Pulse Abarth no Teste do Camanzi

Pulse Abarth no Teste do Camanzi

No lançamento eu curti muito o Pulse Abarth, mas agora, depois de ficar alguns dias com ele para o teste, eu desencantei um pouco. Vem que vou te contar o porquê.

 

Dados Técnicos do Pulse Abarth:

Ficha Técnica Pulse Abarth

Lista de Equipamentos Pulse Abarth

 

Bom, deixa eu me explicar. É que no lançamento o test-drive foi no autódromo de Tarumã, no Rio Grande do Sul. Lugar ideal para sentir e abusar de toda a esportividade do Pulse Abarth. Afinal essa é a proposta dele. Porém, o capacete, as luvas e a adrenalina extraindo o máximo dele na pista, mascararam pormenores que só aparecem no uso diário.

E foi nesse tempo que algumas coisas me desencantaram. Mas antes de continuar, me conta: já se inscreveu? Acionou o sininho de notificações? Não deixa de compartilhar com os amigos e dar aquele like, heim?

Claro que quando o assunto é desempenho, continuo achando que ele merece o emblema do escorpião da Abarth. Prá quem não sabe, Abarth hoje é a divisão esportiva da Fiat e eu contei essa história no lançamento desse carro. Vou deixar o link na descrição pra vocês.

Aliás, apesar de ter a carroceria do Fiat Pulse, o nome dele é Pulse Abarth.

 

Pulse Abarth    R$ 149.990

(junho 2023)

 

É também o primeiro SUV da marca no mundo. E o bacana é que esse design esportivo não é só de aparência. Veste um carro que também tem um desempenho diferenciado.

Mas nesse quesito tenho algumas restrições. Com essas enormes faixas, detalhes em vermelho, teto e apliques pretos, pra mim o design cansou rapidamente. Do meu ponto de vista deveria ser um pouco mais discreto.

Por dentro a pegada é a mesma, porém menos espalhafatosa. Tem apenas um friso no painel e costuras vermelhas nos bancos e no volante revestidos em couro. O restante é preto e grafite, com materiais de boa qualidade e  arremates bem-feitos. Mas como topo de linha, merecia a parte superior do painel e das portas em material emborrachado. Como nos tem nos Jeep.

E não gostei do quadro de instrumentos. Tudo bem, é digital, configurável e tem muitas informações. Como convém a um esportivo. Porém é tudo muito pequeno. E poderia ter um layout mais bonito, com mostradores maiores, velocímetro e conta-giros separados. Facilitaria a leitura.

Pelo menos é bem equipado. Versão única, vem com faróis e lanternas em LED; chave presencial; partida remota; multimidia de 10,1” que espelha celular sem fio; carregador por indução; ar-condicionado digital automático com saída atrás; espelho interno eletrocrômico; freio de estacionamento eletromecânico; sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento na frente e atrás. Eu não faço questão, mas poderia ter teto solar opcional. Tem quem gosta.

Quando o assunto é espaço, também descobri um penaltizinho. Por ter a mesma carroceria do Pulse, o espaço interno deveria ser igual, certo? Atrás sim, dois adultos e uma criança vão bem. Na frente, porém, o largo console roubou espaço das pernas, fazendo com que a direita do motorista e a esquerda do passageiro, fiquem o tempo todo encostadas nele, causando um certo desconforto depois de algum tempo. O porta-malas é igual.

 

Capacidade do porta-malas: 370 l

 

Em segurança poderia ser um pouquinho melhor. Tudo bem, tem quatro airbags, sendo os laterais duplos para tórax e cabeça; controles de tração e estabilidade; assistente de permanência em faixa; alerta de colisão com frenagem autônoma; farol alto automático; e alerta de frenagem de emergência. Mas um sensor de ponto cego faz falta nesse nosso trânsito maluco.

Agora chegou a hora da cereja do bolo. A mecânica. Como um autêntico Abarth, ganhou veneno no motor; câmbio; suspensão; direção; freios; rodas e pneus. O motor é o mesmo 1.3 T270 flex de até 185 cavalos e 27,5 kgfm de torque. Porém ganhou uma nova calibração da central eletrônica para entregar a potência e o torque mais rapidamente.

 

Motor – 1.3 turbo flex – 16V

                           gasolina    etanol

Potência (cv)         180          185

Torque (kgfm)       27,5        27,5

 

O câmbio, automático de seis marchas com conversor de torque, também foi recalibrado e tem trocas mais rápidas.

O resultado disso é um desempenho que pode ser chamado de esportivo, com um 0 a 100 em 7,6 segundos e uma máxima de 215 por hora.

Desempenho

                                gasolina   etanol

0 a 100 km/h (s)          8,0          7,6

80 a 120 km/h (s)        5,4          5,1

Vel. máxima (km/h)    214        215

 

O conjunto tem ainda três modos de condução: normal; manual, com trocas sequenciais nas aletas atrás do volante ou na alavanca de seleção; e Poison, ou veneno, acionado por meio de um botão no volante, quando o conjunto libera o desempenho máximo. E ainda aumenta o ronco do motor e deixa os controles de tração e estabilidade menos intrusivos, incrementando a tocada.

E tem mais. A direção elétrica, mais direta e precisa, é mais firme no modo Poison. E os freios foram redimensionados com discos e pinças maiores nas rodas da frente. Param bem o Pulse Abarth.

 

Disco dianteiros (diâmetro)

Fiat Pulse         257 mm

Pulse Abarth    305 mm

 

Mas pela proposta esportiva merecia freios a disco nas rodas traseiras.

A suspensão, independente na frente e de eixo de torção atrás, também mereceu muitas atenções. Para garantir uma boa estabilidade, em relação ao Pulse normal, o Abarth é 33 milímetros mais baixo, tem molas e amortecedores 13% mais firmes, além de barra  estabilizadora dianteira e eixo de torção traseiro com maior rigidez. Rodas mais largas de aro 17 polegadas e pneus de perfil baixo, completam.

Rodas: 7” x 17”

Pneus: 215/50 R17

 

O resultado é que, junto com uma vetorização dinâmica de torque do diferencial, ele faz curvas muito bem.

Agora vamos falar de consumo. Até que se saiu bem. Em nosso circuito cidade/estrada, usando o modo normal, fez 8,6 km/l de etanol e 12,1 km/l de gasolina.

 

Consumo médio (nosso circuito cidade estrada)

Etanol             8,6 km/l

Gasolina        12,1 km/l

 

E como anda? Ta aí o que encanta e o que desencanta no carro. Quando o assunto é extrair desempenho, o Abarth entrega isso com competência. Mas para andar normalmente na cidade, como descobri nesses dias do teste, é um pouco diferente. A suspensão mais firme não o deixa tão confortável. Mas isso é esperado em um esportivo. Só que a dele não filtra direito as imperfeições em pisos irregulares, deixando o carro áspero e com alguns barulhos. Além disso, o ronco que sai do escapamento no modo Poison, em pouco tempo passa a incomodar, e não fica gostoso como em outros esportivos.

Enfim, bem equipado, com bom desempenho e com o preparo que foi feito, pelo que custa tem uma boa relação custo-benefício.

 

Pulse Abarth       R$ 149.990

(junho 2023)

 

Mas se for comprar um, lembre-se que no dia a dia você vai ter que fazer algumas concessões ao conforto.

Um abraço e até a próxima.

 


 

– Notas do Emilio –

 

Desempenho                9

Consumo                       8

Segurança                     9

Estabilidade                  8

Acabamento                  8

Espaço interno              7

Porta-malas                   7

Custo-benefício            7

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br