Morre Sergio Marchionne, o homem que livrou Fiat e Chrysler de um naufrágio

Sérgio Marchionne – Reprodução Internet

Morreu hoje (25), aos 66 anos, o executivo italo-canadense, Sergio Marchionne, que comandava a Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Vítima de complicações após uma cirurgia no ombro esquerdo, na Suíça, o executivo acabou morrendo por embolia. Marchionne foi o principal personagem na constituição do grupo ítalo-americano, entre os anos 2009 e 2014.

Conhecido por trabalhar incansavelmente e por praticamente “morar” a bordo de um jato, numa interminável ponte aérea entre Estados Unidos e Europa, Marchionne foi responsável por tirar a Fiat da penúria e, também, por enxugar as operações da Chrysler, que renovou seu portfólio de marcas, como a criação da Ram, a conversão da Dodge em marca de alto desempenho, além de tornar a Jeep o principal brand da porção norte-americana da FCA.

Na Fiat desde 2003, Marchionne era conhecido como um grande negociante e por sua capacidade de reerguer empresas em situações difíceis. Foi protagonista do fim do imbróglio da parceria entre a General Motors e a Fiat, e ainda convenceu a GM a pagar US$ 2 bilhões aos italianos por não concluírem a compra da Fiat.

Sob o comando do executivo, a FCA passou por uma forte reestruturação para se tornar rentável. No Brasil, uma das principais marcas foi a construção da fábrica de Goiana (PE), que é considerada como uma das mais modernas do grupo, assim como mudanças severas na unidade de Betim, que é a maior fábrica da FCA em todo o mundo.

Em julho, Marchionne anunciou um plano global para o grupo, com investimentos de 45 bilhões de euros para os próximos cinco anos. Nesse montante, estão R$ 14 bilhões que serão investidos nas plantas de Betim e Goiana, para o lançamento de 20 produtos.

Executivos brasileiros que conviveram com Marchionne diziam que ele era um homem que não parava e que não conhecia fuso horário. Um executivo da Fiat disse, uma vez, que ele era um homem acessível, que estimulava os subordinados por exigir mais de si que dos outros. No entanto, não gostava quando tentavam conversar com ele em italiano apenas para ganhar simpatia.

Com aposentadoria marcada para abril de 2019, a morte do executivo foi um duro golpe para o Grupo, como declarou John Elknnan, herdeiro da família Agnelli (principal acionista da FCA). Para ele, a morte de Sergio Marchionne era o que todos temiam, já que o executivo era um profissional que defendia, acima de tudo, o desenvolvimento dos valores humanos.

Sergio Marchionne deixa esposa e dois filhos.

 

[su_divider]

 

Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).

 

[su_divider]

 

 

DEIXE SEU COMENTÁRIO
Postagem Relacionada