Sete dicas para novos motociclistas

Sete dicas para novos motociclistas

Por Tite Simões

 

Saiba como aproveitar a moto de um jeito saudável e seguro

 

Se perguntarem a alguém o motivo de usar a moto ele dará várias justificativas, desde a agilidade no trânsito até o puro prazer e paixão. Mas, se perguntar para qualquer pessoa por que ela NÃO compra uma moto a resposta, geralmente, é: “porque tenho medo”.

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O medo é um sentimento totalmente natural que aparece diante do desconhecido. Geralmente, quem abre mão de usar a moto como meio de transporte nunca pilotou uma ou teve uma primeira e única experiência desagradável.

 

  1. Por isso, a primeira dica de segurança, especialmente aos novatos é: respeite o medo! Só existem dois tipos de motociclistas que se julgam destemidos: os mentirosos e os loucos. Todo ser vivo tem medo e precisa sentir, porque é isso que preserva a espécie. O conhecimento é a melhor forma de controlar o medo. Quanto mais conhecer o veículo, sua dinâmica, os pontos fortes e fracos e as formas de se proteger, maior será a sensação de segurança. Resumindo, a primeira dica é: conheça o veículo e adquira as técnicas de pilotagem preventiva.[su_spacer]
  2. Saiba escolher a moto certa. Muitos motociclistas novatos passam por uma experiência ruim porque fizeram a escolha errada da moto. Ninguém nasce sabendo, portanto ao começar a pilotar motos é preciso estar ciente que algumas exigem mais empenho físico e técnico para conduzir. Antes de decidir pela moto, faça pesquisa e avalie principalmente as dimensões. No caso da primeira moto, não precisa nem ser uma utilitária pequena de 125 ou 160cc, porque uma moto 250cc é melhor, mais segura e não é tão mais pesada. O erro mais comum na escolha de uma moto é não definir o uso que fará. Isso gera motociclistas insatisfeitos porque compraram uma grande e pesada para enfrentar 20 km de congestionamento todos os dias. Ou aqueles que compram uma moto fora-de-estrada e jamais rodarão nem um quilômetro sequer por estradas de terra. Tenha em mente que as motos utilitárias foram projetadas para pessoas entre 1,70m e 1,75m e entre 70 a 85 kg. Quando as dimensões do motociclista ficam muito fora desse padrão pode ser o momento de escolher uma moto maior ou tentar adaptar a moto ao biotipo do motociclista.[su_spacer]
  3. Respeitar os limites. É comum o motociclista iniciante sentir o desejo de passear com grupos de amigos e participar de motoclubes. Mas, nem todos tem o mesmo nível de experiência. Tentar acompanhar um motociclista mais experiente pode ser um grande erro. Na verdade, quando um grupo tem consciência da presença de um novato, o ritmo deve respeitar os limites do mais novo. Ou, então, é melhor marcar um ponto de encontro e cada um vai no seu ritmo. Na cidade, o maior número de acidentes acontece com motociclista nos primeiros dois anos de experiência. E se engana quem pensa que os motoboys são a principais vítimas. Na verdade, quase 70% acontece com motociclistas que usam a moto como meio de transporte e tentam acompanhar os mais experientes, sem ter a mesma habilidade.[su_spacer]
  4. Prepotência. Os três fatores que levam ao acidente são: negligência, imprudência e imperícia. Mas existe a prepotência, que é a sensação de que nada de ruim pode acontecer com a pessoa. Geralmente, é mais comum na adolescência, mas algumas pessoas carregam essa característica para sempre, especialmente os homens. O melhor remédio para a prepotência é a humildade. Fazer só aquilo que é capaz é a melhor postura para quem quer pilotar bem e por muitos anos. E quando não se sentir capaz, ainda existe a chance de se inscrever em cursos de pilotagem de qualidade que ajudarão a conhecer e respeitar os limites de cada um.[su_spacer]
  5. Calma! Um dos conceitos mais equivocados com relação às motos é acreditar ser um veículo para quem tem pressa! Mentira, porque a moto é um veículo para quem não quer perder tempo. São conceitos muito diferentes que precisam ser entendidos. A pressa é querer ir mais rápido do que a condição permite. Quem usa moto não precisa correr, porque já está bem mais rápido do que o trânsito. Só como exemplo, em São Paulo, cidade com seis milhões de veículos, a média de velocidade durante o horário do rush é por volta de 18 km/h. Nas mesmas condições, uma moto consegue rodar a 40 km/h sem correr riscos. É mais que o dobro da média. Por isso o motociclista não precisa correr para ganhar tempo, porque ele já não perde tempo.[su_spacer]
  6. Equipe-se! É curioso ver como se comportam os motociclistas novatos. Normalmente, nos primeiros meses, eles se equipam dos pés à cabeça, literalmente. No entanto, à medida que adquirem experiência começam a relevar alguns equipamentos. Um dia sai sem luvas, no outro deixa a jaqueta e, quando percebe, está apenas usando capacete! A maioria dos acidentes de trânsito na área urbana acontecem a menos de 50 km/h. O equipamento tem a finalidade não apenas de evitar fraturas, mas, principalmente, as escoriações que, mesmo simples, pode evoluir para um quadro de infecção generalizada.[su_spacer]
  7. Lucidez é tudo, vamos falar de drogas, álcool e remédios. Que drogas e álcool causam confusão mental, todo mundo sabe. Às vezes, nem precisa ser uma quantidade muito grande, mas vamos fazer contas. O tempo de reação (o tempo entre identificar um problema e o veículo começar a frear) de uma pessoa normal, saudável, varia na casa de um segundo. Uma moto rodando a 60 km/h percorre 16,6 metros por segundo. Isso significa que, entre o motociclista perceber um problema e o sistema de freio começar a atuar, a moto vai percorrer 16.6 metros. Mas sob efeito de álcool, drogas ou remédios que causam sonolência, o tempo de reação chega a QUATRO segundos. Isso equivale afirmar que, sob essas condições, um motociclista rodando a 60 km/h vai percorrer 66,4 metros ANTES de acionar os freios. Um exemplo de remédio que causa sonolência é o aparentemente inofensivo antihistamínico, encontrado nos remédios para alergia. Se precisar tomar algum remédio, consulte a bula sob os riscos de dirigir.[su_spacer]

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Tite Simões é Jornalista, instrutor de pilotagem de moto, especialista em segurança veicular.

Trabalha na  Oficina 259 Editora e Comunicação desde 1970 e é dono da SpeedMaster Superior School of Velocity

Contato: info@abtrans.com.br

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br