De Gramado, RS (*)
Se tem uma coisa que preocupa em qualquer setor, é a mudança. E quando envolve grandes investimentos, como no setor automobilístico, é mais complicado ainda. Pior quando um produto é líder no mercado e outro, no segmento. Foi o que aconteceu com o Chevrolet Onix, o mais vendido, e com o Chevrolet Prisma, que encabeça o segmento dos sedãs compactos. Mas, a cartada da General Motors com a linha 2017 foi muito certeira e vai obrigar a concorrência a trabalhar bastante, se quiser seguir os passos dos novos modelos. Além de terem ficado mais atraentes, ganharam aperfeiçoamentos mecânicos que os deixaram mais econômicos e estão mais conectados com as redes sociais, a moda do momento. E veio, também, uma nova versão aventureira – tipo de carro que faz a cabeça de muito consumidor brasileiro .
Esta foi a primeira reestilização desde que os dois modelos sugiram no mercado: o hatch Onix, em 2012, e essa segunda geração do sedã Prisma, em 2013. O Onix pode vir com motor 1.0 ou 1.4, enquanto o Prisma, só com o 1.4. Apesar de adotarem as linhas globais da GM, ficaram com uma identidade própria e com uma pegada mais esportiva, que agrada logo à primeira vista. O capô do motor é novo e mais baixo, o que além do efeito estético ajuda na aerodinâmica, detalhe importante para diminuir o consumo. Grade, faróis e para-choque também entraram na mudança de visual. Na traseira, o Onix ganhou novas lanternas e para-choque. O Prisma, por sua vez, recebeu um tratamento maior: além das novas lanternas e para-choque, a tampa do porta-malas agora tem um pequeno aerofólio integrado.
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Consumo
Uma das grandes preocupações com a linha 2017, em ambos, foi com o consumo de combustível para atender às novas normas de eficiência energética. O trabalho passa pela evolução dos motores 1.0 e 1.4, com novos pistões, bielas e anéis para diminuir os atritos internos; a utilização de óleo de menor viscosidade; sistemas de arrefecimento e elétrico otimizados; uma nova central eletrônica de maior capacidade e velocidade de processamento; direção com assistência elétrica; e um novo câmbio manual de 6 marchas (o automático continua de 6 marchas, com possibilidade de trocas manuais sequenciais). O trabalho continuou na aerodinâmica. Além do capô, foram aplicados defletores na frente das rodas dianteiras e traseiras; na frente do eixo traseiro; e na frente do tanque de combustível. Para completar, ambos ficaram 10 milímetros mais baixos para diminuir a área frontal e os freios são de baixo arrasto. A carroceria, com a reestruturação de várias peças com aços de alta resistência, ficou 32 quilos mais leve no Onix e 34 no Prisma; e, agora, os pneus são do tipo “verdes”, com menor resistência ao rolamento. Um “pacote” que permitiu uma redução de consumo de 18% no Onix e 22% no Prisma, ambos com motor 1.4, e ganhou o nome de Eco.
Internamente, foram redesenhados os painéis das portas que ficaram mais “integrados” com o painel, fazendo com que, tanto o motorista como o passageiro, se sintam “envolvidos”. Os materiais empregados, principalmente no painel, e o revestimento, também ganharam um up-grade fazendo com que o interior fique mais agradável. O quadro de instrumentos também tem um novo grafismo. Uma grande sacada nos novos modelos é a adoção do OnStar em todas as versões, sistema que, por meio de um “chip” próprio, coloca os ocupantes em contato direto com uma central de assistência. Entre outras vantagens, tem a possibilidade de auxílio na recuperação do veículo em caso de furto ou roubo. Além disso, o sistema estreia com o Onix e Prisma um serviço de diagnóstico, que, por meio de um aplicativo no celular, o usuário pode conferir alguns parâmetros do veículo, como a quilometragem total percorrida e até a pressão dos pneus. O sistema multimídia MyLink é de segunda geração, e permite o acesso às redes sociais e espelhamento de smartphones com os aplicativos Android Auto e Apple CarPlay.
