Cada história!!! (3)

Ele era um cavalheiro! Vestia-se com muita elegância, portando sempre uma echarpe nos dias mais frescos, vestindo bem cortados blazers (com lencinho no bolso) e no rosto óculos da moda. Escrevia sobre veículos no O Liberal, de Belém (PA) e ainda, sob o pseudônimo de “Pierri”, respondia pela coluna social (o que explica seu modo de se vestir) daquele jornal do Norte do País.
Assim era o Ubiratan D’Aguiar (que já não está entre nós), que durante muitos anos participou de eventos da indústria automobilística e neles foi personagem de vários episódios. Em um deles, convidado pela VW, foi à Alemanha. Na volta, esqueceu, no hotel, um de seus elegantes blazers, que a VW se prontificou a trazê-lo para o Brasil, por intermédio de um funcionário que voltaria ao País, em duas semanas. Ansioso, “Pierri” pediu que o enviassem via DHL. Pagou, segundo comentários, três vezes o valor da peça de seu vestuário. Mas ficou feliz!
Mas, foi em uma viagem da General Motors que ele protagonizou uma das mais curiosas histórias do setor. A fábrica levou jornalistas e acompanhantes a Paris, para lançamento (que nunca se concretizou no Brasil) do Vectra V6. Foi um belo programa, com passeio até o Vale do Loir para um almoço no Château de Chambord. Uma delícia de viagem, de 215 km, passando por Orleáns, Blois e Amboise. Um grupo saiu de Paris ao volante do V6, almoçaria, podendo tomar um bom vinho “nacional” e voltaria de trem. Os integrantes do outro grupo viajaram de trem até lá e seriam privados da degustação da bebida alcoólica.
Ubiratan estava no primeiro e voltou de trem para Paris. Bem, não foi exatamente assim que aconteceu. Ao chegar na estação, ele precisou usar o banheiro, que fica bem no centro da mesma, atendendo às necessidades fisiológicas dos passageiros que vão para Paris e no sentido contrários, o que se destinam a Lion.
E havia uma orientação das guias, para que, quando o trem parasse na estação, deveríamos entrar no vagão que estivesse à nossa frente, porque a parada era muito rápida e, lá dentro, procurávamos pelo nosso lugar marcado.
Adivinha o que aconteceu
Ao sair do banheiro, afobado, Ubiratan entrou no trem que estava à sua frente, que seguia para Lion, sem perceber o seu engano, indo para a 391 km da capital francesa. Lá pelas tantas, sua esposa, preocupada com a ausência dele, foi buscar ajuda, encontrando no corredor do hotel com Luiz Eduardo Ribeiro do Santos, da Matel (que durante muitos anos manteve programa de TV sobre autos), que a encaminhou até o pessoal da Stella Barros Turismo (quem lembra?). Depois de pesquisar, Ubiratan foi localizado em Lion e, com a ajuda de um brasileiro que o ajudou lá, foi embarcado de volta para Paris, aonde não chegou a tempo para o jantar oficial daquele dia.
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