De Carro Por Aí – Coluna 2918
Para novos clientes, VW automatiza
Na arrancada para manter crescimento, fazer lucros e retomar liderança perdida há 15 anos, Volkswagen desenvolveu projeto de produtos e R$ 7B em investimentos. Realiza a maior ofensiva de mercado no Brasil alinhando mostrar 20 lançamentos até 2020. Num leque de ações, desde a adoção do rótulo de Nova Volkswagen para assinalar nova postura a públicos interno, externo, revendedores, até a consciência da bobeada de não possuir utilitários esportivos em sua grade de produtos.
Agora, assumindo a distribuição de seus produtos para a América Latina, inicia passos com criação de versões de produtos já existentes. Primeiro deles, novos Polo e Virtus com opção de transmissão automática. Intenta aproveitar a desorganização do trânsito das cidades para oferecer o equipamento pró conforto. Também, segmento importante, satisfazer demanda de pessoas com deficiência – PCD.
Passo importante para segmentação de Polo e Virtus, ambos baseado na nova plataforma universal MQB, dinamizará o mercado com imaginada ao empregar motor da série 211 – o quatro cilindros com 1,6 litro de deslocamento, aspiração atmosférica, 117 cv de potência. O câmbio possui 6 velocidades, tem mecanismo pró economia, bloqueador do conversor de torque e a opção de troca manual Tiptronic.
Complementam a linha, iniciada como 1,0 e 1,6 aspirado e turbo.
Adicionará às características o fato de serem projetos modernos, contidos em peso, com o menor custo de reparabilidade, e os melhores classificados no item segurança.
Aliás
Para ampliar vendas da nova família Polo e Virtus, construídos sobre a plataforma modular MQB, VW quer ter novidades no Salão do Automóvel, em S Paulo: versões GTS de ambos os modelos.
Sigla filologica e morfologicamente inadequada – afinal GT é abreviatura de Gran Turismo, gabaritando apenas veículos de duas portas e com limitado espaço interno -, intenta identificar versões com aparência e melhor performance. Identificador maior, o motor 1,4 litro, injeção direta e turbo alimentador 150 cv e 255 Nm de torque.
Pontos decorativos como ser rebaixados em 1 cm, rodas em liga leve e 18”, decoração interna inspirada no Polo europeu, possíveis freios a disco nas 4 rodas.
Mais
Empresa apresentará próxima semana Fox e Voyage com transmissão automática tracionada pelo motor 1,6 EA211. Os arranjos para o Polo e Virtus enzimatizaram a decisão de fazer. Com isto empresa abre enorme leque de preços e opções para reter e conquistar clientes.
Cupê, ágil e para poucos, o Honda Civic Si
Honda mudou o seu modelo líder de tecnologia na família Civic, e sinaliza qual o futuro. Modelo 2019 agora é um cupê e o motor, antes aspirado, representa o novo caminho: 1,5 Turbo.
É coerente na proposta quase individualista – ante a contida quantidade oferecida. Preço equilibrado, R$ 162 mil; é muito bem ajustado mecânicamente, permitindo segurança e performance ao condutor. Motor tem a mesma base do oferecido no Civic turbo, mas apresenta alguns ajustes diferentes, produzindo 208 cv e 25,5 m.kgf de torque, entregues à caixa de marchas mecânica com seis velocidades. Mantém a tradição de boa compatibilidade entre os órgãos mecânicos – motor, transmissão, suspensão, freios a disco nas 4 rodas e direção elétrica com relação variada. Suspensão adaptativa, modos de regulagem do motor, pneus pró performance integram o projeto.
Questão básica é a quantidade, apenas 60 unidades neste ano. Honda informa ser disponível em todos os revendedores da marca, mas realidade é mais crua: todos pode vende-lo, mas ve-lo no salão de exposições será raridade – a rede Honda é numericamente quase quatro vezes maior ante o volume a ser importado. E das seis dezenas, deduza uma unidade: presidente da Honda no Brasil, Issao Mizoguchi foi a um revendedor paulistano, não aceitou desconto, e adquiriu a primeira unidade liberada.
Assim, querendo, quebre o porquinho e corra.
Roda-a-Roda
Também – Não se sabe se influência brasileira nos costumes mercosulinos, governo argentino por sua Dirección Nacional de Defensa del Consumidor convocou Volkswagen e FCA a fazer re call no novo Tiguan Allspace e nos picapes RAM 1500 e 2500. É a primeira intervenção do órgão. Antes assunto corria por conta dos importadores.
O que – No caso do Allspace, nova versão de 7 lugares, problema está no eixo dianteiro, com risco de perda de tração, e na bolsa de ar em frente ao motorista – montada erroneamente pelo fornecedor. No RAM o problema técnico se localiza na alavanca de câmbio, capaz de cair da posição Parking – estacionado, para Drive, andar.
