Em Meio a Denúncias de Maus-Tratos, BYD Anuncia Criação de Novos Empregos na Bahia
Investigada por Condições de Trabalho Degradantes, Montadora Planeja Expansão e Contratação de 10 Mil Trabalhadores
A BYD está sob investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) devido a denúncias de condições de trabalho degradantes em sua fábrica em Camaçari, Bahia. As acusações incluem agressões físicas e condições insalubres para trabalhadores chineses. Apesar disso, a empresa anunciou a criação de milhares de novos empregos como parte de um plano de expansão ambicioso.
Investigações e Denúncias
O MPT iniciou uma investigação após receber uma denúncia anônima em 30 de setembro, que resultou em uma inspeção no local em 11 de novembro, realizada com a participação da Polícia Federal. As denúncias envolvem cerca de 470 trabalhadores chineses contratados por empresas terceirizadas como Jinjiang Group, AE Corp e Open Steel. Relatos incluem agressões físicas, como chutes e socos, condições de moradia precárias, jornadas de 12 horas sem pausas adequadas e falta de equipamentos de proteção, além do consumo de água salobra.
A BYD reconheceu os incidentes e afastou os responsáveis, reforçando a fiscalização para assegurar o cumprimento das normas legais. A empresa ainda não decidiu se manterá as parcerias com as terceirizadas envolvidas, que são responsáveis por serviços de terraplanagem, montagem de estruturas metálicas e montagem interna para a produção de veículos elétricos.
Planos de Expansão e Geração de Empregos
Apesar das investigações, a BYD continua com seus planos para a fábrica de Camaçari, que está passando por uma revitalização significativa e se tornará a maior planta da empresa fora da China, com 4,6 milhões de metros quadrados. Adquirida do governo da Bahia por cerca de R$ 290 milhões, a planta terá 26 novas instalações, incluindo galpões de produção e uma pista de testes. A primeira fase de renovação está prevista para ser finalizada em março de 2025, com a montagem SKD dos modelos Song Pro e Dolphin Mini. A produção total, incluindo setores de pintura e estamparia, deve começar em agosto, permitindo a fabricação de ônibus, caminhões e o processamento de insumos para baterias, como o lítio.
A empresa anunciou a contratação de 10 mil trabalhadores entre janeiro e agosto de 2025, com o objetivo de gerar um total de 20 mil empregos diretos e indiretos. O plano de contratações prevê a abertura de 2 mil vagas em janeiro, 3 mil em maio e 5 mil em agosto, atraindo profissionais da Bahia e de outros estados.
Desenvolvimentos Futuros e Implicações
A construção da fábrica começou em março de 2024, no terreno anteriormente ocupado pela Ford. A expectativa inicial era concluir a primeira fase das obras até o final do ano, mas atrasos empurraram a conclusão para janeiro de 2025. Este atraso pode ter contribuído para as condições de trabalho denunciadas, com a pressão para cumprir prazos. O MPT continua investigando, prometendo concluir o inquérito e tomar as ações necessárias para garantir condições de trabalho adequadas e seguras.
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