Chevrolet Bolt EV – Teste com o Emilio

Chevrolet Bolt EV – Teste com o Emilio

O Chevrolet Bolt EV apareceu no Salão do Automóvel em 2018. Começou a ser vendido em 2019 e chegou um segundo lote em 2020 e, agora, com o compromisso mundial da GM de se tornar neutra em carbono até 2040, a Chevrolet já está ampliando os pontos de venda do modelo aqui no Brasil. Já são quinze as cidades que estão vendendo o Bolt. Você pode ver quais são no link no final da matéria.

Mas, vamos ver qual é a dele? Já vou te adiantando, em alguns pontos me surpreendeu.

 

 

 

A Chevrolet o classifica como um Crossover. Para mim, está mais pra um hatch compacto bombado, mas o que importa é que o estilo agrada. A frente, claro, tem o DNA da marca na grade e é completada pelos faróis estreitos. Teto estilo flutuante, grandes lanternas traseiras e rodas de aro 17 compõe o conjunto que se sobressai na multidão.

 

Interior do Bolt EV

O interior também chama a atenção, principalmente pelo acabamento em branco de parte do painel, que contrasta com restante em cinza do interior. Bancos revestidos em couro, bem como apoios de braço dianteiros e console central em material macio ao toque, além da parte superior do painel emborrachada, amenizam um pouco o restante todo em plástico duro. Num carro que se diz Premier, não pega bem, não é? Pelo menos os materiais de boa qualidade e arremates bem feitos colaboram para um bom aspecto geral.

 

Equipamentos de Série

E quando o assunto são equipamentos de série, não é nenhuma maravilha e ainda traz alguns de pouca utilidade no Brasil. É o caso do aquecimento do volante e dos bancos dianteiros e traseiro. Mas, tem outro interessante: o espelho retrovisor interno que se torna uma câmera e amplia a visão atrás. No mais, câmera 360 graus de alta definição; sensores de estacionamento traseiros; ar-condicionado digital automático; quadro de instrumentos configurável; multimídia com tela de 10,2” com espelhamento de celular; duas saídas UBS na frente e mais duas atrás; carregador de telefone por indução; sensor crepuscular; freio de estacionamento elétrico; som Bose; luz ambiente azul; e abertura e fechamento das portas sem chave.

E deixa de ter detalhes importantes para um carro de seu preço. Não tem sensor de chuva, nem saídas de ar-condicionado para o banco traseiro; e os cintos de segurança não tem regulagem de altura.

 

Segurança

Pelo menos em segurança, se sai bem. Claro, cintos e apoios de cabeça pra todos e Isofix; controles de tração, estabilidade e auxiliar de partida em rampa, fazem parte. Mas contempla com 10 airbags: frontais, de joelho, laterais na frente e atrás e de cortina; alerta de colisão frontal e frenagem autônoma com identificação de pedestre; alerta de movimentação traseira em marcha-a-ré; assistente de permanência em faixa ativo; alerta de ponto cego e farol alto automático.

 

Espaço interno

Quando o assunto é espaço interno, repete a dose. Com assoalho plano, tanto na frente quanto atrás tem espaço suficiente para cinco adultos. Só quem vai aí meio tem o incomodo do ressalto no assento e encosto. O porta-malas conta com bons 478 litros de capacidade e assoalho em dois níveis. O interessante é que não tem estepe, mas um kit para vedar furos e encher o pneu.

 

Mecânica

E vamos à mecânica e desempenho. O Bolt EV é equipado com um motor elétrico que traciona as rodas dianteiras e que entrega bons 203 cavalos e 36,7 kgfm, alimentado por uma bateria de Lithium de 66 kWh e 360 Volts. É ligado a um câmbio com apenas uma marcha a frente, identificada com o D de drive, e outra a ré. Os engates são feitos por meio de um joy stick, e, como em um câmbio automático, as posições P, de Park, e N, de neutro.

E tem mais uma, a L, que é o maior barato. Nos carros elétricos, você sabe, ao tirar o pé do acelerador, o motor vira um gerador pra recarregar a bateria. Selecionando essa posição L, que quer dizer blablabla, no Bolt EV aumenta a regeneração de energia. O interessante é que a desaceleração passa a ser tão forte, que dá para dirigir o carro apenas acelerando e tirando o pé. E, com um pouco de experiência, praticamente passa-se a dirigir o carro sem usar o freio. É o chamado One Pedal, ou pedal único. Muito legal para usar na cidade, no para e anda do trânsito.

E tem outro macete, em uma aleta do lado esquerdo do volante: ao ser pressionada, aumenta ainda mais a regeneração de eletricidade do motor e a desaceleração do carro. Tanto em Drive, quando o Bolt anda mais solto, quanto em L.

 

Desempenho do Bolt EV

E o desempenho é muito bom. Andando no modo normal ele já anima, apesar do peso dele. Porém, se você quiser mais, tem a tecla sport que deixa o Bolt ainda mais arisco. É capaz de acelerar de 0 a 100 em 7,3 segundos e de ter retomadas surpreendentes. A máxima, porém, é limitada a 150 km/h para preservar a autonomia da bateria.

