Mercedão elétrico
Doa a quem doer, mas a eletrificação dos automóveis é um caminho sem volta que irá sepultar o motor a combustão interna mais cedo ou mais tarde. Uma prova disso é o Mercedes-Benz EQC que acaba de ser apresentado na Suécia.
O jipão é o primeiro SUV 100% elétrico da marca alemã e chega ao mercado em 2020. Mas por quê a Mercedes, que tem uma gama imensa de utilitários (GLA, GLC, GLC Coupé, GLE, GLE Coupé, GLS e G) resolveu colocar justamente um SUV elétrico em sua gama?
Pelo fato de que os SUV’s estão vivendo seu auge. Eles agregam todas as comodidades de um sedã de luxo, o espaço para bagagem de uma perua, além de ser capacitados para ir onde o asfalto desaparece. O EQC chega num momento em que as fabricantes alemãs correm para colocar no mercado elétricos que não sejam experimentais, mas modelos que atendam as necessidades cotidianas, tenham boa autonomia de bateria, recarga ágil e praticidade.
Isso porque o governo alemão já decretou o fim da produção de automóveis com motores a combustão já na década de 2030. A tendência tem se espalhado em toda Europa, que busca alternativas para a importação de petróleo e, consequentemente, a redução de emissões de poluentes.
O jipão elétrico também tem foco no mercado chinês. A terra dos pandas tem limitado o licenciamento de automóveis a combustão e tem incentivado modelos elétricos para contar pesada poluição que se tornou um problema de saúde púbica por lá.
4×4 do futuro
Sendo assim o EQC surge para unir a fome com a vontade de comer. Tem todas as benesses de um jipão de luxo e não emite um grama sequer de poluente. Além disso, ele coloca em prática um sistema propulsão visto como o futuro dos utilitários 4×4.
O Mercedão conta com dois motores que geram 414 cv e 78 mkgf de torque. Montados sobre os eixos, eles distribuem a força para cada uma das rodas de forma independente. Tudo isso, sem a necessidade dos pesados e complexos sistemas de tração dos utilitários convencionais, como eixo cardã, diferencias, caixa de redução e demais componentes que fazem parte do glossário dos jipeiros.
O EQC conta com um sistema de gerenciamento que sabe como levar a eletricidade para cada uma das rodas, sem nenhum tipo de perda de energia com conexões mecânicas.
Com cerca de 2,5 toneladas, o jipão elétrico da Estrela das Três Pontas demanda de muita energia para se deslocar, ainda mais com uma aceleração de 0 a 100 km/h na casa dos 6 segundos e máxima de 180 km/h (limitada eletronicamente). Para dar força para os motores, o modelo tem 600 quilos de baterias montadas sob o assoalho. Segundo a marca, elas garantem autonomia de 450 quilômetros.
No final das contas a Mercedes-Benz saiu na frente no segmento dos jipes elétricos alemães. Audi e BMW já mostraram seus conceitos e-tron e iX3, mas que ainda não se concretizaram. Por aqui, o EQC segue sendo uma ficção, sem pistas de que será importado, ou não.
E vida que segue!
Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).
