Lancia Aurelia B20 e a invenção do GT

Lancia Aurelia B20 e a invenção do GT

Karl Benz pode ter sido o inventor do automóvel a combustão, assim como Henry Ford foi quem viu que fabricar carros e canetas demandam a mesma lógica. No entanto, não há como negar que foram os italianos, herdeiros da Renascença, que imprimiram paixão no automóvel.

E coube a um italiano, criar o mais sensual do conceitos de automóvel: o Gran Turismo. Vittorio Jano já era um nome conhecido no meio automotivo antes da Segunda Guerra Mundial. Piemontês, filho de austríacos, o Jano teve passagem pela Fiat e Alfa Romeo. Na marca milanesa, ele projetou bólidos como o P2 de 1925, assim como o 12C, de 1936.

O designer era um profundo conhecedor do comportamento dinâmico dos carros de corrida. E para ele nada era mais natural que levar a performance para os carros de passeio. Em 1951, Jano desenho o Lancia Aurelia B20 GT.

Reza a lenda que o modelo foi o pai do conceito Gran Turismo. Por definição, todo GT deriva de um cupê. Esse, que por sua vez, é um automóvel duas portas, com a porção traseira mais curta que num sedã. Para quem não sabe, a expressão cupê vem do francês e significa “cortado”. O seja, um carro que foi encurtado.

B20

No entanto, não basta ser um cupê para ser um GT. O Gran Turismo é um carro projetado para longas viagens, mas somado de conforto e alto desempenho. É um automóvel que precisa ser agradável para o corpo e para a performance.

Assim, um legítimo GT demanda algumas exigências como configuração 2+2 (com dois pequenos assentos traseiros para auxílio para bagagens). Ele precisa de um conjunto mecânico mais dinâmico que de um sedã e claro uma carroceria que contribua para isso. O Aurelia B20 é tudo isso.

O Aurelia B20 GT

O B20 era completamente diferente do Aurelia (sedã) lançado em 1950. O modelo base tinha aquele característico formato dos sedãs dos anos 1940, com jeito mais caixotão, quatro portas e sem porta-malas destacado.

E o B20 subvertia tudo, deixava de ser o automóvel funcional para ser o carro focado no prazer. Era diferente dos antigos cupês que foram evoluindo desde o início do século 20. Era um carro sensual, com traseira fastback e capô longo. Estilo que seria copiado por fabricantes e estúdios europeus como Ferrari (com o 250 GT SWB), assim como Carrozzeria Touring, que desenhou o Aston Martin DB4, em 1958.

Raridade

Durante sua trajetória, que durou de 1951 a 1958, com cerca de 1,2 mil unidades produzidas, o B20 sempre utilizou motores V6. Na verdade era um mesmo bloco, dotado de carburadores Weber 40, que passou por revisões ao longo dos anos para elevar sua capacidade volumétrica de 1.8 para 2.5 litros. A primeira versão entregava menos de 60 cv, enquanto as versões mais potentes entregavam cerca de 115 cv.

A cada mudança a Lancia definia como uma série. Além do ganho de potência, o carro também evoluiu nas partes de transmissão e suspensão. Afinal, era um período em que a indústria se reestruturava do pós-guerra e sempre surgiam novos conceitos e tecnologias.

Raro, encontrar esse carro no mercado de antigos não é fácil. Dependendo do ano e da série os valores podem superar a casa de R$ 1 milhão (numa conversão direta para o real). Um preço até razoável para o primeiro GT do mundo.

 


Fotos: Divulgação


 

Marcelo Jabulas é Jornalista.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística.  https://www.youtube.com/garagemdojabulas

 


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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br