Pressão da Anfavea! Mais imposto sobre elétricos e híbridos

Pressão da Anfavea! Mais imposto sobre elétricos e híbridos

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) solicitou ao Governo Federal que antecipe o aumento do imposto de importação para carros híbridos e elétricos, especialmente os vindos da China. A entidade defende que a alíquota máxima de 35%, prevista para entrar em vigor apenas em 2026, seja aplicada o quanto antes para proteger a indústria automotiva brasileira.

Mas a Abeifa também já se manifestou contra!

Aumento gradual previsto

Atualmente, a alíquota de importação é de 12% para híbridos de todos os tipos e 10% para elétricos. A partir de julho de 2024, esses valores subirão para 25% para híbridos leves e plenos, 20% para plug-ins e 18% para elétricos. No entanto, a Anfavea considera esses percentuais insuficientes para frear a crescente importação de veículos eletrificados.

O principal motivo da solicitação da Anfavea é o aumento expressivo na importação de veículos, especialmente da China. Nos primeiros cinco meses de 2024, houve uma alta de 38% nas importações em relação ao mesmo período de 2023, sendo que os modelos chineses correspondem a 82% deste volume.

Marcas chinesas como GWM e BYD têm ganhado destaque no mercado brasileiro, e a preocupação se estende a fabricantes tradicionais como General Motors, Volkswagen e Stellantis, que também importam veículos da China.

E ainda tem mais marcas chegando, como a Neta e a Omoda.

Risco para a indústria nacional

Segundo Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, o volume crescente de importações representa um risco para a indústria automotiva brasileira. “Se for melhor trazer da China do que produzir no Brasil, farão, porque é negócio. Se você tem um mercado aberto como o nosso, se a tarifa não é suficiente para barrar as importações, é preciso repensar essa tarifa”, afirmou Leite.

A Anfavea alerta que, se a situação persistir, o Brasil poderá perder fabricantes e ficar apenas com os novatos no mercado. Por isso, a entidade propõe a antecipação da tarifa máxima de 35% como forma de proteger a indústria nacional.

Projeções para 2024

Apesar da preocupação com as importações, a Anfavea mantém projeções positivas para o setor automotivo em 2024. A associação prevê um crescimento de 6,1% nas vendas de automóveis, chegando a 2.250.000 unidades, uma leve alta de 0,7% nas exportações, com o embarque de 407.000 veículos, e um avanço de 6,2% na produção, atingindo 2.470.000 unidades.

Posição contrária da Abeifa

A Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores (Abeifa) se manifestou contra o aumento imediato do imposto de importação para 35%. A entidade argumenta que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil e que, nos anos 1990, a abertura do mercado interno para veículos importados foi fundamental para o desenvolvimento do parque industrial automotivo brasileiro.

A Abeifa defende a previsibilidade nas políticas industriais do setor e o direito dos consumidores ao acesso e à escolha por tecnologias de ponta. Segundo a associação, medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes e prejudiciais a toda a cadeia automotiva a médio e longo prazos.

Confira o comunicado na íntegra: 

“Diante do pleito de aumento imediato do imposto de importação para veículos híbridos e

elétricos para 35%, a ABEIFA – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores vem a público manifestar contrariedade, na medida em que a incidência de novas alíquotas de 18% (carros elétricos), de 24% (híbridos plug-in) e 25% (híbridos) passará a vigorar a partir do próximo dia 1º de julho, e solicita previsibilidade nas políticas industriais do setor automotivo brasileiro, sobretudo em respeito aos clientes/consumidores que têm direito ao acesso e a escolha por tecnologias de ponta.

A entidade reforça o argumento de que políticas protecionistas não trazem benefícios ao Brasil, ressaltando que nos anos 1990, não fossem a abertura do mercado interno para veículos importados, o País não teria o parque industrial de hoje com algumas dezenas de fabricantes.

Medidas protecionistas ou barreiras alfandegárias artificiais são ineficazes. A médio e longo prazos, são prejudiciais a toda a cadeia automotiva. Mas em especial ao Brasil.”

São Paulo, 26 de junho de 2024

A Diretoria

ABEIFA – Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores

 

O debate sobre o aumento do imposto de importação para carros elétricos e híbridos ganha força com a pressão da Anfavea por uma antecipação da alíquota máxima de 35%. Enquanto a associação dos fabricantes nacionais busca proteger a indústria brasileira, especialmente da concorrência chinesa, a Abeifa defende a manutenção da abertura do mercado e o acesso dos consumidores a tecnologias de ponta.

Cabe ao Governo Federal avaliar os argumentos de ambas as partes e definir os rumos da política industrial para o setor automotivo, buscando um equilíbrio entre a proteção da indústria nacional e a promoção da competitividade e inovação no mercado brasileiro.

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Paula Jabour

Paula Jabour

Paula Jabour é criadora de conteúdo e copywriter. Ela atende clientes de diversos setores, incluindo automotivo, restaurantes, artistas e profissionais liberais.

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