Chevrolet Montana dá conta do recado?

Chevrolet Montana Premier 1.2 turbo – 2023

Chegou a hora da nova Chevrolet Montana passar pelo nosso teste completo. Depois de alguns dias com ela, agora vou te contar como se comportou no dia a dia, os pontos positivos e os negativos. Tá curioso? Vamos nessa!

Projetada sobre a plataforma do Tracker, mas com uma maior distância entre-eixos, a nova Montada é para quem gosta do estilo de uma picape mas quer o conforto de um SUV. A versão que nos foi entregue, é a Premier 1.2 turbo, a topo de linha, e que deverá ser a mais vendida.

 Montana Premier 1.2 Turbo: R$ 142.590 (abril 2023)

Uma das coisas interessantes da nova Montana é que, com a oferta de quatro versões, consegue brigar em três segmentos ao mesmo tempo. Com o preço das versões de entrada, a Chevrolet encara as mais caras da Fiat Strada, oferecendo um veículo maior; com todas as versões, compete diretamente com a Renault Oroch, com preços e dimensões praticamente iguais; e com as topo de linha, apesar de um pouco menor, encara as de entrada da Fiat Toro, oferecendo um melhor acabamento e mais equipamentos. Uma sacada bem interessante da GM.

 

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Um dos destaques da nova Montana, do meu ponto de vista, é o design. Com uma frente que segue a tendência atual, com faróis mais baixos, lateral com volumes equilibrados e uma traseira com personalidade própria, além de frisos e rodas escurecidas aro 17” nesta versão Premier, ela me agrada. Principalmente com o Santo Antônio, que é opcional.

 Santo Antônio:  R$ 2.750 (Preço sugerido abril 2023)

Dentro, a semelhança com o Tracker é evidente e tem prós e contras. Para diferenciá-la, ganhou um novo painel que integra o mesmo quadro de instrumentos do Tracker, com o sistema multimídia de 8 polegadas, que não precisa de cabo para espelhar celular. E forma um conjunto agradável. Uma faixa central em material emborrachado dá um toque de requinte.

Só que os encaixes malfeitos depõem contra o conjunto. Além disso, superfícies macias ao toque só nos apoios de braço central e portas dianteiras. Pelo menos o revestimento dos bancos em couro sintético e o restante em plástico é de boa qualidade. Quanto ao espaço, é maior do que na Strada e menor do que na Toro. Atrás, dois adultos de até 1,75 vão razoavelmente bem. Três apertados.

No quesito mimos, tem o essencial. Faróis em LED; chave presencial; partida por botão; sensor crepuscular; ar-condicionado automático; carregador de celular por indução; câmera e sensor de estacionamento traseiros. Numa versão Premier faltam um sensor de chuva e um espelho retrovisor eletrocrômico.

Agora vamos à caçamba. Além do protetor de caçamba, que é de série em todas as versões, a Premier vem também com a capota marítima, que ganhou um sistema de canaletas que diminuiu em 90% a possibilidade de entrada de água na caçamba. Numa viagem que fizemos, pegamos chuva forte. Entrou um pouco de água, mas não chegou a molhar a bagagem. Durante uma lavagem, com jatos fortes, a entrada de água foi maior, mas também não chegou a molhar o que estava dentro da caçamba. A tampa tem amortecedor para abrir, o que é bom, mas é pesada ao fechar. Também veio com o sistema Multi-Board, um opcional que permite configurar a caçamba em vários formatos, de acordo com suas necessidades. 

Multi-Board: R$.2.990 (Preço sugerido abril 2023)

Mas a praticidade esbarrou na funcionalidade. É que a peça principal, além de ser difícil de tirar, é pesada e exige duas pessoas para ser movida e reposicionada. Além do que é um quebra-cabeça para escolher novas posições. Falando em caçamba, ela tem um volume maior que o da Oroch, igual ao da Strada e menor que o da Toro. Carrega o mesmo peso que a Strada, um pouco menos que a Oroch e menos que a Toro.

