Mercedes-Benz vai lançar SUV elétrico no Brasil em 2020: Será que cola?

Mercedes-Benz vai lançar SUV elétrico no Brasil em 2020: Será que cola?

A Mercedes-Benz anunciou na última sexta-feira (5) que trará para o Brasil o seu primeiro utilitário esportivo elétrico. Batizado de EQC, o SUV chega ao nosso país já em 2020. Apesar de não ter divulgado o preço, a fabricante já avisou: seu produto será concorrente direto do Jaguar I-Pace e do Audi E-Tron. O primeiro já está nas lojas, enquanto o segundo deve ser lançado ainda este ano.

O SUV da Mercedes é empurrado por dois motores elétricos, um em cada eixo. Juntos, entregam 408 cv de potência e 78 kgfm. De acordo com a fabricante, a velocidade máxima do utilitário é de 180 km/h (limitada eletronicamente). O veículo acelera de 0 a 100 km/h em 5,1 segundos.

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As dimensões do EQC estão de acordo com os dados da concorrência. Um pouco maior (só um pouco) que o i-Pace, o SUV elétrico das Mercedes tem 4,67 m de comprimento, 1,88 m de largura, 1,62 m de altura e generosos 2,87 m de entre-eixos. A capacidade de carga também é digna de alguns elogios: 500 litros.

A autonomia do EQC é de mais de 400 km. A recarga — de pelo menos 80% — leva 50 minutos em carregador rápido de 400V. A mesma porcentagem pode ser atingida em 7 horas e meia de carga numa tomada “wallbox”, que pode ser instalada em casa. Segundo a Mercedes, ainda não se sabe se o acessório virá ou não de fábrica ou terá de ser comprado “por fora”.

O “visu” do SUV elétrico da Mercedes

O EQC tem muito da versão conceitual que esteve no último Salão de São Paulo. Destaque contudo, para os faróis afilados e para o excelente trabalho da fabricante na grade, que conta com a insígnia da Mercedes em evidência. Na traseira, as lanternas convergem para barra, dando boaa “vibe” de veículo que poderia ser dirigido ou divulgado em algum episódio de “Black Mirror”.

Ademais, habitáculo também surpreendente por sua elegância e modernidade. Os materiais são de boa qualidade, o acabamento é esmerado e, por fim, exala toda a luxuosidade de um modelo de estripe, como todos da família Mercedes. Isso sem contar que, apesar da sobriedade, tem uma pitada de vanguardismo que é digno de loas.

Além do visual um tanto futurista, o EQC conta com soluções igualmente engenhosas em termos mecânicos. O motor que fica no eixo dianteiro prima pelo “controle” em cargas baixas. Já o traseiro dá aquele empurrão de lutador de MMA no utilitário.

SUV elétrico: será que cola?*

A Mercedes-Benz acredita que o futuro é elétrico e, por isso, traz essa nova pegada, dos veículos EQ, que, de acordo com os alemães, são máquinas de “Inteligência Elétrica”. Este é o atual “projeto dos sonhos dos germânicos”.

No Brasil —  e no resto do mundo — , segundo a fabricante, o futuro é elétrico. Nada mais nobre que vislumbrar anos mais verdes, com veículos menos poluentes nas ruas, mas parece que os germânicos se esquecerem de alguns pequenos detalhes; especialmente no nosso país, que ainda engatinha na questão.

No Brasil, nem o reles mortal (me refiro a nós mesmo, da classe média) tem acesso a uma fonte energética de qualidade. A opção elétrica resvala na cobrança de taxas nas contas de luz por conta da, vez ou outra, escassez de eletricidade gerada. Em nosso país não esperamos pela bandeira quadriculada, mas sim pelas amarelas e vermelhas, que jogam os valores das contas nas alturas.

Outra coisa: será que, até 2020, as cidades estarão preparadas para os carros elétricos. Já há postos de recarga em grandes capitais, especialmente em São Paulo. Nas demais cidades do país a coisa ainda é, para a infelicidade da natureza, muito incipiente.

Será que a Mercedes (e suas concorrentes) estão antecipando uma tendência? Será que vamos desenvolver trabalho sério para incentivar a venda de veículos elétricos e facilitar a venda do condutor no pós-venda? Espero que sim. No entanto, para ser sincero, não vejo a coisa elogiando tanto nos próximos dois anos, “talkei”?

 

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Imagens: Divulgação Mercedes


 

Marcus Celestino é Jornalista e Cineasta
Já foi repórter do Estado de Minas e do Jornal do Brasil. Também atuou como editor do Auto Papo. Já cobriu os principais salões do automóvel do mundo e zerou, quando criança, todas as versões de Top Gear para Super Nintendo. Atualmente trabalha como analista de dados. Nas horas vagas tenta destronar Lewis Hamilton no modo carreira de F1 2018.

 


 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br