.
Mas o tempo passou e cerca de 120 anos depois o mundo começou a se incomodar com os gases nocivos expelidos pelos canos de descargas dos carros equipados com os motores abastecidos com combustível líquido. Devemos considerar, nesse caso, os cerca de 1,2 bilhão de veículos em circulação no mundo expelindo os tais gases tóxicos, que já estavam sufocando a humanidade. Mas devemos considerar também que nas últimas cinco décadas, o ser humano vem trabalhando intensamente para a redução drástica da emissão de poluentes desses automóveis.
Mesmo assim, são mais de 1 bilhão de carros em circulação, a grande maioria queimando combustível fóssil e, no final, não tem jeito: na formulazinha química da combustão sobra sempre Co2, água e energia que movimentam o veículo. É um processo químico e ponto final. E devo ressaltar que nenhuma combustão é perfeita e nesse caso sempre sobra um pouquinho do famigerado Co, o monóxido de carbono, um veneno indiscutível para o ser humano.
Baseado em tudo que eu disse acima, fica fácil entender por que a humanidade corre desesperadamente atrás dos carros híbridos ou puramente elétricos, e essa parece ser a solução para os nossos problemas de contaminação da atmosfera. Apesar de já termos vários lançamentos de carros puramente elétricos inclusive no mercado nacional, tenho minhas restrições a essa solução a curto prazo. Tecnicamente, esses veículos eletrificados são perfeitos, inclusive já mostrando números de autonomia que superam facilmente os 400 km. Eles não fazem barulho, tem ótima performance principalmente nas arrancadas e retomadas de velocidade e praticamente não poluem o meio ambiente quando se locomovem. Aparentemente máquinas perfeitas.
Minhas restrições ficam por conta do reabastecimento relativamente longo (geralmente de 3 a 6 horas em uma tomada normal, limitando o uso desses veículos praticamente ao perímetro urbano) e, principalmente, o que será feito dos resíduos das baterias quando elas não servirem mais. A matéria prima que compõem esses acumuladores de carga mais modernos também é retirada do meio ambiente, e aí ficam as perguntas que não querem calar: até quando o planeta fornecerá matéria prima para essas baterias? E como é o procedimento de descarte dos materiais dessas baterias?
Nesse meio do caminho, surgem os carros híbridos que a Toyota, por exemplo, tem adotado em sua linha de produtos. De uma maneira geral, essa solução técnica reduz a poluição ambiental nos grandes centros urbanos, pois o motor a combustão só funciona para carregar a bateria e, nas viagens mais longas, praticamente se utilizam a energia do motor a combustão, dando liberdade e autonomia ao condutor, que terá a escolha entre encher o tanque com combustível em qualquer posto ou carregar as baterias em alguma tomada elétrica.
Com certeza o carro híbrido não é a melhor solução quando o assunto é preservação ambiental, pois ainda possui o motor de combustão poluindo em algumas ocasiões, mas, em contra partida, reduz drasticamente a emissão de gases poluentes, pois o seu motor a combustão só funciona quando o acelerador é exigido a fundo ou as baterias necessitam de carga. Além disso, os motores elétricos auxiliam principalmente no uso urbano quando o motorista dirige em condições suaves.
A maioria esmagadora dos nossos carros são movidos pelos velhos e confiáveis motores a combustão, e a passagem direta para os carros totalmente elétricos ainda parece uma solução limitada e um tanto problemática. Híbridos, por enquanto, me parecem uma solução mais equilibrada dessa revolução da combustão para o elétrico. Se houvesse um incentivo com grande redução de impostos para carros que sujam menos o ar que respiramos, com certeza tornaria o negócio mais interessante, reduzindo os altos preços dos híbridos vendidos em nosso mercado. Claro que esses incentivos governamentais poderiam se estender com maiores benefícios aos carros puramente elétricos, mas isso ainda parece uma ação de longo prazo. Vamos aguardar, mas talvez esse seja o caminho da transição “combustível-eletricidade” que enfrentamos hoje.
Fotos: internet
Douglas Mendonça é jornalista na área automobilística há 46 anos.
Trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e foi diretor de redação da revista Motor Show até 2016. Formado em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Engenharia Paulista (IEP).
Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e a Mil Quilômetros de Brasília em 2004.
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