T-Cross aparece quase despido
A Volkswagen fará a apresentação oficial do seu mais novo utilitário-esportivo T-Cross neste segundo semestre na Europa e no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro, aqui no Brasil. Mas ela não tem conseguido guardar segredo em torno de seu SUV compacto e olha que não se trata de vazamentos de fotos ou informações. É que ela mesma tem adotado uma estratégia para instigar o público. Depois de publicar um vídeo em que integrantes do time de design debatiam sobre a estética do carro, com direito a exibição de esquetes, a Volks realizou um preview do jipinho na Alemanha.
A mostra antecipada revelou muito do modelo, que tem função estratégica dentro das operações da marca e também revela a pressa que o Volkswagen tem em se firmar na área dos SUVs miúdos. Desde a tentativa frustrada com o Taigun, apresentado mundialmente no Salão de São Paulo, em 2012, só agora ela finalmente tem um modelo para figurar na base da categoria, justamente onde o Taigun, que derivava do up!, não teve êxito.
Agora o cenário é outro. Construído sobre a plataforma MQB do Polo, o T-Cross chega para ocupar a base da gama no segmento de utilitários, numa condição fabril mais amigável. Isso porque ele compartilha componentes, base e mecânica com demais modelos do Grupo VW, como o Audi Q2, assim como o novo A1 e Polo. Tudo isso torna a operação mais ágil e rentável, já que há uma economia de escala no compartilhamento de conteúdos.
O carro
Na Europa, ele irá se posicionar acima do T-Roc (que é feito sobre a base do Golf). Lá, o T-Cross terá 4,10 metros de comprimento e 2,56 metros de distância entre-eixos. Entre os conteúdos, há assistente de estacionamento (de terceira geração), sensores de manobra dianteiros e traseiros e freios pós-colisão. No Velho Mundo, seus motores serão 1.0, 1.5 e um a diesel 1.6, todos turbo.
Mas o jipinho, ao contrário do T-Roc, também será produzido no Brasil, na fábrica da VW em São José dos Pinhais, PR. Por aqui, ele passará por um processo de crescimento como aconteceu com o up!, sendo feito sobre a base do Virtus. Ou seja, em relação ao europeu terá um entre-eixos maior, com 2,64 metros e 4,19 de comprimento. Esse tratamento hormonal se faz necessário para fazer com que ele concorra em pé de igualdade com rivais como Jeep Renegade, Honda HR-V, Hyundai Creta, Nissan Kicks, e mais um monte de jipinhos.
Por aqui ele será equipado com motores turbo 1.0 de 128 cv e 1.4 de 150 cv. No entanto, há a expectativa de que o motor 1.6 de 117 cv seja incluído, num segundo momento, para equipar uma versão de entrada. Certamente para empurrar o preço inicial um pouco mais abaixo. Resta saber, se será adotada uma estratégia de precificação e conteúdos semelhante à adotada na dupla Polo e Virtus, com versões bastante distintas em equipamentos e preços.
Camuflado
As unidades utilizadas na apresentação da Volks estavam camufladas. Porém era um disfarce leve, em que é possível ver todos os detalhes das seções frontais e traseiras. Faróis, grade, para-choques, posição das luzes auxiliares e lanternas estavam mascarados, todavia é possível enxergar a silhueta e ter uma noção exata de como será o modelo.
Por dentro, o painel estava encoberto, mas em alguns vídeos, divulgados por publicações que participaram do preview, é possível ver que as molduras das maçanetas são as mesmas do Polo e Virtus, o que indica que o painel seguirá a mesma proposta, com uma provável realocação dos difusores de ar, como ocorre nos novos Audi A1 e Q2. No entanto, a VW garante que itens como quadro de instrumentos digital e módulo multimídia com tela de 8 polegadas estão confirmados.
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Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
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