Fiat 500X – bateu na trave do Tio Sam

Fiat 500X – bateu na trave do Tio Sam

 

Recentemente, publiquei que o Fiat 500X estava cotado para desembarcar no Brasil, mas foi impedido pela alta do dólar. A expectativa sobre o utilitário-esportivo (SUV) sempre existiu, mas nunca foi confirmada pela marca. A razão é o fato de a FCA concentrar seus esforços para vender utilitários com a grife Jeep, que certamente têm mais valor agregado que um jipinho com emblema Fiat.

Mesmo assim, flerta com um jipe piemontês para compor a marca de Betim, mesmo que numa “segunda divisão”. Quem se lembra da dupla Fiat Freemont e Dodge Journey sabe do que estou falando.

O Freemont foi um Journey anêmico vendido com o emblema italiano. Enquanto o dojão era equipado com um generoso V6, o ítalo-mexicano era equipado com um quatro cilindros de 170 cv – que pode até fazer um sedã médio se tornar um canhão, mas não um utilitário de duas toneladas. Para piorar, ele vinha com uma caixa automática de apenas quatro marchas, que fazia com que tivesse um consumo assustador.

Bom, voltando ao 500X… O jipinho italiano era prospectado para desembarcar por aqui, importado da Europa. Viria com o novo motor 1.3 turbo de 150 cv e 27 mkgf de torque. Esse motor é o mesmo que irá substituir a unidade 1.8 do Argo, Renegade e Cronos até 2020. Completa o conjunto, a tração integral e caixa automatizada de dupla embreagem. Isso mesmo, não seria a famigerada Dualogic com seus trancos eternos.

 

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No entanto, a escalada da moeda fez com que os executivos colocassem o modelo na geladeira novamente. “É um produto excepcional, mas custaria bem mais de R$ 150 mil. Isso torna inviável, pois não há como vendermos um SUV compacto mais caro que um Compass topo de linha”, me confidenciou um executivo da italiana.

Fato é que a Fiat precisa de um aventureiro para figurar abaixo do Renegade, na seara entre R$ 65 mil e R$ 85 mil. E ele está a caminho. A necessidade se faz porque a marca precisa recuperar volume. Nos últimos anos, a marca sepultou diversos modelos e estreantes como Mobi, Argo e Cronos ainda não conseguiram recuperar o volume de finados, como Siena EL, Palio Fire, Mille e demais cadáveres menos expressivos, como Idea, Bravo, Linea e Punto.

Ele explica que para bater o martelo o dólar não poderia custar mais do que R$ 3, para poder vender o jipinho por até R$ 120 mil. Assim ficaria entre o Renegade e o Compass. Basta lembrar que quando Antonio Filosa assumiu o controle da FCA ele deixou claro que a marca iria investir em novos utilitários, sendo dois da marca Fiat. O 500X poderia ser um deles, sem a função de fazer o volume esperado, mas serviria de chamariz para aquisição do futuro aventureiro fabricado em Betim.

Seja como for, a Fiat tem uma equação complicada para resolver. Mas, seria bem interessante ter o 500X por aqui.

 


 

Marcelo Iglesias Ramos é Jornalista e Designer Gráfico.

Está na área desde 2003, atualmente é o editor do caderno HD Auto, do jornal Hoje em Dia, de Belo Horizonte. Figura presente em todos os lançamentos, salões do automóvel e eventos da indústria automobilística. Para relaxar, tem como hobby escrever para seu blog de games, o “GameCoin” (www.gamecoin.com.br).

 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br