Vazamento de óleo do motor: o que pode ser e como resolver

Vazamento de óleo do motor: o que pode ser e como resolver

O primeiro indício de que o motor do seu carro está perdendo óleo em excesso por vazamento é a baixa do nível do lubrificante do cárter em um período muito curto de tempo. Se você, entre uma troca e outra, precisa constantemente completar o nível do óleo, há duas alternativas para a origem do problema: ou o fluído está vazando em excesso em algum ponto do motor, ou então o desgaste entre pistões, cilindros e anéis está acentuado, deixando o lubrificante subir do cárter para as câmaras de combustão, onde é queimado junto com o combustível.

Claro que, para ambos os casos, o motor do seu carro deverá ter alta quilometragem. Motores bem cuidados, em que foram utilizados lubrificantes especificados pelo fabricante e com as trocas em dia, são bem menos suscetíveis a problemas de consumo excessivo de óleo. Quanto maior o tempo de uso, maiores as folgas internas, dificultando o trabalho dos retentores e vedadores. Ao longo da vida útil de um motor, foi tanto esquenta/esfria e tanta carga mecânica e térmica, que é normal aparecerem folgas excessivas, que permitem que o lubrificante escape através de porosidades e microfissuras dos vedadores.

 

Uma das melhores soluções nesses casos é a retífica completa, que vai sanar o problema de vazamento de um motor desgastado. Retificado e com suas folgas ajustadas, vedadores novos no virabrequim, tampa de válvulas, polias e junta do cárter, tudo se reestabelece perto dos ajustes de fábrica. Os vazamentos, por consequência, naturalmente desaparecem. Vale lembrar também que é fundamental que se utilize o lubrificante recomendado pela fabricante do carro, listado no manual do proprietário. Um óleo menos espesso, por exemplo, também pode vazar, já que o motor não foi feito para trabalhar com ele.

Mas também existem casos de motores de meia-vida, não muito usados, com vazamentos de óleo. Nesse caso, são falhas nos retentores, vedadores e juntas das tampas de válvulas e do cárter. Um bom e experiente mecânico certamente providenciará uma limpeza ou lavagem do motor para que se descubram os pontos de vazamento. Com o cofre todo sujo, certamente será difícil descobrir de onde o fluído está vindo. Pode ser mais simples do que se imagina, como por exemplo na tampa de válvulas, com uma troca rápida e não muito cara, ou um filtro de óleo mal rosqueado, que pode resolver o problema em 5 minutos com um reaperto.

Porém, pode ser mais sério: se houver vazamento na junta do cárter, parte de baixo do motor, será preciso retirar parcialmente o propulsor, ou então abaixar o agregado da suspensão. A mão de obra não será barata. Quem também pode causar vazamento são os vedadores da tampa do óleo ou o interruptor de pressão do óleo (a conhecida “cebolinha”), dois reparos relativamente fáceis. Mas, independentemente da origem do vazamento, é importante que o motor esteja limpo, para facilitar a identificação do local do problema, que pode ser corrigido sem retífica.

Nem sempre um vazamento pode ser imenso, ou ter uma causa séria, e essa é a maioria dos casos. Normalmente ocorre em motores de meia-vida útil, e dependem de como foi a manutenção do carro durante esse período (qualidade do óleo, periodicidade das trocas e por aí vai). Normalmente são vazamentos menores, que não obrigam que o fluído seja completado entre uma troca e outra. Mesmo assim, essas pequenas fugas de lubrificante incomodam, e acabam sujando o motor ou o piso da garagem.

Por isso, devem ser buscadas soluções também para eles, como a aplicação de produtos químicos junto do óleo lubrificante. Esses aditivos são feitos por indústrias químicas de vários cantos do mundo (alemãs, italianas, norte-americanas), e prometem regenerar e até trabalhar nas juntas para melhorar o grau de vedação. E existe também um nacional, o Stop Plus, da indústria química Quimital. Segundo o químico responsável pela formulação, que consultei, ele funciona tapando pequenas artérias ou vedadores sem elasticidade com o objetivo claro de conter qualquer tipo de fuga de óleo pelas juntas, retentores e vedadores.

Isso, na realidade, acontece em uma mistura homogênea com o lubrificante sem alterar suas características originais, de acordo com a empresa fabricante. No caso do Stop Plus, a formulação básica vem da Europa, especificamente da Itália. A Quimital diz que, no caso da aplicação do produto, o óleo lubrificante atua apenas como “meio de transporte” até o ponto do vazamento. O aditivo tem como característica principal tapar as microfissuras e a porosidades que a ação do tempo e do uso criou nas juntas, retentores e vedadores de diferentes materiais (borracha, silicone, cortiça etc.). Interessante.

De acordo com a Quimital, já nos pontos de vazamento, o produto promete cessar todas as fugas pequenas ou até médias, com um efeito colateral descoberto durante seu desenvolvimento brasileiro: melhor vedação dos anéis dos cilindros, evitando que o lubrificante se queime nas câmaras de combustão. De todas as soluções encontradas, sem dúvidas essa promete ser a mais em conta, porém o lema básico para lidar com um carro segue o mesmo: troque o óleo no prazo recomendado, utilize o que a marca do seu carro indica (inclusive na viscosidade), faça as manutenções em dia, e verifique, semanalmente, o nível de óleo lubrificante pela vareta do seu motor. Não tem erro!

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Douglas Mendonça

Douglas Mendonça

Douglas Mendonça é jornalista na área automobilística há 46 anos. Trabalhou na revista Quatro Rodas por 10 anos e foi diretor de redação da revista Motor Show até 2016. Formado em comunicação pela Faculdade Cásper Líbero, estudou três anos de engenharia mecânica na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) e no Instituto de Engenharia Paulista (IEP). Como piloto, venceu a Mil Milhas Brasileiras em 1983 e a Mil Quilômetros de Brasília em 2004. 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br