Morros de Santos: desafio no nível de pilotos da Fórmula 1

Morros de Santos: desafio no nível de pilotos da Fórmula 1

Motoristas de ônibus nos morros de Santos têm algo em comum com pilotos da Fórmula 1. Veículos tem que encarar quase 100 curvas

 

Na ida, o motorista do 118, que sobe pelo morro do São Bento e desce pelo morro do Marapé, em Santos, dirigindo um micro-ônibus,  troca de marcha cerca de 95 vezes e faz 45 curvas para a esquerda e 43 para a direita (isso contando apenas os trechos no interior dos morros, sem contar a parte plana da cidade). O nome Marapé, vem do bairro, logo abaixo, surgido no tempo em que a população da cidade era concentrada junto ao porto e quando iam para a praia diziam que iam ao mar a pé (boa essa, não?)

Na ida, o motorista da linha 181, de um micro, similar, sobe pelo morro do Marapé e desce pelo morro de São Bento, fazendo o caminho inverso, com pouquíssima variação. Tanto é que a troca de marchas é praticamente a mesma, 101. E as curvas para a direita são 47 e para a esquerda 51. Desta vez, não contei o número de mudança de marchas.

Esses itinerários, com certeza são um desafio para os pilotos da F1, que estiveram no Brasil nesse fim de semana, com seus carros maravilhosos, “infestados” de tecnologia, especialmente porque eles não estão mais acostumados com o câmbio manual que equipa os micros que servem as populações dos morros santistas.

Hoje os pilotos da F1 contam com câmbios sequenciais , dotados de “paddle shift” (borboletas) com um número de marchas que varia entre  7 e 9. Diferente daqueles dos anos 80, quando eles tinham uma alavanca de câmbio que, muitas vezes, faziam as suas mãos sangrarem e rasgar suas luvas, especialmente em Mônaco, com suas inúmeras curvas.

Mas não são apenas curvas e freadas

Além das curvas para a direita e para esquerda, muitas deles em sequência, com poucos metros de distância entre elas, os motoristas das linhas 118 e 181 que trafegam pelo morros de Santos, também enfrentam o desafio de conseguir virar onde muitos motoristas para seus carros e até mesmo caminhões a poucos metros das esquinas, ou nas próprias.

As vias, salvo no alto do morro da Nova Cintra (que tem um belo parque que merece ser visitado), são extremamente estreitas e em muitos trechos não passam dois micros ao mesmo tempo.

As viagens, tanto para ir, como para voltar, com garantia de belas imagens da cidade de Santos, lá do alto, duram em média uma hora e quarenta minutos, dependendo do trânsito. E ambas saem do terminal de ônibus urbanos de Santos, na praça dos Andradas s/n e a passagem custa R$ 5,25, que pessoas com mais de 60 anos não pagam.

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chicolelis

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chicolelis começou no jornalismo em 1960, no jornal A Tribuna (Santos/SP), passou pela Ford, onde foi aluno do mestre Secco, foi para a Goodyear, depois para O Globo (Sucursal de São Paulo) e dali para GM, onde ficou por 18 anos. Em seguida, fez consultoria para a Portugal Telecom e depois editor do Caderno de Veículos do Diário do Comércio (SP) 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br