Definição – Administrando doses homeopáticas – forma de preparar o mercado e manter atenções até o lançamento – Volkswagen informou ter definido motorização das primeiras séries do SAV T-Cross: 1,0 e 1,4 com injeção direta de combustível e turbo alimentador. Transmissão automática 6 velocidades.
Classe – Quer identificá-los como performáticos. Depois, versão 1,6 aspiração natural e transmissão mecânica. Leitor já percebeu, turbo marca o futuro – e separa classes.
Situação – Nissan ajeita os últimos parafusos para iniciar produção do picape Frontier na Argentina. Junta engenheiros da marca, espalhados pelo mundo, para compatibilizar as raízes da engenharia japonesa com as peculiaridades locais. Em essência quer dizer, o produto será bom.
E ? – O objetivo declarado é ser adaptado às necessidades da América Latina. Na prática muito mais adequado se comparado com o atual modelo mexicano. Faltou explicar aos seus compradores a defasagem para o uso no Mercosul, um atestado de 2o. nível relativamente ao modelo em gestação.
Visão – Piloto Lucas Di Grassi será um dos palestrantes no Global Agrobusiness Forum. Encontro mundial em S Paulo, reúne especialistas em negócios para aproveitar visões no segmento. Grassi falará sobre o Futuro da Mobilidade e as tecnologias mutantes do dia a dia do universo motorizado, e o automobilismo como laboratório propagador da nova matriz energética.
Derrapagem – Nota da semana passada a respeito de filme incluindo o desenvolvimento do Ford GT 40 como ferramenta mecânico-emocional para infringir derrota acachapante à Ferrari, suprimiu informação importante: a Ford estava comprando a marca italiana e, à hora da assinatura, o Comendador Enzo pronunciou algumas palavras em dialeto da Regio Emilia, levantou-se, saiu.
E ? – Toda a entourage, Leo Beebe, negociador da Ford, advogados, aspones, o tradutor oficial, ficou sem entender informação e postura, sentados, à espera do retorno de Ferrari – nunca ocorrido. Daí a reação de Henry Ford II, o neto, em franquear orçamento para criar carro e equipe para derrotar a marca italiana nas 24 Horas du Mans, mítica corrida de resistência na França.
Leitores – Luciano Brasil, engenheiro no Senado Federal, cobrou a ausência do porquê, e Alain Tissier, ex Vice Presidente da Renault, à época estudante, aduziu ter assistido às edições onde os Ford GT 40 venceram a Ferrari.
Mercado – Kawasaki busca nova clientela e investiu na transformação de seu modelo Sport Touring, o Ninja H2 SX SE. Investiu em todos os setores da motocicleta para transformá-la num veículo para dois usuários.
Como – Novo chassis em treliça, maior distância entre-eixos, motor revisado, mudança no rotor do compressor, re trabalho nas câmaras de combustão, angulação do comando de válvulas. Com isto o motor L4, 998 cm3, faz 210 cv!
Preço proporcional: R$ 130 mil.
Presença – VW iniciou vender na Argentina seu caminhão Constelation 25.360, motor Cummins 8,9 litros, 360 cv, 6×2, adequado à nova legislação de emissões.
Ainda não – Bom senso do governo de Maurício Macri na vizinha Argentina, frearam estudos e possibilidades de a Argentina voltar a ser a prova de abertura da temporada de Fórmula 1. Para reduzir custos, adequariam o circuito de Oscar Galvez para a classificação Grau 1 da FIA, permitindo provas do mundial de F 1 e Motos. Mas a recessão no vizinho país e a forte desvalorização do dólar postergou o interesse.
Solução – Se querem resolver, adotem a solução brasileira testada durante a passada Copa do Mundo de Futebol. Qualquer dos governadores brasileiros, destes empreendedores, construtores de estádios caríssimos, ociosos, sabem como gerir contas infladas, não entregar obras nos prazos e se esconder para não honrar o combinado. Tais mandatários, no governo Lulo-dilmo-petista assim o fizeram, saíram bem na fita e deixando-nos conta para pagar ad aeternam.
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José Roberto Nasser, carioca de nascimento e brasiliense por convicção, é um dos mais antigos jornalistas do setor automotivo brasileiro. Advogado, é também um apaixonado por carros antigos, motivo que o levou a fundar o Museu Nacional do Automóvel, em Brasília, onde preserva a história da indústria automobilística brasileira. Com um texto peculiar e muita informação, principalmente dos bastidores, a Coluna do Nasser, semanal, é leitura obrigatória para saber o que se passa dentro desse importante setor da nossa indústria.
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