Tarok, Toro e Oroch, na terra de Santa Cruz
A Volkswagen anda agitada estes últimos meses. Lançou o novo Jetta, fez um mise-en-scéne para revelar o T-Cross e, às vésperas do Salão do Automóvel, revelou o esboço da picape intermediária que irá concorrer com a Fiat Toro. seu nome é Tarok, que remete a uma etnia de camponeses da Nigéria, mas que também pode parecer uma junção de seus concorrentes Toro e Oroch.
Semelhanças fonéticas à parte, o fato é que a VW quer beber na fonte descoberta pela picape francesa. Isso mesmo, apesar de ninguém se lembrar da existência dela, a Duster Oroch foi quem inaugurou o segmento no final de 2015. A Toro chegou em 2016 e tomou conta de seu nicho e do mercado de picapes.
A única coisa que vimos até agora é um esboço de perfil feito pelo departamento de design da marca, assinado por José Carlos Pavone, um dos irmãos prodígios que dão formas aos carros da marca de Wolfsburg. Como todo bom esquete que se preze, a Tarok tem formas robustas, linha de cintura alta, para-lamas anabolizados e imensos pneus e rodas.
O conceito, que será exibido na semana que vem, seguirá essa tendência e servirá de norte para a versão de produção da picape. Se os alemães seguirem os caminhos trilhados pela Fiat, que manteve a Toro fiel ao conceito FCC4, a VW certamente terá um carro que irá conquistar pelo visual, assim como a italiana e ao contrário da franco-romena.
Mas não devemos nos precipitar, os esboços do T-Cross eram bem mais atléticos que o carro final. Ou seja, se no final virmos um Saveirão, não irá surpreender.
O que temos de informações concretas é que a Tarok será montada sobre a plataforma modular MQB, que tem sido empregada em grande parte da gama global da marca. Sendo assim, será uma picape com estrutura monobloco e não carroceria sobre chassi, que é o caso da Amarok.
Toro e Oroch também utilizam esse conceito. Daí podemos presumir que ela possa ter capacidade de carga abaixo de uma tonelada. As duas têm capacidade de carga de 650 quilos, salvo a versão turbodiesel da Toro que leva uma tonelada.
A VW não fala sobre motores. Por outro lado, confirma que a picape terá tração 4×4. Esse dado pode indicar que ela terá opção flex com tração 4×2 e, possivelmente, uma diesel 4×4. Isso porque a legislação brasileira só permite motores diesel em veículos de passeio quando eles têm capacidade de carga acima de uma tonelada ou tração nas quatro rodas, com caixa reduzida.
Correndo por fora
Outra picape intermediária que andava esquecida é a Hyundai Santa Cruz. Seu projeto de desenvolvimento está adiantado e ele deverá estrear nos Estados Unidos até 2021. Daí, não será surpresa se o conceito de 2015 retornar à São Paulo na próxima semana. Afinal, quem é visto, sempre é lembrado!
Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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