Elva: o tributo aos primórdios da McLaren
A McLaren se firmou como um dos grandes fabricantes de supercarros da atualidade. Desde o MP4-12C, de 2011, a marca britânica decidiu entrar de vez nesse milionário segmento, ainda mais que o desempenho da escuderia na Fórmula 1 não sabe o que é um título de construtor desde 1998. Para se manter nesse mercado é preciso conciliar volume com exclusividade. Não adianta querer fabricar 20 mil unidades do Senna para vendê-los a US$ 1 milhão. Ele nasceu custando 750 mil libras e hoje pode custar três vezes o valor, pelo fato de ter tiragem de apenas 500 unidades. Meno é mais. No mundo dos carros de luxo é muito, mas muito mais.
Em 2018 a McLaren vendeu 4.800 carros, com um portfólio de cerca de dez modelos. Ou seja, uma gama ampla garante volume e mantém a exclusividade, com tiragens baixas. E para disputar a atenção dos endinheirados num nicho em que há concorrentes como Ferrari, Porsche, Lamborghini, Bugatti, Aston Martin e selos “menores” como BMW, Audi, Mercedes e até mesmo competidores de marcas mundanas como Ford, Chevrolet, Nissan e Honda, é preciso ser criativo. Conta a favor da McLaren sua história nas pistas, afinal o time está na labuta há quase 60 anos. E a Elva surge como uma homenagem ao M1A, protótipo de 1964 equipado com motor V8 em alumínio da Oldsmobile, para correr no Grupo 7 da FIA e no circuito Can-Am. O nome Elva é uma referência à Elva Cars, fabricante britânica que se associou à McLaren para dar conta dos pedidos pelo protótipo que voava baixo nos Estados Unidos.
Com apenas 399 unidades a Elva se posiciona no topo da linhagem da McLaren, na chamada Ultimate Series, em que se postam modelos como P1, Senna e Speedtail. Como o M1A, a Elva é totalmente aberta, sem direito a para-brisas ou adição de capota de lona. Mas não se preocupe com o vento no rosto, a Elva conta com o sistema Active Air Management System (AAMS), que capta o fluxo de ar abaixo do capô e canaliza para uma saída à frente do painel, formando um bolha que anula o vento em altas velocidades. Há opção de capacetes e até mesmo um para-brisas fixo, caso seja de preferência do cliente e também para atender às exigências legais de alguns mercados. Apesar de manter a atual identidade visual da marca, a Elva incorpora elementos do protótipo, como as tomadas de ar sobre os para-lamas traseiros. Atrás dos bancos, se posiciona o conhecido V8 biturbo 4.0 de 804 cv, herdado do Senna, que faz do bólido um verdadeiro míssil.
E junto da Elva, a McLaren MSO, divisão de projetos especiais criou duas versões para o carro, a M1A Theme by MSO e a M6A Theme by MSO. A primeira remete ao carro que quebrou o recorde da pista de Mosport Park no GP de 1964 pelo campeonato canadense de carros esporte.
Já o segundo é uma homenagem ao lendário M6A que fez história no Can-Am.
O M1A era um carro que pesava apenas 550 quilos e a Elva não foge à regra. Para garantir rigidez e baixo peso, o carro tem carroceria de carbono que utiliza folhas de 30 microns de espessura que são sobrepostas para formar os painéis. E por ser um carro leve, para voar nos track days, a McLaren não oferece sistema de áudio, para não comprometer o peso, mas permite adicionar aparelhagem de som, vendido como opcional. Detalhes como emblemas em ouro ou platina também podem de ser adicionados.
Assim como projetos únicos pela MSO. Para quem pode pagar 1,4 milhão de libras, o Elva só não consegue impedir que chova. Ainda!
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