Onix Activ
Pensada para quem curte uma “aventura urbana”, o Activ é a versão do Onix com “fantasia off-road”. O figurino não se diferencia de outros tantos que circulam por aí: para-choques dianteiro e traseiro mais “robustos”, com uma imitação de “peito de aço” na parte inferior; molduras nos para-lamas; estribos; e rack no teto. Equipado com pneus maiores e molas diferenciadas, pelo menos 30 milímetros mais alto que a versão “normal”, o que permite pequenas aventuras em estradas de terra com mais tranquilidade, além de enfrentar melhor a selva urbana de nosso dia-a-dia de lombadas e buracos. Internamente, o diferencial fica por conta do painel e revestimento em cores contrastantes, que dão um ar mais jovial ao conjunto. Ele vem completo com todos os equipamentos das versões LTZ e só é disponível com motor 1.4. A única opção fica por conta do câmbio: manual ou automático, ambos de seis marchas.
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Como anda
Durante o bom test-drive de lançamento, a General Motors, além do Activ, só disponibilizou as versões LTZ, a topo de linha, tanto do Onix quanto do Prisma. De qualquer maneira, deu para sentir bem o resultado das modificações. A curiosidade maior foi com os modelos equipados com o novo câmbio manual de seis marchas. Surpreendeu pelos engates suaves e precisos, o que, aliado à nova direção elétrica, garante uma direção mais prazerosa. Além disso, com relações bem escalonadas, apesar de se sentir a falta de um pouco mais de potência (98 cavalos com gasolina e 106 com etanol), ele permite retomadas de velocidade sem sustos. Por outro lado, na estrada, mantém o motor em baixas rotações, contribuindo para o silêncio interno.
O trabalho que foi feito na suspensão, também trouxe bons frutos ao Onix e Prisma. Eles estão mais firmes ao rodar, com a nova calibragem da suspensão, nova barra estabilizadora dianteira e pneus. Além de um bom comportamento dinâmico, encarando curvas com mais tranquilidade e sem inclinar muito a carroceria, ambos se mostraram silenciosos mesmo nos pisos irregulares e com paralelepípedos, pelos quais passamos. No Activ, a diferença ficou por conta de uma inclinação um pouco maior da carroceria em curvas e mais sensibilidade aos ventos laterais, por conta da carroceria mais alta. Mas, nada que chegasse a preocupar.
Outra boa impressão que ficou, foi com o consumo de combustível. Abastecidos com gasolina, levando três adultos (dois bem gordinhos…) e sem maiores preocupações em economizar combustível, os computadores de bordo sempre mostraram médias em torno de 15 km/l na estrada, com o câmbio manual, e de 14 km/l, com o câmbio automático, demonstrando a eficiência das modificações que foram feitas com essa finalidade.
Enfim, o conjunto da obra ficou interessante: com o motor 1.4, o desempenho é bom, gasta pouco, o acabamento melhorou, a lista de equipamentos de série está maior e ainda ficou com um visual bacana. Pena que o preço aumentou e, apesar disso, ainda não foi desta vez que eles não vieram equipados com controles eletrônicos de tração e estabilidade. Nem como opcional.
Preços:
Onix:
LT 1.0 ECO R$ 44.890
LT 1.0 ECO + MyLink R$ 46.290
LT 1.4 ECO R$ 49.590
LT 1.4 ECO Aut. R$ 54.790
LTZ 1.4 ECO R$ 54.490
LTZ 1.4 ECO Aut. R$ 59.790
Activ R$ 57.190
Activ Aut. R$ 62.290
Prisma:
LT 1.4 ECO R$ 53.690
LT 1.4 ECO Aut. R$ 58.990
LTZ 1.4 ECO R$ 58.690
LTZ 1.4 ECO Aut. R$ 64.690
Fotos: divulgação General Motors
(*) O jornalista viajou a convite da General Motors