Stellantis Inicia Produção de Veículos Híbridos Flex no Brasil

A Stellantis deu início à produção de veículos híbridos flex no Brasil, em sua fábrica de Betim, em Minas Gerais. Espera-se que o primeiro veículo com essa tecnologia estreie no segundo semestre deste ano, como parte dos 10 lançamentos programados para 2024, dentre os quais alguns que já chegaram ao mercado, como Fiat Titano, Jeep Compass e Commander Blackhawk.Hurricane,  Citroën Basalt e Novo Peugeot 2008.

Especulações apontam para uma versão do Jeep Compass ou para os modelos Fiat Pulse ou Fastback.

Plataforma BEV100 Elétrica

Sistema Bio-Hybrid: Uma Abordagem Flexível à Eletrificação

O cerne da estratégia de eletrificação da Stellantis é o sistema Bio-Hybrid, projetado para suportar três tipos diferentes de eletrificação:

  1. Micro-híbrido (MHEV): O mais acessível, utilizando um pequeno motor elétrico para auxiliar o motor a combustão.
  2. Híbrido convencional (HEV): Combinando motor a combustão com motores elétricos para maior eficiência.
  3. Híbrido plug-in (PHEV): Oferecendo a possibilidade de recarga na tomada e modo de condução puramente elétrico.

Todos estes sistemas serão compatíveis com a tecnologia flex, permitindo o uso de etanol, uma característica importante para o mercado brasileiro.

A versão micro-híbrida, considerada a mais acessível, inclui um motor de 4 cv que atua como alternador e auxilia na partida do veículo, além de uma bateria de íons de lítio. A empresa afirma que esta configuração pode melhorar a eficiência do consumo de combustível e o desempenho em acelerações, embora dados específicos de economia não tenham sido divulgados.

Além da micro-híbrida, o sistema Bio-Hybrid comporta mais duas variantes: 

    • Bio-Hybrid e-DCT: Destinado a modelos mais pesados como SUVs e comerciais leves, este sistema conta com dois motores elétricos (12V e 48V) que permitem condução em modo totalmente elétrico por curtas distâncias.
    • Bio-Hybrid Plug-In: Combina motor a combustão com motores elétricos, permitindo condução 100% elétrica, 100% térmica ou híbrida. Os motores elétricos são ligados diretamente ao eixo traseiro.
Plataforma Bio Hybride DCT1

Produção Nacional e Testes em Andamento

O primeiro lote de veículos equipados com o sistema Bio-Hybrid saiu das linhas de montagem da fábrica de Betim, Minas Gerais. A empresa informa que estas unidades serão utilizadas para avaliações de processos produtivos e testes de produto, incluindo testes externos. No entanto, a Stellantis não divulgou detalhes sobre o modelo específico em produção, podendo ser de qualquer uma das marcas do conglomerado (Fiat, Peugeot, Citroën, Jeep e Ram).

Plataforma Bio-Hybrid Plug-in

Variedade de Opções e Desafios Tecnológicos

A Stellantis planeja oferecer uma gama de opções híbridas, desde sistemas mais simples até híbridos plug-in mais complexos. Todos estes sistemas serão compatíveis com a tecnologia flex, permitindo o uso de etanol, uma característica importante para o mercado brasileiro.

No entanto, a implementação bem-sucedida destas tecnologias enfrenta desafios significativos, incluindo:

  • Adaptação da tecnologia híbrida para uso com etanol
  • Custos de produção e preço final ao consumidor
  • Desenvolvimento de infraestrutura de recarga para versões plug-in
  • Aceitação do mercado e educação do consumidor sobre as novas tecnologias

Perspectivas e Metas da Empresa

A Stellantis anunciou planos ambiciosos para 2024, com 10 lançamentos programados. A empresa visa ter 20% de seu portfólio composto por modelos eletrificados até 2030.

A empresa afirma que o sistema Bio-Hybrid pode reduzir significativamente as emissões já nos primeiros minutos de funcionamento do veículo. 

Contexto do Mercado Brasileiro

A introdução de veículos híbridos flex no Brasil ocorre em um momento de transição para a indústria automotiva global. Enquanto mercados como Europa e China avançam rapidamente na adoção de veículos totalmente elétricos, o Brasil busca uma abordagem que leve em conta sua matriz energética e a forte presença do etanol como combustível alternativo.

Conclusão

A iniciativa da Stellantis de produzir veículos híbridos flex no Brasil representa um passo significativo na evolução do mercado automotivo nacional. Enquanto promete benefícios em termos de eficiência e redução de emissões, o sucesso desta estratégia dependerá de diversos fatores, incluindo aceitação do consumidor, políticas governamentais e a capacidade da empresa de oferecer produtos competitivos em termos de preço e desempenho.

À medida que estes veículos chegam ao mercado, será crucial acompanhar seu desempenho real, impacto ambiental e viabilidade econômica para avaliar efetivamente o sucesso desta iniciativa e seu papel na transição energética do setor automotivo brasileiro.

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