Aplicativos de Rotas ainda erram feio

Aplicativos de Rotas ainda erram feio

Aplicativos de Rotas

As recentes enchentes em várias cidades brasileiras, provocadas por chuvas muito acima do normal e grandes erros de projeto da malha viária ou falta de manutenção das vias pluviais chamaram atenção para os graves problemas de mobilidade urbana do Brasil.

No caso específico de São Paulo, com a maior população e frota de veículos do País, que ficou literalmente paralisada por várias horas e em algumas regiões por mais de um dia, ocorreu outro episódio surpreendente. No dia de interrupção total das duas maiores vias expressas da cidade, quem procurasse o caminho para o aeroporto internacional de Guarulhos recebia um tempo de viagem surreal de 43 minutos informado pelos dois principais aplicativos de rotas alternativas, Waze e Google Maps. Esse é o tempo em feriados, domingos ou horários longe do pico.

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Desconcertante foi a resposta das duas empresas. Alegaram “apenas desenvolver ferramentas colaborativas que se baseiam nos alertas dos usuários para estabelecer quais pontos das rotas das pessoas estão afetados por incidentes”. Waze acrescentou ainda que troca informações com órgãos públicos. Rádios e TVs de livre acesso, porém, mostravam tudo ao vivo…

Em plena era de desenvolvimento da inteligência artificial, trata-se de algo classificável como desinteligência artificial. Não é crível algoritmos deixarem de detectar problemas, naquele dia e horário, quando milhares de veículos deveriam estar circulando pelas duas vias com inevitáveis longos e enervantes congestionamentos. Com a interrupção de trechos por horas isso teria de ser considerado de alguma forma e não indicar trânsito leve.

Embora os dois aplicativos de rotas sejam de uso gratuito, as rotas incluem várias inserções publicitárias que, em teoria, deveriam dar suporte mais do que suficiente para ao menos garantir um nível primário de inteligência artificial. Sempre é bom lembrar que São Paulo é a cidade com maior número registrado de usuários da plataforma Waze no mundo.

O caso lembra o truque que enganou o sistema do Google Maps em Berlim, capital alemã, no início deste mês. Com um carrinho de mão e 99 celulares ali armazenados, o artista Simon Wreckert circulou calmamente puxando sua “carruagem de fogo” e conseguiu esvaziar quase completamente uma via da cidade. A iniciativa foi irresponsável por provocar congestionamentos em outras ruas.

A brincadeira de mau gosto do alemão repercutiu aqui e fica claro que algo precisa ser feito para aperfeiçoar os programas de rotas alternativas. Os dois aplicativos citados prestam, sem dúvidas, relevantes serviços e já livraram milhões de usuários em todo o mundo de milhares de horas perdidas no trânsito. É recurso válido para melhorar a mobilidade urbana, reduzir poluição e gasto extra de combustível.

Também vale relembrar os esforços para evitar áreas mais perigosas em cidades sujeitas à violência. Waze, por exemplo, fez um bom trabalho, iniciado no Rio de Janeiro e depois estendido a outras capitais, ao mapear locais sensíveis e evitá-los ao indicar outros caminhos.

Nada, porém, justifica o erro flagrado em São Paulo e que poderia ter acontecido em qualquer outra cidade do Brasil ou do mundo.

 

ALTA RODA

 

ANTONIO FILOSA, presidente da FCA Latam, confirmou a estratégia de 25 lançamentos no Brasil até 2024 quando se concluirá o atual plano de investimentos. Desse total, seis chegaram ao mercado em 2019 e mais seis, virão este ano. Para 2020, indicou uma picape grande (Ram 1500), a picape leve Strada e a importação do Fiat 500 elétrico (em volume simbólico).

FALTAM contabilizar outros três modelos do grupo, que Filosa não abriu aos jornalistas em entrevista em São Paulo. A Coluna aposta nos recém-lançados na Europa modelos híbridos dos Jeep Renegade e Compass que também chegarão importados em pequenos volumes da Itália. O sexto produto é a picape Jeep Gladiator importada dos EUA.

VIRTUS GTS, sexto sedã VW, tem mesmo motor do Polo GTS: 150 cv e 25,5 kgfm. Eixo traseiro com calibração diferente em razão do maior peso e capacidade de carga. 0 a 100 km/h, 8,7 s; 210 km/h, máxima. Câmbio automático 6-marchas. Novo para-choque frontal, faróis full LED, grade, spoiler e saias laterais com friso vermelho, rodas 17 pol. e interior exclusivo. R$ 104.940.

EMBORA sem grandes mudanças, Honda Civic EXL continua um sedã particularmente íntegro e bem agradável de dirigir, em especial pela suspensão independente nas quatro rodas. Câmbio CVT simula sete marchas, mas não empolga. Seu freio elétrico de imobilização é exemplo de conforto no para-e-anda do trânsito. Destacam-se espaço para as pernas atrás e porta-malas (519 litros).

PROH PUDOR!, expressão em latim para Ó vergonha!. É o que se deduz sobre projeto, que passou na Comissão de Constituição e Justiça do Senado: proibir fabricação de motores a gasolina e diesel no Brasil, a partir de 2030.

RESSALVA: os dois motores elétricos assíncronos do Mercedes-Benz EQC 400 somam 408 cv.

 

 

 

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Fernando Calmon é engenheiro e jornalista especializado desde 1967.
Sua coluna automobilística semanal “Fernando Calmon” estreou em 1999. Publicada em UOL Carros e em uma rede de mais de 80 portais, sites, jornais e revistas pelo País. Diretor de redação da revista Top Carros. Correspondente para América do Sul do site Just-auto (Inglaterra). Em abril de 2015, apontado como o mais admirado jornalista automobilístico do País por 400 profissionais do setor. Consultor técnico de automóveis, de mercado automobilístico e de comunicação.

 


 

 

 


 

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Fernando Calmon

Fernando Calmon

Coluna Fernando Calmon aborda temas de variado interesse na área automobilística: comportamento, mercado, avaliações de veículos, segredos, técnica, segurança, legislação, tecnologia e economia. A coluna semanal é reproduzida em mais de 80 sites, portais, jornais e revistas brasileiros. Começou em 1º de maio de 1999.