Fiat Fastback T270: deveria oferecer mais!

Fiat Fastback T270: deveria oferecer mais!

Hoje, o carro da vez aqui é o Fiat Fastback Limited Edition T270 Powered by Abarth. O único das três versões do modelo que tem o motor 1.3 turbo de 185 cavalos. De nome pomposo, a gente só tinha visto ele no rápido test-drive de lançamento. Agora chegou a vez de passar um pente fino nele rodando durante uma semana em nosso teste.

Se há uma coisa que o Fiat Fastback faz é chamar a atenção. Tudo bem, não foi o Fastback que todos esperavam, aquele SUV cupê apresentado no Salão de 2018. Mas o resultado final deste, feito sobre a plataforma do Pulse, ficou bom, já que a traseira, que é o grande diferencial, casou muito bem com o restante. E para tentar disfarçar a semelhança com o Pulse na frente, ganhou grade e para-choque diferentes. Iguais ao do Pulse Abarth.

A versão que avaliamos, é a topo de linha e a que vende mais. Só ainda não entendi porque tem nome de Edição Limitada. Detalhes escurecidos, como as rodas de aro 18 polegadas, e pretos, como na grade e retrovisores, dão aquele ar Dark que está na moda e agrada bastante.

Por dentro, as diferenças com o Pulse são pequenas. Pelo que custa, poderia ser mais original (R$ 158.490, em fevereiro 2023).

A exceção fica por conta do console que, por sua vez, é igual ao do Pulse Abarth. No restante é praticamente igual a não ser pelas novas cores e texturização que dão a impressão de um maior requinte, junto com os bancos revestidos em couro. Pena que o plástico rígido continua imperando no interior e superfícies macias ao toque só no apoio de braço central e das portas.

Outra coisa que não me agrada, é o quadro de instrumentos. Sim, é digital e com algumas configurações. Mas a resolução e leiaute não fazem um bom contraste com a boa central multimídia de 10,1 polegadas. Por falar nela, espelhamento de celular sem cabo, duas portas USB na frente e uma atrás, além de carregador por indução fazem parte. O ar-condicionado é digital, porém de uma zona só. Pelo menos tem saídas para o banco traseiro.

No quesito espaço também é praticamente idêntico ao Pulse. O motivo é simples. Como a plataforma e distância entre eixos são iguais, o espaço para as pernas é o mesmo –  Distância entre-eixos: 2,53 m

O que muda é o encosto do banco traseiro, mais inclinado, para aumentar o espaço para a cabeça de quem vai atrás por causa da caída do teto. Dois adultos de estatura média vão bem.

Agora, o que não dá pra reclamar, é do tamanho do porta-malas. Tem 600 litros de capacidade pelo método bruto. Ou seja, enchendo d’água. Ou então 516 pelo sistema VDA, o de bloquinhos. De todo modo, é um porta-malas de respeito.

                        Capacidade do porta-malas

                        Bruto: 600 l

                        VDA:  516 l

Eu disse que não tinha nada para reclamar no espaço do porta-malas. Mas quando a gente rebate o banco para aumentar o espaço, uma ingrata surpresa… A parte inferior dos assentos, que acaba ficando à mostra, não é revestida e fica aparecendo toda a parte interna passando a sensação de desleixo. Não custava nada tampar. Num carro desse preço… Ô dona Fiat, como a senhora faz uma coisa dessas? Que feio…

Outra coisa que me incomoda no Fastback, principalmente nesta versão, é quanto à segurança. Tem quatro airbags, sendo os laterais duplos para tórax e cabeça, auxiliar de permanência em faixa, farol alto automático e alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência. É um pacote bom. Mas, novamente, pelo que custa, tem concorrentes mais bem equipados nesse aspecto.

Mas agora vamos ver como anda. Claro que equipado com esse motor 1.3 turbo de até 185 cavalos e 27,5 kgfm de torque, o mesmo que equipa a Toro, o Renegade, o Compass, o Commander, e, com um pouco mais de pimenta o Pulse Abarth, o desempenho é um dos destaques.

                         Motor 1.3 turbo flex – 16V

                                                   Gasolina      Etanol

                        Potência (cv)         180             185

                        Torque (kgfm)      27,5            27,5

O motor, como nos outros modelos que citei, é acoplado ao mesmo câmbio automático de seis marchas. O conjunto tem três modos de condução. O normal, o manual, quando você faz a troca de marchas manualmente tanto na alavanca de seleção como nas borboletas atrás do volante, e o esporte. Aliás, o modo esporte é acionado por meio de um botão vermelho no volante e com o desenho de um escorpião, o símbolo da Abarth, divisão esportiva da Fiat. Bem legal. E nessa hora ele fica bem nervosinho.

                         Desempenho

                                                       gasolina   etanol

                        0 a 100 km/h (s)           8,4         8,1

                        80 a 120 km/h (s)         5,4         5,3

                        Vel. máxima (km/h)     210       210

Fazer de 0 a 100 em 8,1 segundos é um tempo muito bom, melhor do que alguns carros que se dizem esportivos. E com certeza vai agradar a quem curte uma condução mais animada. O único senão fica por conta de um turbo lag que incomoda nas retomadas de velocidade, especialmente no modo normal.

E o melhor é que, quando o assunto é consumo, ele também se sai muito bem.

                         Consumo médio (nosso circuito cidade/estrada)

                        Etanol                  10,0 km/l

                        Gasolina               14,1 km/l

Considerando o desempenho que o Fastback 1.3 turbo permite, as médias de 10 km/l de etanol e 14,1 km/l de gasolina que conseguiu em nosso circuito padrão de testes, são muito boas. No mais, é confortável e silencioso em asfalto liso. Mas a suspensão um pouco mais rígida e junto com largas rodas aro 18 e pneus de perfil baixo, o deixam um pouco áspero e com alguns barulhos internos em pisos irregulares.

                         Rodas: 7,0 x 18”

                        Pneus: 215/45 R18

Por outro lado, se comporta muito bem em curvas. O sub-esterço, aquela saída de frente, típica de carros de tração dianteira, só aparece no limite. Mas facilmente controlável.

E a direção elétrica, precisa e que fica mais firme em velocidade, incrementa o prazer ao dirigir. Os freios, a disco só nas rodas da frente, apesar de estarem bem dimensionados e terem atuado bem, acho que em um carro desse preço e, principalmente com esse desempenho, deveria ter discos nas quatro rodas. Seria mais coerente com a proposta dele.

Enfim, o Fiat Fastback agrada pelo design, bom espaço interno, um enorme porta-malas para a categoria e, nesta versão 1.3 turbo, também pelo belo desempenho e bom consumo. Porém, pelo que custa (R$ 158.490 em fevereiro 2023) deveria ter alguns equipamentos a mais, como um teto solar por exemplo e um ar-condicionado de duas zonas. Ou ter um preço menor, afinal pela sinergia de componentes com outros modelos da marca, os custos de produção também são menores. Um abraço e até a próxima.

 

Notas do Emilio

 

Desempenho                   9

Consumo                         9

Segurança                        9

Estabilidade                      8

Acabamento                     8

Espaço interno                 8

Porta-malas                    10

Custo-benefício                7

 

Lista de Equipamentos e Ficha Técnica do Fiat Fastback T270:

 

Veja também:

 

 

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br

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