Postura ao volante: feio é bancar o Toretto!

Postura ao volante: feio é bancar o Toretto!

Conseguir permissão para guiar um automóvel é um desafio para muita gente. Para “tirar” a carteira, pretensos motoristas passam por exames de direção que exigem fundamentos básicos para comprovar a capacitação para conduzir um automóvel. No entanto, há um comportamento padrão para os “vestibulandos do volante”, que geralmente são treinados para serem aprovados no exame de direção. Depois disso, cada um aprende por conta própria, por mais doloroso que possa ser.

Capacidade de antever reações de demais motoristas, calcular o tempo de uma ultrapassagem, sustentar uma marcha ou ritmo da aceleração num piso de pouca aderência, são conhecimentos que surgem com o tempo. No entanto, vícios de postura devem ser percebidos e corrigidos durante toda a vida como motorista, não apenas para fazer bonito diante do examinador do Detran, mas para que se consiga dirigir de forma segura e precisa. E o pior, há quem ache certo guiar como se estivesse contracenando em “Velozes e Furiosos”, acreditando ser o próprio Dominic Toretto.

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Mão na alavanca de câmbio

Parece bobagem, mas tem muito motorista que tem o hábito de repousar a mão sobre a alavanca de mudanças do câmbio. Seja automático ou manual, o sujeito esquece a mão na alavanca e dirige apenas com a esquerda, ou acha que lá fará trocas mais rápidas, como se fosse o próprio Toretto, levando sua vida a cada 400 metros. Durante a condução, é fundamental que as duas mãos estejam sempre no volante. É por isso que eles têm recebido cada vez mais comandos, como do rádio, computador de bordo, troca de marchas, dentre outras funções.

Tudo isso para que o motorista não precise tirar uma das mãos do volante, pois na necessidade de uma manobra emergencial, cada uma das mãos deverá “empurrar” o volante para a esquerda ou direita. Com uma única mão, as chances de não conseguir completar a manobra é grande.

Posição das mãos ao volante

Se as duas mãos estão sobre o volante, é preciso que estejam na posição correta. Tem gente que gosta de dirigir com as duas mãos sobre a parte superior do arco, ou com as mãos na base, segurando cigarro e por aí vai. Toretto curte exibir seus bíceps mantendo a mão sobre o arco do volante.

A posição correta das mãos é na popular “quinze para as três”. Basicamente as mãos devem ficar alinhadas paralelamente, sobre a base horizontal do volante. Os volantes atuais até contam com ressaltos para acomodar melhor as mãos e até mesmo os dedos polegares.

A importância dessa posição é necessária para permitir que o motorista tenha maior precisão em manobras de emergência, como desviar de um animal que atravessa na pista. Com as mãos posicionadas de forma correta é possível girar o volante até 90 graus (sem a necessidade de escorregar as mãos) e retornar à trajetória de forma precisa e ágil, o que se torna mais difícil com as mãos posicionadas de forma incorreta.

Outra observação importante, com as mãos posicionadas paralelamente no arco do volante, em caso de colisão e deflagração do airbag, a expansão da bolsa tenderá a afastar os braços para as laterais. Caso uma das mãos esteja nas partes superior ou inferior, a bolsa tenderá a empurrar mão e antebraço em direção ao tórax e rosto do motorista, podendo ampliar os ferimentos.

Banco reclinado

Este é um erro crônico e recorrente. Por razões que não se consegue entender, o que não faltam são motoristas que reclinam o banco e dirigem pendurados no volante.

A cena é comum, o espertão praticamente deita o banco, segura a direção com o braço esquerdo e mão direita sempre na alavanca, pois ele se acha o Dominic Toretto, que não pode perder o tempo da troca e também precisa mostrar que é tão bom de braço que só precisa de um.

Além de ser cafona, barango e parecer coisa de gente com distúrbio neurológico, conduzir dessa maneira é um perigo. A começar pelo fato de em caso de colisão, a falta de um suporte para o dorso certamente irá agravar os ferimentos do motorista, pois o cinto de segurança perderá sua eficiência devido à posição incorreta do motorista.

Além disso, pendurado ao volante, o motorista, quando faz uma manobra, precisa empurrar todo o peso de seu dorso no braço. Em caso de manobra evasiva, sem o apoio das costas no encosto, ele não terá firmeza e força para girar o volante com velocidade e depois corrigir a direção.

Pé na embreagem

Este é um vício comum em muitos motoristas. Deixar o pé esquerdo descansando no pedal da embreagem pode até não comprometer a segurança da direção. Mas fatalmente vai atingir o seu bolso. Quando se mantém o pé repousado no pedal da embreagem, por mais leve que pareça, essa pressão irá acelerar o desgaste da embreagem e reduzir sua vida útil. O correto é manter o pé sempre para o lado. Inclusive, boa parte dos automóveis conta com um descanso para o pé esquerdo, ao lado do pedal. Nesse quesito não há como condenar o valentão do cinema, pois a gente não vê os pés dele.

Posição correta ao volante

Encontrar a melhor posição ao volante não é uma tarefa árdua. É preciso combinar dois elementos: distância do assento em relação aos pedais, distância entre o encosto do banco e o volante.

Medir a distância exata do assento para oferecer a melhor posição para as pernas é simples. Para encontrar a posição ideal, basta pisar na embreagem com o pé direito. O motorista deve conseguir pressionar o pedal até o fundo sem que a perna fique totalmente esticada. Com essa distância é possível debrear, frear e acelerar com o joelho flexionado, de forma que o próprio movimento seja capaz de mover os pedais.

Para descobrir a distância ideal entre o encosto e volante, o motorista precisa manter o encosto do assento numa inclinação confortável, mas que as costas fiquem totalmente apoiadas no banco e os punhos consigam tocar a parte superior do volante. Assim, o braço estará flexionado (não esticado) quando se empunha o volante na posição ideal (quinze para as três). Essa posição permitirá o que o motorista tenha força suficiente e distância para girar o volante a até 90 graus e retornar com agilidade e precisão.

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E lembre-se, Toretto só existe no cinema e ainda tem dublê!

 

Fotos: Universal Pictures e Carros com Camanzi

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Marcelo Iglesias Ramos – Jornalista | Design Gráfico – (31) 99245-0855

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br