MPT processa BYD por trabalho análogo à escravidão

BYD inicia obras em Camaçari para construção de fábricaBYD inicia obras em Camaçari para construção de fábrica

BYD inicia obras em Camaçari para construção de fábrica

O Ministério Público do Trabalho (MPT) ingressou com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a montadora chinesa BYD e suas empreiteiras, JinJiang e Tonghe, exigindo indenização de R$ 257 milhões por danos morais coletivos.

A medida surge após a descoberta de trabalhadores chineses em condições análogas à escravidão e vítimas de tráfico internacional de pessoas durante as obras da fábrica de Camaçari, na Bahia – que antigamente pertencia à Ford.

A investigação do MPT revelou uma série de irregularidades graves. Entre as constatações, fraude na concessão de vistos, que não correspondiam às atividades efetivamente desempenhadas pelos trabalhadores; e até a retenção de passaportes.

Além disso, as condições de alojamento eram precárias, com falta de higiene básica e infraestrutura inadequada, incluindo cozinhas insalubres e número insuficiente de banheiros, obrigando os trabalhadores a aguardarem filas prolongadas antes do início das jornadas.

A investigação também diz que as jornadas de trabalho eram exaustivas, sem o devido descanso semanal, e havia a presença de vigilância armada, configurando ambiente de coerção. Segundo o MPT, cerca de 220 trabalhadores chineses teriam sido resgatados em dezembro, embora algumas fontes citem o número de 163.

Os trabalhadores eram supostamente submetidos a condições degradantes – e com grave sonegação de direitos trabalhistas, previdenciários e fiscais.

BYD inicia obras em Camaçari para construção de fábricaBYD inicia obras em Camaçari para construção de fábrica
BYD iniciou obras em Camaçari para construção de sua fábrica, mas suas duas empreiteiras foram acusadas de praticar trabalho análogo à escravidão

Falta de acordo

A ação judicial foi protocolada após a recusa das empresas em firmar um Termo de Ajuste de Conduta (TAC), o famoso “acordo”, proposto pelo MPT. Por sua vez, a BYD, em posicionamento sobre o caso, declarou ter rescindido contratos com o Grupo Jinjiang e afirmou não tolerar desrespeito à legislação brasileira ou à dignidade humana.

O processo em questão visa não apenas a reparação pelos danos morais, mas também busca garantir o cumprimento da legislação trabalhista e das normas de saúde e segurança, além de coibir futuras práticas de tráfico de pessoas e de trabalho análogo à escravidão.

A BYD se pronunciou a respeito. Confira, abaixo, o posicionamento da empresa, na íntegra.

A BYD reafirma seu compromisso inegociável com os direitos humanos e trabalhistas, pautando suas atividades pelo respeito à legislação brasileira e às normas internacionais de proteção ao trabalho. A empresa vem colaborando com o Ministério Público do Trabalho desde o primeiro momento e vai se manifestar nos autos sobre a ação movida pelo MPT.

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