A mania de grandeza dos chineses

A mania de grandeza dos chineses

 

O mercado de automóveis da China é algo sobrenatural e que foge ao entendimento de boa parte do globo terrestre. No ano passado, foram emplacados nada menos que 24,7 milhões de carros de passeio na terra dos pandas. Só para comparar o que esse volume significa, o melhor desempenho doméstico do Brasil foi de 3,6 milhões de unidades, em 2012. No ano passado foram 2,1 milhões de licenciamentos.

E num mercado tão grande quanto o chinês, o que não falta é espaço para o desenvolvimento de novos nichos. Afinal, é um país com 1,2 bilhão de habitantes e que descobriram o doce sabor do consumismo desenfreado há menos de 30 anos. Na China, uma grande escadaria com inúmeros degraus de consumo: há o sujeito que acabou de trocar sua bicicleta por um Chery QQ, ou similar; assim como cidadãos que se estapeiam para comprar um Rolls-Royce. Ou seja, tem comprador para qualquer segmento.

Mas, um fenômeno interessante são os modelos de chassi alongado. Os chineses têm uma grande fixação por automóveis de comprimento entre-eixos avantajado. São automóveis de uma classe executiva emergente, que gosta de viajar no banco de trás com as pernas folgadas. Ter um carro comprido é sinal de status por lá. Mais ou menos como desfilar de picape por aqui. É um trambolho desgraçado, mas o sujeito se sente o Garth Brooks.

Esse chinês é o novo rico que ainda não pode comprar um BMW Série 5 ou Mercedes-Benz Classe E, mas pode levar para casa um modelo de andares abaixo, com boa oferta de espaço.

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E como tudo lá é vendido em larga escala, fabricantes não se importam de desenvolver versões alongadas exclusivas para o mercado cantonês. No Salão de Pequim deste ano, Audi, Mercedes-Benz derivações de base alongada do utilitário-esportivo Q5 e do “nem lançado” Mercedes Classe A Sedan.

O jipinho da marca das quatro argolas teve seu entre-eixos elevado em nove centímetros e foi batizado de Q5 L. Já o Classe A Sedan, que ainda será lançado no mercado europeu, já ganhou uma versão A Sedan L para os chineses, com cerca de 6 cm à mais, para que o patrão não fique fungando no cangote do chofer.

A BMW lá alongou o X1 e a Jaguar esticou o XF. A própria Audi também ampliou o espaço interno do A4. E até o Classe E também possui uma versão L. Afinal, tem muita gente que já chegou nesse degrau, mas ainda falta perna para chegar até o Classe S.

Enfim, o mercado chinês de automóveis segue uma máxima da matemática que diz que: Entre um e dois, há o infinito!

E vida que segue!

 

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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).

Contato: (31) 99245-0855

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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