Lincoln Continental: octagenário, mas cheio de moral
Pense numa limusine. Isso, daquelas de filme americano. É bastante provável que a imagem que venha à sua mente seja a de um Lincoln Continental. A marca de luxo do Grupo Ford lançou seu topo de linha em 1939. Foi um carro desenvolvido para Edsel Ford, filho de Henry Ford, que presidiu o grupo até 1943, quando morreu de câncer. De lá para cá, o Continental se firmou como a ofensiva da Ford contra os Cadillac da General Motors. O alto luxo fez dele um dos modelos mais procurados para conversão em limusines de aluguel. E para celebrar os 80 anos, a marca apresentou uma edição limitada para a atual geração do sedã, batizada de 80th Anniversary.
Nesses 80 anos, o Continental teve dois períodos de ausência: entre 1949 e 1956 e de 2002 a 2016. Até os anos 1990, o sedã sempre chamou atenção pelo estilo extravagante, mas com o crescimento das vendas de marcas japonesas e alemãs, acabou perdendo identidade.
Por outro lado, a arquirrival Cadillac resolveu inovar no estilo e acabou ocupando a lacuna deixada pela Lincoln no setor de limusines. A marca de luxo da Ford encontrou espaço no segmento de SUVs de luxo, tendo o
Navigator como principal modelo.
A atual geração tem estilo sóbrio, que nada lembra as clássicas terceira e quarta gerações. Mas nem por isso perdeu refinamento e oferece muito conforto, acabamento sofisticado e tecnologia para poder brigar com modelos como Audi A6, BMW Série 5 e Mercedes-Benz Classe E, além do Cadillac XTS.
Com 80 unidades numeradas, a edição de aniversário segue o mesmo padrão de acabamento da versão Black Label, com direito a poltronas individuais na fileira de trás com ajustes elétricos e console com comandos individuais de ar-condicionado. Ele ainda conta com sistema de redução de ruído interno, em modelos como o Audi A7.
Mas a cereja do bolo são as portas traseiras suicidas. Elas se abrem de forma oposta às da frente e as maçanetas ficam juntas nas extremidades de cada uma delas, tal como na quarta geração (1961 a 1969).
Já a motorização escolhida é exclusiva. Ele recorre a um V6 biturbo 3.0 de 400 cv e 55,3 mkgf, enquanto as demais versões são equipadas com motor V6 2.7. A transmissão segue automática de seis marchas.
Marcelo Jabulas é Jornalista e Designer Gráfico.
Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).