Jeep Compass, agora foi a vez do flex
Lançado mundialmente em Recife, Pernambuco, no dia 26 do mês passado, e, apesar de ainda não estar à venda (só no mês que vem), o Jeep Compass acabou ganhando uma boa repercussão na mídia e já é bem conhecido. A fábrica decidiu fazer as avaliações para a imprensa em duas etapas. No lançamento andamos na versão com motor diesel (veja em http://carroscomcamanzi.com.br/compass-a-nova-estrela-da-jeep/) e agora foi a vez da versão com motor flex. As diferenças ficam por conta da mecânica, do acabamento e de acessórios, dependendo da versão (veja nos links abaixo os equipamentos de cada uma), enquanto que no restante são iguais.
Então vamos lá. O motor que equipa os modelos flex é um Tigershark, derivado do motor norte-americano, que leva o mesmo nome. Produzido no México, para se tornar flex e enquadrar o Compass numa categoria de imposto mais baixa, teve a cilindrada reduzida de 2,4 para 2,0 litros, desenvolvido pela engenharia brasileira, e ganhou o nome de Tigershark 2.0 16V Flex. Moderno, tem duplo comando de válvulas no cabeçote e duplo variador de fase, bloco e cabeçote de alumínio. Ele desenvolve 166 cavalos de potência a 6.200 rpm e 20,5 kgfm de torque a 4.000 rpm com etanol (159 cv e 19,9 kgfm com gasolina) e está conectado a uma caixa automática de 6 marchas com comandos sequenciais pela alavanca e aletas atrás do volante – a partir da versão Longitude. A tração, em todas as versões flex, é só nas rodas dianteiras. Com ampla faixa de torque distribuído desde baixas rotações, o Tigershark oferece 86% de sua força total já a partir dos 2.000 giros, dando mais agilidade ao modelo.
Para poder rodar com 100% de etanol, o motor recebeu 20 importantes mudanças, entre novos componentes e materiais. A taxa de compressão, que era de 10,2:1, foi aumentada para 11,8:1, para aproveitar ao máximo as características do derivado da cana de açúcar e melhorando a performance com gasolina. Entre as modificações, estão também um novo coletor de admissão, pistãos, bronzinas, velas e válvulas específicas para trabalhar com etanol. Para as partidas a frio com 100% de etanol no tanque em baixas temperaturas, foi equipado com o sistema HCSS, que aquece o combustível com resistências elétricas, eliminando o tanque auxiliar de gasolina. Segundo a Jeep, o motor, em condições normais de uso e com as manutenções programadas feitas, pode chegar a pelo menos 240.000 km, seguindo as exigências do mercado norte-americano, e é capaz de atender às normas de emissão do Proconve fase 6 e da Euro 6.
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A suspensão, independente nas quatro rodas do tipo McPherson é basicamente igual à das versões com motor diesel, porém com molas e amortecedores com cargas específicas para os modelos flex, que possuem peso diferente. A direção também é do tipo elétrica progressiva (EPS) e conta com recursos como o torque de esterço ativo (DST). Em uma situação de emergência, como uma perda de aderência em curva, ele atua de forma a induzir o motorista a esterçar o volante para o lado correto, enrijecendo caso o motorista vire o volante para a direção errada.
No quesito segurança ele também se compara às versões diesel, podendo ter equipamentos como controle de velocidade adaptativo (ACC), aviso e prevenção de colisão frontal (FCWp), alerta de mudança de faixa (LDW), farol alto automático (AHB), detector de pontos cegos (BSD), até sete air bags, sendo um para os joelhos do motorista e Park Assist. Entre os equipamentos de todo Compass, há controle de estabilidade (ESC) de série, englobando os sistemas eletrônicos anti-capotamento (ERM) e de oscilação de reboque (TSC), monitoramento de pressão dos pneus e câmera de estacionamento traseiro. Em todas as configurações há luzes diurnas (DRL), faróis de neblina com função cornering (se acendem sozinhos do lado em que se vira o volante em manobras ou em baixa velocidade) e luz traseira de neblina.
Como anda
Logicamente, a comparação foi com a versão diesel e não muito profunda, já que o test-drive se resumiu a um percurso de pouco mais de 40 quilômetros, na estrada e com duas pessoas a bordo. Porém deu para avaliar alguns aspectos. Apesar da menor potência, como a resposta do motor flex é mais rápida do que nos diesel e grande parte do torque já aparece a baixas rotações, a sensação que o Compass flex passa é que a aceleração inicial é ligeiramente melhor. Segundo a Jeep, com etanol o Compass faz de 0 a 100 km/h em 10,6 segundos e pode chegar aos 192 km/h. Nas retomadas de velocidade, o câmbio automático de 6 marchas (de série em todas as versões), também colabora com reduções rápidas para que o resultado seja bom e garante ultrapassagens rápidas. De uma maneira geral, o motor trabalha silencioso e só se faz sentir quando se resolve esticar uma marcha um pouco além do normal, mas nada que chegue a incomodar.
Na dirigibilidade o Compass flex também mostrou um bom comportamento. Apesar da maior altura, típica de um SUV, contorna curvas com segurança e sem inclinar em demasia a carroceria. Mérito da suspensão, que ainda permite um rodar confortável, filtrando bem as irregularidades do terreno e sem transmitir barulhos incômodos ao interior. Enfim, a primeira a impressão que o Compass flex passou é positiva e, com certeza, serão as versões mais vendidas. Falta ainda uma versão com motor flex e tração nas quatro rodas, que fica mais barata que as 4×4 com motor diesel. Como o Compass usa a mesma mecânica do Renegade, que nos Estados Unidos é vendido também em uma versão com motor a gasolina e tração 4×4, é uma possibilidade que pode vir em um futuro breve. Vamos esperar.
O Jeep Compass com motor 2.0 Tigershark Flex será disponível em três versões: Sport (R$ 99.990), Longitude (R$ 106.990) e Limited (R$ 124.990). Vai ter ainda uma edição de lançamento, a Opening Edition, limitada a 500 unidades, com vários itens de série, por R$ 109.490.
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Fotos: divulgação Jeep
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Emilio Camanzi, do Guarujá, SP
Viajou a convite da Jeep