Senna, o Ayrton da McLaren
Por Marcelo Iglesias
Nomes de pilotos rotineiramente batizam versões especiais de automóveis e alguns até dão nomes a modelos próprios. Tazio Nuvolari, Pierre Veyron e Emerson Fittipaldi (que construiu seu próprio carro) emprestaram seus sobrenomes a bólidos exclusivíssimos. Agora a McLaren resolveu homenagear o maior piloto de todos dos tempos com seu novo supercarro, o Senna. Acho que não é preciso dizer que se trata do tricampeão de Fórmula 1, também conhecido como o “Rei de Mônaco” ou apenas “Simply The Best”.
O Senna aproveita a base do McLaren 720S, só que é ainda mais potente, leve e exclusivo. Ele é basicamente um carro de corrida, mas homologado para uso urbano. Com menos de 1.200 quilos, o supercarro é mais leve que um hatch médio, mas conta com um V8 biturbo de 4 litros de cilindrada que entrega 800 cavalos de potência e 81,6 kgfm de torque. Essa combinação de peso e potência permitem que ele acelere de 0 a 100 km/h em 2,5 segundos, o que faz dele um carro capaz de acelerar em pé de igualdade com modelos como o Porsche 911 GT2 RS.
Olhando o Senna é perceptível a identidade visual dos McLaren modernos, mas, como já foi mencionado, é um carro feito para homenagear o tricampeão da Fórmula 1 e, por isso, tinha que ser projetado para andar na pista. Visto de perfil é possível identificar elementos desenhados para a melhor performance. A parte frontal é bem alongada e tem um grande spoiler abaixo do para-choque para manter as rodas dianteiras sempre presas ao chão. Defletores também auxiliam nas funções aerodinâmicas, assim como as saídas de ar sobre capô, como num carro de corridas.
As portas do tipo tesouras são parcialmente translúcidas e não tem janela, apenas uma pequena fresta. E, logo após elas, uma enorme tomada de ar que é praticamente uma boca por onde o ar encontra os radiadores. Como nos carros de competição, o Senna também conta com coletor de ar sobre o teto, herança do lendário F1. A asa traseira também denuncia que a finalidade do Senna é acelerar por entre as zebras.
Por dentro, seu visual também é funcional. Os dois bancos são do tipo concha e feitos em fibra de carbono. Aliás, esse composto nobre está por toda parte no supercarro. O quadro de instrumentos é um mínimo, apenas com a leitura do conta-giros e velocímetro digital. As demais informações são obtidas por uma tela direcionada para os olhos o motorista.
O Senna terá apenas 500 unidades produzidas. A fabricação terá início no segundo semestre do ano que vem e deverá se arrastar pelos próximos dois anos. No entanto, quem quiser levar um para casa terá que negociar com os proprietários, pois toda tiragem já foi vendida ao preço de 750 mil libras, que em reais equivale algo em torno de R$ 3,3 milhões. Mas é bom saber que o Senna já valorizou, a última unidade foi leiloada para arrecadar fundos para a Fundação Ayrton Senna pelo valor de 2 milhões de libras.
Agora só resta saber se o McLaren Senna é capaz andar debaixo de chuva como se estivesse “sobre trilhos” nas curvas de Donington Park, como fez seu mentor Ayrton! Será?
[su_slider source=”media: 11986,11985,11987,11988,11989,11990,11991,11992,11993,11994″ link=”image” target=”blank” title=”no” pages=”no”]
Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista | Designer Gráfico – (31) 99245-0855