Pagani Imola: Coisa de outro planeta

Pagani Imola: Coisa de outro planeta

Quando vi pela primeira e única vez um Pagani, foi no Salão do Automóvel de 2010. Era um Zonda R, versão mais brutal do supercarro italiano, que na época quebrou o recorde da pista de Nordschleife, com 6m47s. Depois disso veio o Huayra, com sua aerodinâmica ativa, como a de um avião e agora surge o Imola.

Para definir de forma bem calhorda e simplória, o Imola é uma mistura de Huayra com Zonda R. Ele é um hiper-carro feito para pistas, mas que pode ser utilizado nas ruas, como uma Ferrari F50 ou um Bugatti Chiron. Superlativo, como qualquer carro da marca, a fábrica do argentino Horacio Pagani produzirá apenas cinco unidades do Imola. E se o amigo ficou curioso pelo nome do bólido, a razão é simples. O Imola presta homenagem ao autódromo onde ele foi afinado como se fosse um violino Stradivarius. A diferença é que ele rodou 16 mil quilômetros na pista, em velocidade de corrida, até que a Pagani se certificar que ele estava pronto.

Três vezes Le Mans

 

Para entender o que toda essa quilometragem corresponde, a marca faz uma analogia em que a validação correspondesse a três provas das 24 Horas de Le Mans. Ou seja, para provar que estava no ponto, o carro foi levado ao máximo durante uma bateria de testes intermináveis.

A carroceria do Imola remete ao Zonda R pelo uso de coletor do tipo snorkel e uma imensa asa traseira, mas incrementa com a adoção de um barbatana central. Do Huayra, carro que lhe serviu de base, ele mantém as aletas dianteiras, que ajudam o carro a domar o vento nas curvas, acelerações e frenagens.

E debaixo dessa carcaça repleta de curvas, ele segue equipado com o grotesco bloco Mercedes-Benz V12 6.0 biturbo, mas reajustado para 838 cv e 110 mkgf de torque. Trata-se da versão mais potente de um carro da marca. A transmissão é um modelo AMT montada em posição transversal de sete marchas e diferencial eletromecânico. Apesar de toda truculência, a Pagani não divulga seus números de desempenho.

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Chassi

 

Um carro dessa magnitude geralmente não é leve. O motor pesa muito, ainda mais quando se trata de V12. Sua estrutura exige reforços para manter a célula de sobrevivência intacta em caso de acidentes. Tudo isso faz o carro pesar muito e, consequentemente, ter sua performance prejudicada.

Para chegar aos 1.246 quilos, ele conta com monocoque fabricado com os compostos Carbo-Titanium HP62 G2 e Carbo-Triax HP62, que, segundo a marca, garante menor peso e um nível extremamente elevado de rigidez a torção e flexão. Estas são características fundamentais para garantir o máximo de dirigibilidade do carro, que acelera a velocidades elevadas e com um volume de torque abissal.

Se não bastasse, a Pagani ainda desenvolveu um novo sistema de pintura batizado de Acquarello Light, que promete reduzir em cinco quilos o peso da tinta, sem prejudicar a intensidade de pintura e o brilho do bólido. Mesmo assim ele é 200 quilos mais pesado que o Zonda R. No entanto, é preciso considerar que o Imola oferece toda comodidade e sofisticação da marca, ao contrário de seu antecessor que foi desenhado para ser um devorador de pistas e proibido para uso urbano.

Suspensão e freios

 

Com o ganho de força, a Pagani precisou revisar o sistema de suspensão. O Imola utiliza braços duplos independentes, molas helicoidais e amortecedores controlados eletronicamente. Segundo a marca, o carro é capaz de aplicar a força máxima de frenagem sem que ocorra o efeito mergulho, ou seja, quando a frente do carro afunda. O sistema entende a intensidade da frenagem e ajusta a carga do conjunto ao máximo, para manter o carro estável. E para parar esse monstro, a Pagani adicionou um conjunto Brembo com discos de cerâmica de carbono de 398 mm e pinças de seis pistões na frente e discos de 380 mm e quatro pistões nas rodas traseiras.

Pobres tripas de quem estiver ao volante!

 

 

Fotos: divulgação

 


 

Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br