Citroën Aircross, sem perder o jeito

 

Às vezes, não é preciso mudar tanto para obter bons resultados. Foi o que aconteceu com o novo Citroën Aircross 2016, que agora só existe na versão aventureira. São quatro versões: duas mais simples, chamadas de Star e Live, que se diferenciam por terem o estepe dentro do porta-malas; e as mais equipadas, Feel e Shine, com a roda de emergência dependurada na traseira. No restante, todas têm a suspensão mais alta e o kit off-road, com molduras nos para-lamas e estribo falso.

Desenvolvido no Brasil, o grande diferencial do Aircross 2016 – ele só existe na América Latina – é a nova identidade que as modificações de estilo deram à frente para ficar com o visual global da marca. E ficou muito bom, como se pode ver nesta versão Feel do teste. São novos os faróis, mais estreitos, interligados pelo Chevron (símbolo da Citroën), dando um ar mais afinado à frente; as luzes diurnas em LED (só não tem na versão de entrada); a nova grade e o para-choque, com uma inclinação maior (23º) para evitar raspar em entradas de garagens ou lombadas.

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Nas laterais, são as molduras dos para-lamas que ganharam um novo desenho, bem como as faixas e barras no teto. As rodas passam a ser de 16 polegadas, de aço na versão de entrada e em liga leve nas outras. A traseira ganhou um novo para-choque, lanternas com moldura preta e nova capa de estepe, nas versões que o carregam do lado de fora. Enfim, as modificações são poucas, mas pontuais, e deram um visual mais atual ao Aircross.

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Internamente, também ganhou atenções. Tem novo painel pintado na cor do veículo, com saídas de ar quadradas – compondo o estilo que a Citroën batizou de “Squarcle” – e um quadro de instrumentos com um desenho simples e fácil de visualizar, formando um conjunto bonito. O revestimento dos bancos é em duas cores e agrada. Outra novidade é a central multimídia, com tela de 7 polegadas sensível ao toque, que traz como destaque as funções de espelhamento do smartphone, 16 GB para armazenar músicas e interação com aplicativos. Tem, ainda, as funções Bluetooth, som e computador de bordo. Pena que não tem GPS.

O acabamento, apesar do uso de muito material plástico, de uma maneira geral, é bem feito e agrada no visual, principalmente pelos bons arremates. O espaço interno continua grande e confere um conforto difícil de achar em um carro de seu tamanho. Cinco adultos se acomodam bem, inclusive no banco traseiro. A altura do teto, a largura da carroceria e a boa visibilidade em todas as direções, ampliam a sensação de conforto. Estranho é que, no meio do banco traseiro tem cinto de três pontos, mas falta o apoio de cabeça. Não dá para entender! E mais, por ser um carro com pretensões familiares, o porta-malas deveria ter mais de 403 litros.

 

Debaixo do capô

A mecânica também recebeu algumas afinações. Para adequar melhor o Aircross às nossas belas ruas esburacadas e cheias de lombadas, além de todos terem, agora, a suspensão mais alta, ela ganhou amortecedores com nova calibragem e uma barra estabilizadora mais fina na traseira, que permitem uma melhor filtragem das irregularidades. O resultado mostrou-se positivo. Além do Aircross encarar uma estrada de terra ruim com mais facilidade, ficou mais confortável, menos barulhento e sem interferir na boa estabilidade que é coerente com a proposta do veículo. Só a inclinação da carroceria, por causa da barra estabilizadora traseira mais fina, é que aumentou um pouco em curvas, mas nada que chegasse a atrapalhar o bom comportamento dinâmico do monovolume. Como é alto, não é recomendável abusar nas curvas. De qualquer maneira, deveria ter controles eletrônicos de tração e estabilidade de série.

Todas as versões passaram a ter direção com assistência elétrica do tipo regressiva. Mostrou-se leve em manobras, mas, em velocidade, deveria ter uma carga maior para não ficar tão sensível, reagindo ao mínimo toque no volante, o que dificulta um pouco sua manutenção em linha reta. Pelo menos, o volante do tipo esportivo, com base achatada e boa empunhadura, e o banco, que permite uma posição de dirigir correta, amenizam a situação.

