Calibrar pneus, só antes de pegar estrada
Porta-malas lotado, família no carro, tanque cheio, pé na estrada. No primeiro abastecimento, você lembra que não calibrou os pneus. Pede para calibrar e segue viagem. Certo? Errado!
É que depois de rodarem um tempo, eles estarão com a pressão alterada devido ao atrito com o solo em alta velocidade. Isto é, o ar dentro do pneu aquece e aumenta a pressão. Ao calibrar nessa situação, enchendo ou esvaziando, não estarão sendo inflados corretamente e a estabilidade do carro continuará comprometida, podendo provocar um acidente, sem contar o desgaste irregular. Como o correto é calibrar os pneus frios, nesse caso, deve-se esperar pelo menos uma hora para que a temperatura volte ao normal.
Por isso, antes de pegar estrada e para não perder esse tempo durante a viagem, faça uma espécie de check-list, colocando a calibragem dos pneus como um dos itens principais, sem esquecer de calibrar o estepe. Vai que você precisa dele… Ah, veja, também, em que condições será a viagem, isto é, com quantas pessoas, bagagem, etc. Lembre-se que, para cada situação, existe uma calibragem específica já testada pelo fabricante do veículo, que está indicada em um adesivo no batente da porta ou tampa do reservatório de combustível e, claro, no manual do proprietário.
Isso é muito importante para manter as características originais de estabilidade e frenagem do veículo, em qualquer condição de carga. Com pneus calibrados com pressão para pouca carga, porém com o carro lotado, ou ao contrário, mesmo que os pneus estejam em perfeito estado, as derrapagens são mais fáceis de acontecer e as distâncias para frear são alteradas. Existem, também, alguns carros que usam a mesma pressão nos pneus, com ou sem carga. Por isso, antes de ouvir os “palpiteiros” de plantão, certifique-se qual é a calibragem recomendada pelo fabricante para o seu automóvel.
Uma dica. Ao viajar, coloque sempre duas libras a mais do que o recomendado no manual em cada um dos pneus, independente da condição vazio ou carregado. Vai ajudar a preservar os pneus nesses buracos “tão raros” em nossas estradas.
Fotos: Emilio Camanzi