                               Oroch          Strada        Montana          Toro

Volume (l)             683                 844                   874                    937

Carga (kg)           650                 600                   600                    750

Como as pesquisas apontam que as pessoas carregam em média 150 quilos nas picapes, a capacidade de carga não deve ser um problema para a maioria.

E quando o assunto é segurança, é razoável. Além dos exigidos por lei, vem com seis airbags, controles de tração, estabilidade e auxiliar de partida em rampa e sensor de ponto cego. Tudo bem, muito útil nesse nosso trânsito caótico. Mas um sistema de alerta de colisão com frenagem autônoma, pela categoria da picape, seria desejável.

 

Veja também:

 

Agora chegou a hora de falar da mecânica. É equipada com o mesmo conjunto da Tracker. Ou seja, motor de 3 cilindros, 1,2 litro de cilindrada, turbo e que entrega 133 cavalos e 21,4kgfm de torque com etanol, acoplado a um câmbio automático de seis marchas, com possibilidade de trocas sequenciais apenas em um botão na alavanca de seleção.

Motor 1.2 turbo flex – 12V

                                            Gasolina               Etanol

Potência (cv)                        132                           133

Torque (kgfm)                     19,4                         21,4

Mas foram recalibrados para trabalharem de preferência em baixas rotações para privilegiar o torque. A princípio, os 133 cavalos com etanol parecem poucos comparados aos 170 da Oroch e aos 185 da Toro, ambas com motor 1.3 turbo, mas o menor peso da Montana resulta numa boa relação peso-potência beneficiando acelerações.

Peso:

Montana Premier:     1.310 kg

Oroch Outsider:         1.432 kg

Toro Freedom:          1.650 kg

Que são até melhores do que as da Toro, a mais potente, e bem próxima da Oroch. E mantem um bom desempenho mesmo carregada

 Desempenho (com gasolina):

                                          Oroch       Montana      Toro      Strada

0 a 100 km/h(s)                9,9                10,1               10,8          12,9

Vel. máx. (km/h)             187                 180                199            161

 E essa boa relação peso/potência, beneficia também o consumo. Claro que a Strada com motor 1.3 aspirado e câmbio CVT foi a mais econômica em nosso circuito de testes, metade cidade/metade estrada. Mas a Montana, comparada às outras duas, todas também no mesmo circuito, se saiu bem com médias de 8,2 km/l de etanol e 11,7 de gasolina.

Consumo médio km/l (nosso circuito cidade/estrada):

                             Strada       Montana       Toro       Oroch

Etanol                      9,1                  8,2                  7,3             7,2

Gasolina                12,9                 11,7                10,3           10,2

E como anda? Tá aí outra coisa que ela surpreende. É silenciosa, mesmo em pisos irregulares; com uma boa altura do solo, bons ângulos de entrada e saída, passa pelas lombadas e buracos de nosso dia a dia com tranquilidade e encara uma estrada de terra sem dificuldades.

 Altura livre do solo: 19,2 cm

Ângulo de entrada:   20,7º

Ângulo de saída:       25,0º

E, apesar da altura, se sai bem quando o assunto é estabilidade. Rodando, a sensação que se tem é mesmo de estar em um SUV. É confortável sem ser macia demais. Fruto da suspensão traseira com duplo batente que, quando vazia, faz com que tenha comportamento de um carro.

Com uma boa posição de dirigir,  direção elétrica precisa e freios eficientes, é também muito agradável de guiar. Além disso, suas dimensões não criam muitos problemas para estacionar, mesmo em garagens de prédios ou shoppings.

Comprimento: 4,717 m

Largura:  2,097 m (espelho a espelho)

Altura:  1,659m

Resumo da história. A Montana vai agradar aquele público que gosta de uma picape, mas também quer conforto. Não gasta muito, o que é importante atualmente, e tem uma relação custo/benefício razoável.

Agora, se a sua necessidade é transportar muito peso, o jeito é partir para uma picape com motor diesel.

 

Notas do Emilio:

Desempenho                8

Consumo                       8

Segurança                      8

Estabilidade                  8

Acabamento                  7

Espaço interno              7

Caçamba                        9

Custo-benefício            7

 

Preços, Ficha Técnica e Acessórios da Chevrolet Montana 2023

 

 

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