Mini: imortal como os “besouros”

Mini: imortal como os “besouros”

Não sei quanto a você, mas pessoalmente eu tenho uma dívida com a ilha da rainha. Nunca pisei lá, mas fato é que além de criar o esporte bretão, os Beatles, Rolling Stones, The Who, Led Zeppelin, Black Sabbath, o Deep Purple e o Pink Floyd, os ingleses ainda fizeram carros icônicos como o Mini, que completa 60 anos em 2019. 
O carrinho lançado em 1959 se tornou um dos automóveis mais carismáticos de todos os tempos, ao lado do Fusca, do Fiat 500 (original) e também do Romi-Isetta. Tanto é que em 1999, foi eleito como o segundo automóvel mais influente do século 20, ficando atrás apenas no Ford T. E podemos dizer que ele segue influente, pois emprestou suas linhas para o desenvolvimento dos Mini da BMW.
O Mini foi um projeto do designer Sir Alec Issigonis, com objetivo de ser um automóvel de baixo custo para atender ao mercado britânico, que ainda se recompunha da Segunda Guerra Mundial. Com apenas 3,05 metros de comprimento e 2,03 metros de entre-eixos, o Mini poderia levar quatro ocupantes. Ou seja, os Fab Four poderiam dar um rolê por Liverpool numa boa. Suas dimensões enxutas também faziam dele um carro prático nas vielas inglesas, assim como as demais ruas estreitas europeias.
Mas apesar de ser um carro espartano, o Mini era extremamente engenhoso em sua arquitetura, com um habitáculo que ocupava 80% da área total e por consolidar o conceito do motor em posição transversal. Apesar desse tipo de configuração ter sido apresentada ainda no século 19, e ter reaparecido em 1947, com a Saab, foi o Mini que tornou a disposição popular. Hoje os transversais se tornaram padrão em automóveis que adotam motores compactos e com tração dianteira.
E, por falar em motor, ao longo dos 41 anos que esteve em linha, o Mini teve sete propulsores. Todos de baixo deslocamento, entre 0.9 e 1.3 litro, com potências entre 33 e 76 cv. 



Famosinho

O Mini se tornou um ícone da cultura pop britânica. Muita gente o reconhece como o carro do personagem Mr. Bean (Rowan Atkinson). Mas o carrinho ganhou fama no longa “The Italian Job”, de 1969, que foi refilmado em 2003, com Mark Wahlberg, Charlize Theron, Edward Norton e Donald Sutherland no elenco. A diferença é que foram usados os Minis modernos da BMW.
Ele também protagoniza uma sequência de perseguição eletrizante em “A Identidade Bourne” e, por ser miudinho, passava em corredores estreitos.
No entanto, muito mais que fazer sucesso diante das câmeras, o Mini foi um fenômeno de vendas. No Reino Unido, ele foi produzido pelas empresas British Motor Company (BMC), British Leyland e Rover Group, além de outras seis marcas na Europa, Africa do Sul e Austrália. Só a primeira geração, feita na Grã Bretanha e Austrália vendeu 1,2 milhão de unidades entre 1959 e 1967.
A segunda geração, em linha entre 1967 e 1970, trazia poucas modificações técnicas e visuais, mas marcou a expansão da produção. O carrinho foi montado em diversos países como Bélgica, Portugal, Espanha, Malásia e até no Chile. Entre 1990 e 1995, ele chegou a ser feito na Venezuela. 
Ou seja, o Mini é tão cosmopolita e eterno como os Beatles!

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Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).



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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br