E “roubaram” o Jeep do Capitão dos Portos

E “roubaram” o Jeep do Capitão dos Portos

Só mesmo no Porto de Santos pra acontecer histórias como essa. E aconteceu de verdade! Tudo porque o soldado precisou deixar o Jeep do Capitão para fazer xixi.

E aconteceu nos anos 60, ou seria nos anos 70? Mas que aconteceu, aconteceu. De verdade! Um dia, o Capitão dos Portos, a maior autoridade da Marinha baseada em Santos, foi convidado para um almoço a bordo pelo comandante de um navio, seu amigo, ancorado no maior porto da América Latina, em Santos.
Fazia sol, como na maioria dos dias nessa amada cidade naquela época do ano. O trajeto entre a sede da Capitania dos Portos e o armazém onde estava o navio do amigo do comandante foi feito no Jeep da unidade, aqueles com capota de lona e sem janelas, com o vento entrando por todos os lados, o que amenizava um pouco, mas não muito, a alta temperatura.
Chegando ao Porto, o comandante desceu do veículo, estacionou junto à escada de acesso ao navio e subiu a bordo.
Passado algum tempo, o motorista do Capitão dos Portos sentiu uma necessidade enorme de atender uma de suas necessidades fisiológicas: mictar. Olhou para um lado, paro o outro  e viu um banheiro láááááá longe!
Apesar da distância, foi!
Ele sabia que o Capitão não voltaria antes de duas horas, o que lhe daria muito tempo para atender a vontade de fazer xixi. Com folga!
Mas, quando voltou, a surpresa desesperadora. O Jeep sumira. Ele não acreditava. Quem teria tido a coragem de roubar um Jeep da Marinha, com o símbolo oficial e a inscrição: Marinha do Brasil/Capitania dos Portos/Santos?
Mas alguém tivera coragem de realizar aquela façanha e levara embora o Jeep do Comandante da Capitania dos Portos.
Passaram-se as duas horas previstas, o Capitão dos Portos desceu e não viu o seu Jeep, apenas um cabisbaixo soldado/motorista.
Depois da continência, o rapaz, totalmente constrangido, explicou o acontecido: comandante, precisei ir ao banheiro e quando voltei alguém havia roubado o Jeep.
Foi a maior correria no cais. Como aquilo podia ter acontecido?
Não havia explicação.
Não havia mesmo, até que o conferente de carga e descarga, que nada sabia do caso e já que estava a bordo, dentro dos porões, avisou pelo rádio ao pessoal de terra:

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– “Sabem aquele carregamento de Jeep? Pois é, tem um a mais aqui no porão. Está cheio de coisas escritas e com uma âncora desenhada na lataria. Manda o guindaste pra tirar isso daqui pois este Jeep é clandestino e não vai viajar, não! Gritou com autoridade.

E o Capitão dos Portos voltou para a Capitania no Jeep.

… Coisas do Porto de Santos

* Essa história me foi contada pelo meu querido e saudoso amigo Álvaro, vô do João e do Lucas. Pena que ele se foi e não escreveu um livro sobre as muitas histórias, especialmente os apelidos que conhecia sobre o Porto, onde foi conferente, depois de ter trabalhado na Cidade de Santos (jornal da cidade, do Grupo Folhas, que durou pouco tempo), em A Tribuna, Estadão, O Globo.

 

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Foto: internet

 

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chicolelis começou no jornalismo em 1960, no jornal A Tribuna (Santos/SP), passou pela Ford, onde foi aluno do mestre Secco, foi para a Goodyear, depois para
O Globo (Sucursal de São Paulo) e dali para GM, onde ficou por 18 anos. Em seguida, fez consultoria para a Portugal Telecom e depois editor do Caderno de Veículos do Diário do Comércio (SP)

 

 

 

 

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