Esta versão Feel tem motor 1.6 e câmbio manual de 5 marchas (o antiquado automático de 4 marchas é opcional). Como nas outras versões, perdeu 45 quilos de peso; o motor, com novos retentores, passou a usar um óleo de menor viscosidade; a relação do diferencial foi alongada em 5% e ganhou um indicador de momento ideal de troca de marchas no painel. São estes detalhes que influenciam na melhoria do consumo de combustível. Porém, no circuito metade cidade/metade estrada, as médias poderiam ter sido melhores: com gasolina chegou aos 10,3 km/l, enquanto que, com etanol, fez 7,3 km/l.

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Quanto ao desempenho, sente-se um pouco o alongamento do diferencial, especialmente nas retomadas de velocidade com ele carregado, obrigando a algumas reduções de quinta para quarta para manter a média em subidas.  Mas, de uma maneira geral, os 122 cavalos e os 16,4 kgfm de torque com etanol do motor, acabam dando conta do recado e deixam o Aircross com uma boa agilidade.

Enfim, apesar de não ter grandes modificações, o Citroën Aircross tem uma nova cara que agrada e as evoluções que foram feitas se mostraram positivas. O melhor, porém, é que, com a racionalização, passou a ter uma boa relação custo/benefício, principalmente nesta versão Feel, com câmbio manual. Bem equipada de série (só a pintura metálica e a tela de 7” com detector de obstáculos traseiro são opcionais), é uma boa alternativa para aqueles que querem um veículo com cara de aventureiro e bem equipado, mas não têm verba para comprar um SUV compacto de nosso mercado.

 

Preços:

Aircross 1.6 Feel (manual)                                     R$ 59.990

Pintura metálica                                                      R$   1.390

Tela de 7” com detector de obstáculos               R$   1.400

 

Notas do Emilio para o Citroën Aircross.docx

Ficha Técnica Novo Citroën AIRCROSS 2015_2016_def

 

Fotos: Divulgação Citroën, Camila Camanzi e Emilio Camanzi

 

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Ver comentários (11)

  • Olá, galera tudo bem? Eu tenho um air cross 2016 e acho ele um pouco baixo em relação ao chão, queria saber se há possibilidade de aumentar a suspensão para fica mais alto para não ter problemas de quando passar no quebra mola ou buracos consideráveis de ralar no chão. Se alguém tiver experiência Se já fez ou uma dica agradeceria desde já.

  • Tenho um 2015 automático. O carroteiro é uma verdadeira LOBA. Faz 5.5 na cidade e 8.0 na estrada com gasolina. O manual é mais econômico. Porém, Aircross nunca mais.

  • Tenho a versão Live 1.5 já a tres meses ,estou adorando o carro ! Achei muito honesta a sua avaliação e acho que para quem tem vontade de adquirir um carro de porte mais avantajado vale a pena conferir ...

  • Foi só eu ou mais alguém leu o texto com a voz do Emílio na mente?

    A Citroën deixou a Aircross mais interessante, gostei dessa opção de versões sem o estepe na traseira.

  • Espera-se uma real melhora nestes modelos, felizmente alongaram o diferencial, já que os antigos em quinta a 120 km/h a rotação ia a 4000 rpm, mas o que se percebe nos motores citroen é o baixo torque, ao meu ver, ficaria mais econômico e prático a instalação de uma 6ª marcha, mantendo a relação do diferencial, o que manteria a agilidade no trânsito pesado das cidades mas com uma melhora no consumo na estrada. Contudo, a citroen necessita urgente melhorar no quesito qualidade, as peças internas batem e principalmente, diminuir o custo das manutenções, altíssimas por sinal, o que faz com que o carro não tenha a confiabilidade de um toyota e uma altíssima desvalorização

  • O grande problema é o prazo que as concessionárias estão pedindo para entregar o veículo: aproximadamente 60 dias. Aí desanima hein ?

  • Ótima matéria Emílio, cairia bem o novo câmbio PSA seis marchas que colocaram no 208 hein?

    • Obrigado Flavio. Com certeza o Aircross ficaria melhor com esse câmbio de 6 marchas. Uma a mais sempre é bom... Um abraço

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