Nova Classe A tem respostas rápidas, no sentido literal
A Mercedes-Benz Classe A chegou a sua quarta geração no ano passado. O modelo foi um dos destaques da marca alemã no Salão do Automóvel de São Paulo e acaba de chegar ao mercado por R$ 194.900. Trata-se de um valor salgado, mas parelho com o BMW 125i M Sport, que é apontado como seu rival imediato. Mesmo assim, muito caro.
Mas a Mercedes-Benz tem bons argumentos para vender seu hatch premium. E, literalmente, o caro fala por si. A nova Classe A chega equipada com o sistema MBUX, que conta com assistente por reconhecimento de voz, como se fosse o SIRI do iPhone.
Basta qualquer ocupante dizer “Oi, Mercedes” que ela se coloca à disposição para sua próxima pergunta. De acordo com executivos da marca, o MBUX é o primeiro passo no sistema de interação entre o carro e o motorista.
Por hora, o hatch é capaz de obedecer comandos como trocar a estação do rádio, ajustar o ar-condicionado, informar dados do computador de bordo, como autonomia, assim como exibir no imenso quadro de instrumentos com duas telas de LCD, dados de desempenho. É possível até pedir que ela recolha o teto solar e até mesmo explique suas atribuições de bordo.
Mas não é só com perguntas e respostas que a Mercedes quer vender seu compacto de luxo. O Classe A chega ao mercado oferecido na versão A250 Vision, que conta com pacote farto com direito a assistentes de frenagem de três estágios.
Freio automático
O carro é capaz de perceber, num cruzamento, outro veículo cruzando a via e frear o carro completamente se ele estiver a até 50 km/h. Entre 51 km/h e 200 km/h ele inicia o processo de frenagem. E acima de 200 km/h a até a velocidade máxima (limitada eletronicamente) de 250 km/h ele aplica carga total caso seja detectado risco de colisão.
Tudo isso regado a acabamento em couro nos bancos, console, painéis de portas, além de alumínio e material que simula fibra de carbono.
Motor e câmbio
A Mercedes A 250 Vision chega equipada com uma unidade 2.0 de 224 cv e 35,7 mkgf de torque que dão ao modelo um comportamento esportivo, mas sem as brutalidades da impetuosa A45 AMG. Segundo os executivos da marca, o motor passa a contar com novo sistema de ajuste de abertura de válvulas batizado de Camtronic.
Em tese, a tecnologia ajusta o tempo de abertura de acordo com rotação. Ele deixa as válvulas abertas por mais tempo em rotações elevadas, para aumentar a coleta de ar numa situação de maior demanda e antecipa o fechamento em baixas rotações, para um comportamento mais eficiente.
Num percurso de aproximadamente 300 quilômetros, com direito a trechos urbanos e rodoviários, assim como subidas e decidas de serra, o A250 se mostrou bastante equilibrado. É um motor dócil, mas que muda de postura quando se aperta o acelerador. Mas o que chamou a atenção foi o consumo.
O computador registrou média de 13 km/l. Muito do bom trabalho do motor se deve a caixa automatizada de sete marchas e dupla embreagem 7G-DCT, que atua de forma impecável.
A suspensão independente nas quatro rodas tem ótimo acerto, assim como a direção. Tudo isso o que faz o Classe A um carro bastante firme e estável em velocidades elevadas. É o que se espera de um hatch de quase R$ 200 mil.
Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).