O que é mais fácil de “dirigir”, um navio ou um Toyota SW4?

O que é mais fácil de “dirigir”, um navio ou um Toyota SW4?
Foto: chicolelis

Bem, começa pelo acesso: no SW4, você se aproxima, puxa a porta e ela se abre com facilidade. Para ter acesso ao navio você tem que ser um super-herói para subir por uma escadinha colada ao costado do navio  (assista ao vídeo, entrando no navio, https://www.youtube.com/watch?v=7unqCY7XKUs), tendo como proteção apenas o colete salva vidas.

Foto: chicolelis

Nada de cinto de segurança ou algo parecido. É só a cara e a coragem mesmo. E haja coragem!

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E quem é este “motorista” e o que ele faz? Ele é o Prático, profissional que “dirige” todos os navios que entram em todos os portos do mundo, orientando o timoneiro para evitar qualquer tipo de problema. É uma profissão que existe, segundo indícios, há mais de 4.000 anos, praticada pelos fenícios.

E ele, meu amigo, que prefere seguir anônimo, também dirige o seu carro e, por isso, pode fazer a comparação entre pilotar um navio e seu Toyota. A bordo do navio, seja ele de passageiros ou carga, ele assume o leme, não fisicamente, mas passando instruções de manobras para o timoneiro.

Tudo depende de variáveis diversas, como vento, correnteza, pesos na proa (frente) ou na popa (traseira), se a maré está subindo ou descendo. Todas as informações que ele tem sobre essas condições e também sobre a embarcação.

O porto de Santos – o maior da América Latina – sofre muitas interferências da neblina e então a navegação é suspensa, quando a visibilidade é menor que 0,5 milha marítima, ou 926 metros. E só segue adiante, se for surpreendido em meio ao caminho, porque é praticamente impossível parar o navio. E, no navio, como acontece com a SW4 não tem farol de neblina, para enfrentar a serração da Imigrantes ou da Via Anchieta (ligação entre Santos e a Capital).

Há também, em algumas épocas do ano, ondas ou ventos que impedem a navegação. As vagas acima dos 3 metros fecham o porto, assim como ventos de 30 nós (entre 39 e 49 metros por hora). Existem viagens, de carro, que são muito prejudicadas por fortes ventos que sopram na serra da Imigrantes e é preciso estar atento ao volante para não ser jogado para outra pista.

No navio, dois setores. No carro, um só

Em todo navio, são dois os setores, operados por várias pessoas. Um deles é o da náutica e outro é o de máquinas, onde são operados os motores da embarcação. Na SW4 existe apenas um setor e um operador, que cuida de tudo no carro, desde sua partida até sua chegada ao destino. E, para estacionar, ainda conta com câmeras de estacionamento.

E ainda tem um tal de “calado de verão”, para complicar ainda mais as coisas. Uma explicação simples para este fenômeno é essa: “calado de verão” é um termo naval para o navio carregado com carga total. Este calado é corrigido para as piores condições sazonais. Durante o verão, a água é mais quente, então se expande um pouco, perdendo densidade. Este efeito faz com que os navios flutuem mais fundo. Bem, quando vocês vierem a Santos, vão poder ver tudo muito de perto, porque para chegar ao Porto, os navios passam pelo canal, praticamente dentro da cidade, a uma distância de aproximadamente 200 metros da murada da avenida, por onde circula a SW4 e outros veículos terrestres.

Foto: divulgação Toyota

 

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chicolelis

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chicolelis começou no jornalismo em 1960, no jornal A Tribuna (Santos/SP), passou pela Ford, onde foi aluno do mestre Secco, foi para a Goodyear, depois para O Globo (Sucursal de São Paulo) e dali para GM, onde ficou por 18 anos. Em seguida, fez consultoria para a Portugal Telecom e depois editor do Caderno de Veículos do Diário do Comércio (SP) 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br