Puma está de volta, mais GT do que nunca
Um dos esportivos nacionais mais populares, o Puma GT, surgiu em 1968. Ele substituiu o Puma-DKW que teve sua produção interrompida, pois a Vemag, que fabricava o DKW, tinha sido comprada pela Volkswagen e também tinha interrompido a produção dos carros daquela marca. A solução foi partir para a mecânica Volkswagen e foi um sucesso. O carrinho de fibra e mecânica de Fusca se tornou objeto de desejo, numa época em que a indústria brasileira ainda tomava forma. O esportivo foi produzido até o início dos anos 1980 e deixou saudades. A notícia boa é que a Puma Automóveis está prometendo trazer de volta às ruas um novo modelo em janeiro.
O novo Puma tem desenho assinado pelo designer Du Oliveira, que tem experiência em desenvolver projeções de modelos futuros a partir de imagens de carros camuflados e informações coletadas. Oliveira também é conhecido por criar releituras de nacionais antigos. E numa dessas produções, ele chamou a atenção dos atuais proprietários da Puma, que resolveram resgatar o esportivo.
“Sempre tive um carinho especial pelos carros da Puma. Como tinha vários trabalhos de releituras nacionais, faltava o Puma. Alias, fiz várias, mas a última ficou como eu queria. Alguns dias após a publicação da releitura em meu blog, o pessoal da Puma entrou em contato comigo, firmamos um acordo, mas me explicaram inicialmente que queriam um modelo para as pistas, que aos poucos evoluiria para um modelo de rua, portanto, tive que fazer algumas mudanças a pedido deles para adequar às pistas. Já o novo modelo de rua vai ser um pouco mais fiel ao Puma clássico”, conta o designer.
Ele terá também um nome diferente, Puma GT 2.4 Lumimari, em homenagem aos antigos sócios e fundadores da Puma. O nome representa a junção das sílabas iniciais dos nomes de Luis Roberto Alves da Costa, Milton Masteguin, Mario Cesar Camargo Filho e Rino Malzoni.
Mas deverá continuar sendo conhecido como Puma, já que manteve suas formas bem parecidas com o modelo original, porém com toques de modernidade. Se o primeiro Puma era um cupê fastback com traseira cortada, como mandava o estilo dos GT’s da época, o novo está mais para um roadster aos moldes dos anos 1990. Com teto do tipo Targa, capô traseiro plano, quando se vê as projeções, logo surgem à mente modelos como Lotus Elise e Toyota MR-2, que também ofereciam apenas dois lugares, teto destacável e motor central traseiro. Mesmo assim, é impossível não enxergar o velho Puma nas linhas do novo projeto.
Mecânica e estrutura
Como o modelo original, o novo Puma terá carroceria em fibra-de-vidro, só que agora reforçada com inserção de fibra de carbono. No entanto, ao invés da base rudimentar do Fusca, ele receberá chassi tubular em aço carbono, que lhe garantirá maior rigidez e estabilidade nas curvas. Para empurrar os 915 quilos do carro, a Puma adotou um motor Chevrolet 2.4 flex aspirado de quatro cilindros, instalado na posição central traseira. O propulsor é preparado para entregar cerca de 187 cv de potência e 25 kgfm de torque, associado a um câmbio manual de seis marchas. A suspensão será independente nas quatro rodas com braços triangulares sobrepostos e freios a disco nas quatro rodas, com pinças de quatro pistões cada. O novo Puma será calçado em rodas de 17 polegadas com pneus Pirelli Trofeo de medidas 225/40 R17 na dianteira e 244/45 R17 na traseira.
A produção terá início em janeiro, na unidade fabril da marca, em Itatinga, interior de São Paulo. Segundo Oliveira, inicialmente serão feitas 10 unidades, com preço de R$ 150 mil cada. No entanto, dependendo da demanda, pode até ter sua fabricação expandida.
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Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista | Design Gráfico – (31) 99245-0855
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