Minha primeira vez na ambulância

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Quando o motorista da ambulância do SAMU acionou pela primeira vez a sirene, eu tremi. E muito! Minha vontade foi de chorar, achando que meu fim estava próximo. Mas ele não veio e eu fui me acostumando com aquele som que, antes, só ouvira nas ruas, mas nunca deitado em uma maca dentro da ambulância, que seguia pela estrada a toda velocidade.

E lá ia eu, serra abaixo pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro, a SP 123, com o “pé embaixo”. O começo do medo foi em Santo Antônio do Pinhal (SP), onde dei entrada, no posto do SUS, na madrugada de sábado (27/07), com uma forte hemorragia nasal. Apesar de todo o cuidado, e atenção do jovem dr. Márcio Russo Nakasone (ele chegou até mesmo usar seus conhecimentos de acupuntura), meu caso exigiu a ação de um otorrinolaringologista e fui transportado para Taubaté, dando entrada no Hospital Regional do Vale do Paraíba (SP), por volta das 10 horas da manhã do sábado, onde o dr. Luciano Vilela de Oliveira fez uma cauterização de uma artéria rompida, causadora do meu problema. Sofri muito, mas tudo acabou bem, graças a capacidade do dr. Luciano.

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Abro aqui um espaço para falar dos atendimentos recebidos, tanto no SUS de Santo Antônio do Pinhal, quanto no hospital de Taubaté. Todos, desde os recepcionistas, passando pelos seguranças, enfermeiros e pessoal da faxina agiram com grande dedicação, gentileza e profissionalismo. Em todas as horas, que foram cerca de 12 delas, eu me senti seguro pelo atendimento recebido. “Inseguro” mesmo, só quando a sirene da ambulância “gritou” pela primeira vez.

Eu acho que o meu medo foi gerado pela forma como o paciente é transportado na ambulância, especialmente por se tratar de “marinheiro de primeira viagem”, como eu. Você é colocado em uma maca, de costas para a frente do veículo. Não vê nada porque os vidros não opacos e não existe teto solar. Fora isso, quatro cintos de segurança o mantém fixo à maca. Não é para assustar?

 

A ambulância

Todos nós, motoristas, já tivemos que dar passagem à uma ambulância. Não importa se estivermos naquele super congestionamento louco das grandes cidades, ou em uma estrada. Tivemos que sair da frente delas, subindo em calçadas ou saindo para o acostamento.

Isso porque o Código Trânsito Brasileiro estabelece que elas, além da prioridade no trânsito, têm livre circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de urgência, como era o meu caso. A lei manda que o uso da sirene (alarme sonoro) e de iluminação intermitentes para garantia da sua livre passagem.

Mas quem pode conduzir uma ambulância? Manda o CTB que o condutor de ambulâncias deve, como dita a Resolução nº 168, de 214 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), fazer curso especial, com 50 horas-aula e contar com uma estrutura curricular com tópicos sobre primeiros socorros, leis de trânsito,  direção defensiva e portador de CNH categoria D ou E. Ele deve acompanhar os atendimentos, independendo da equipe de saúde que ele transporta, junto com o paciente/passageiro.

São quatro os tipos de ambulância homologadas no Brasil. O tipo A (usada por mim) é chamada de “ambulância de transporte”, usada para simples remoções de pacientes sem grandes riscos. Ela leva uma equipe formada por um motorista e técnico de enfermagem. Não é necessário o acompanhamento de um médico.

A do tipo B, usada para suporte básico, transporta pacientes com risco de vida desconhecido. Diferente da A, deve ser equipada com materiais de suporte de vida. Também não é necessária a presença de um médico.

A ambulância do tipo C é usada para resgate, atendendo vítimas de acidentes. Além do motorista e do técnico de enfermagem, pode necessitar de outros profissionais, em situações mais complexas.

Quanto ao tipo D, denominada “suporte avançado de vida”, é usada para transporte de pacientes de alto risco de emergência hospitalar. Deve levar equipe altamente qualificada, como médicos e enfermeiros.

Essas navegam ou voam

 Aquelas dos tipos E e F são aeronaves (helicópteros e aviões) e F embarcações de transporte médicos em água. Ambas são usadas para transporte de pacientes em condições críticas, necessitando de cuidados médicos intensivos. As equipes destes dois tipos, vai depender as necessidades do momento. Mas, em geral, são formadas por médicos e enfermeiros, e equipadas com aparelhos necessários para atendimento de emergência.

 

Meu anjo da guarda

Sem mencionar seu nome, quero aqui registrar que, naquelas cerca de 12 horas de “sufoco”, tive ao meu lado mais que um amigo, mas o meu “Anjo da Guarda”, que não se afastou de mim por um minuto que fosse. E. quando eu dizia que ele, JCC, fosse descansar na sala ao lado, no PS de Santo Antônio, ele reagia: “estou te incomodando?”.

Claro que não! Ele esteve ali, de pé, por mais de cinco horas, me protegendo.

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