Corvette na Indy 500

Por Marcelo Iglesias

 

No dia 28 de maio acontece uma das mais tradicionais provas do automobilismo, as 500 Milhas de Indianápolis, prova disputada desde 1911 e que, hoje, integra o calendário da IndyCar Series, comumente conhecida como Fórmula Indy. Muito além do traçado oval em quatro curvas, que permite que os monopostos beirem os 400 km/h, e das garrafas de leite aos vencedores, uma das grandes atrações da Indy 500 são os carros madrinha (Pace Car), que, este ano, caberá ao Chevrolet Corvette Gran Sport.

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Ele foi apresentado no ano passado e resgatou a edição que foi lançada pela primeira vez em 1962, ainda na segunda geração do esportivo. Agora, na sétima geração, a Stingray, o Gran Sport faz sua quarta aparição, o que lhe rendeu créditos para guiar os pilotos da prova antes da largada.

Equipado com a mesma unidade LT1 V8 6.2 litros de 466 cv da versão “básica” do esportivo, o Gran Sport conta ainda com transmissão automática de oito marchas, amortecedores com ajuste magnético de carga, rodas de liga leve aro 19 (na frente) e 20 (na traseira) exclusivas, freios Brembo com discos de cerâmica de 39 centímetros, além de apêndices aerodinâmicos em fibra de carbono.

Todos esses itens são padrão da versão e, para o carro madrinha da Indy, foi necessário apenas “adesivar” o cupê com o emblema da edição da prova, afinal, o Gran Sport conta com força suficiente para guiar os monopostos sem grandes pressões. Trata-se de um bólido que acelera de 0 a 100 km/h em 3,8 segundos, o quarto de milha (0 a 400 metros) em 11,8 segundos e beira os 300 km/h de máxima. Obviamente, não é mais rápido que os carros que correm na categoria, mas cumprirá a volta de abertura na marcha exigida para que os competidores façam a largada lançada (em movimento).

 

Vette na Indy

O Corvette é um frequentador assíduo nas provas da Indy 500. O esportivo da gravatinha já participou de 13 edições da corrida. É o modelo que mais atuou como pace car em Indianápolis, sendo seguido pelo irmão Camaro, que anota nove aparições.

O curioso é que o Corvette, esportivo mais famoso da Chevrolet, levou 25 anos para fazer sua estreia na prova. O primeiro Vette carro madrinha, foi preparado para a corrida de 1978. Era um C3 Stingray 25th Anniversary Edition, que trazia pintura em dois tons, numa referência ao degradê do conceito Mako Shark II, que deu formas à geração.

Depois disso, ele se tornou figura corriqueira na Indy 500, tendo sido o carro madrinha nas edições de 1986, 1995, 1998, 2002 (quando comemorou os 50 anos de produção), 2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2012, 2013 e 2015. Entre os motoristas que conduziram o carro na volta de abertura, estão o ator Morgan Freeman, o ex-secretário de defesa dos Estados Unidos Collin Powell, o ciclista Lance Armstrong e o piloto Emerson Fittipaldi (que foi campeão da Indy em 1989 e venceu as 500 Milhas em 1989 e 1993).

O engraçado é que, nos anos em que Emerson correu na categoria, o Corvette nunca lhe rendeu sorte como carro madrinha. Em 1986, quando o esportivo abriu a corrida em uma versão conversível da geração C4, Emerson terminou a prova na sétima colocação. Já em 1995, quando a corrida teve como pace car outro C4 conversível, Fittipaldi não conseguiu se classificar para a prova.

No entanto, o brasileiro guiou o Z06, movido a etanol, em 2008 e, naquele domingo, 25 de maio, os dois se entenderam e trouxeram sorte para o brasileiro Vitor Meira, que terminou as 500 Milhas de Indianapolis na segunda posição, atrás de Scott Dixon.

 

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