Viva a Kombi do “Seo” Shiro

Viva a Kombi do “Seo” Shiro

O simpático japonês “Seo” Shiro, dono de uma tinturaria, tinha uma Kombi usada para retiradas e entregas de roupas de seus clientes

Imagine uma, ou melhor, três jovens, com seus 14/15 anos, lá pelos anos 60, ficarem impedidas de ir ao baile de aniversário da amiga porque o táxi tratado quebrou. Pois é, minha amiga Maria Luiza, a Malu,  passou por esse “perrengue” na sua juventude. Ficou a tarde inteira na cabeleireira do bairro, junto com as amigas, fazendo unhas, pés e mão, limpeza de pele e, principalmente, maquiagem e cabelo. Uma delas colocou laquê, um troço horrível, que endurecia os cabelos e “ofendia” o olfato dos moços que dançavam de rosto colado. Outra colocou bombril dentro da cabeleira para dar volume, para chamar atenção da rapaziada. Dependendo da diferença de altura do casal, o moço via o bombril. Malu era mais discreta e fazia uma maquiagem básica. Usava mais sua beleza natural. Mas, era a festa do ano, que ninguém queria perder, e valia o uso de todos os artifícios para agradar a rapaziada, que também tinha lá seus truques para tentar conquistar alguma moça.

Mas, com o táxi quebrado, Malu e amigas corriam o risco de perder a festa do ano ou enfrentar os 10 quilômetros de distância. Então, o que fazer? Naquela época, nem todo mundo tinha telefone para tentar um outro táxi. E, mesmo que alguém tivesse, não era como hoje, com taxistas que atendem a noite toda e, claro, não tinha Uber, 99 ou outros menos aplicativos. Não havia o que tirasse a tristeza que se abateu sobre as moças. Elas não sabiam o que fazer.

Mas aí, a mãe de uma delas lembrou do simpático japonês, dono de uma tinturaria e vizinho, que tinha uma Kombi usada para retiradas e entregas de roupas de seus clientes.

 

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– Quem sabe o “Seo” Shiro pode ajudar?

E lá se foram elas, já prontinhas, com seus vestidos, cabelos e maquiagem, pedir ajuda ao tintureiro, que atendia todo mundo na vizinhança e era uma pessoa muito simpática.

Segundo Malu, nem precisaram “chorar” muito, – “até porque – argumentou ela – chorar estragaria a maquiagem, não é? -.

O “seo” Shiro, atencioso,  logo entendeu o drama das meninas e atendeu ao pedido, lembrando a elas que a Kombi não tinha bancos, e elas teriam que viajar de pé, se apoiando nas travessas que estão lá para pendurar roupas.

E lá se foram as três moças, únicas que chegaram lá com seus vestidos sem um amassadinho sequer. Afinal, elas foram para a grande festa, penduradas na Kombi da tinturaria do “seo” Shiro.

Ah! Para terminar, pelo menos duas delas “se arrumaram” naquela noite. Mas a Malu disse que não estava entre elas. Mas eu acho que sim, porque quando fala daquela noite, seus suspiros são intermináveis!

E viva a Kombi do “seo” Shiro!

E, por falar em tintureiro, alguém lembra como continua a letra dessa música, cantada pelos incríveis Demônios da Garoa, que estão “na praça” desde 1943 sendo o grupo mais antigo  na América Latina? “Segunda-feira / logo de manhã cedinho / vai lá em casa um baixinho e eu corro pra atender……………….”

Lembra como continua?

Obs: Nunca perguntei como voltaram para casa.

 

 

 

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chicolelis

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chicolelis começou no jornalismo em 1960, no jornal A Tribuna (Santos/SP), passou pela Ford, onde foi aluno do mestre Secco, foi para a Goodyear, depois para O Globo (Sucursal de São Paulo) e dali para GM, onde ficou por 18 anos. Em seguida, fez consultoria para a Portugal Telecom e depois editor do Caderno de Veículos do Diário do Comércio (SP) 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br