 

Consumo

Agora vamos ao consumo. Para ter uma ideia, fizemos no nosso circuito de teste padrão metade cidade/metade estrada, usando o modo L para regenerar mais a bateria. Partindo do princípio que ela estava zerada e, como o preço da energia varia de região pra região, para carregar os 66 kWh dela calculamos um valor médio de 45 reais. Terminado o percurso de 45,6 quilômetros, chegamos a um consumo médio de 0,145 kWh por quilômetro, num total de 6,6 kWh gastos, que custaram 4,50 reais. Ou seja, 9,8 centavos por quilômetro rodado. Um custo, pelo menos, 4 vezes menor que o de um carro compacto. E sem emitir um grama de poluentes na atmosfera!

E quer ver outro dado interessante? Desses 4 reais e 50 centavos, 86%, ou 3,87 reais, foram com o deslocamento do Bolt, e 14%, ou 0,72 centavos, com o ar-condicionado. Outro detalhe: com essa média de 0,145 kWh/quilometro, teríamos conseguido uma autonomia 455 quilômetros. Melhor do que os 416 que a Chevrolet divulga. E é bom lembrar que andando na cidade, no para e anda, com a regeneração do motor e também da energia dos freios recarregando constantemente a bateria, consegue-se uma maior autonomia. E, na estrada, o consumo é maior pois se está quase sempre acelerando sem regenerar a bateria com freadas ou desacelerações.

Dá pra controlar tudo no quadro de instrumentos ou em várias telas do multimídia. O bacana no Bolt é que para recarregar a bateria você pode usar o cabo que vem no carro em uma tomada comum na sua casa, desde que seja 220 V e aterrada. Ou ainda, comprar um wallbox na concessionaria, de 220 volts. Na tomada leva quase um dia inteiro pra recarregar a bateria. Com o aparelho cerca de 10 horas, ou em 1 hora uma autonomia de 40 quilômetros. E nos aparelhos de carga ultra-rápida com pino P2 padrão, 160 km em 30 minutos.

 

A Bateria

E por falar em bateria… Ela tem 8 anos de garantia e deve durar pelo menos uns 15. Mas a GM ainda não divulgou seu preço aqui no Brasil. É de se imaginar que hoje custaria 1/3 do valor do carro. Porém, com o aumento de produção dos carros elétricos e demanda, o preço deve baixar no futuro. Mas sempre é bom lembrar que será sempre o componente mais caro do automóvel. Ela pesa 429 quilos. Aliás, como ela está instalada no assoalho entre os eixos, faz com que o centro de gravidade do Bolt seja baixo e tenha uma boa distribuição de peso. O resultado é que surpreende nas curvas com um comportamento bem neutro. E a suspensão mantém o silêncio que se tem desde a partida, quando é preciso ver a palavra Ready no painel para saber que está ligado, e também andando. Mesmo em pisos irregulares. Tão silencioso, que até emite um som por fora, para alertar pedestres e ciclistas. Os freios a disco nas quatro rodas, param o Bolt com segurança e a direção elétrica é precisa.

 

Enfim, o Bolt EV surpreende em autonomia, desempenho, economia de uso e de manutenção, já que não precisa de trocar óleo, nem filtros, velas ou correias, por exemplo. E mostrou que pode ser usado no dia-a-dia e até para pequenas viagens ida e volta, tendo como base a recarga em casa, usando os eletroposto só em emergências. Ao entregar o carro tínhamos rodado 202,9 quilômetros e ainda sobravam 163 de autonomia. E olha que nos últimos quilômetros, durante as gravações, não nos preocupamos com o consumo.

Porém, isso tudo ainda é pouco para justificar seu preço atual. É preciso que ele e os elétricos em geral, com ou sem incentivos, se tornem mais acessíveis para valerem a pena para nós cidadãos comuns.

 

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Notas do Emilio

 

  • Desempenho:         9
  • Consumo:              10
  • Segurança:            10
  • Estabilidade:           9
  • Acabamento:          8
  • Espaço interno:      9
  • Porta-malas:           8
  • Custo/benefício:   6

 

 

Ficha Técnica do Bolt EV

 

Cidades onde o Bolt é vendido:

 

 


 

Foto e vídeo: Carros com Camanzi

 


 

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Emilio Camanzi

Emilio Camanzi

Emilio Camanzi  é um jornalista experiente e formador de opinião, com mais de 56 anos de trabalho dedicados a área automobilística. Seu trabalho sempre foi norteado pela busca da seriedade e credibilidade da informação. Constrói suas matérias de forma técnica, imparcial e independente, com uma linguagem de fácil compreensão. https://www.instagram.com/emiliocamanzi/ 🙋 PARCERIAS: comercial@carroscomcamanzi.com.br