Anfavea cobra fim da isenção de elétricos para conter marcas chinesas

Presidente da Anfavea declarou como perigosa a presença de marcas chinesas na região. Para conter GWM e BYD, entidade cobra fim da isenção de carros elétricos

Nos últimos meses as marcas chinesas BYD e GWM abalaram o mercado nacional ao oferecer carros elétricos e híbridos com preço mais em conta. De uma hora para outra, modelos das marcas tradicionais perderam muito em custo/benefício. Incomodadas com isso, agora as fabricantes, representadas pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), cobram do governo o fim da isenção de impostos para carros elétricos. A medida deve ser anunciada ainda em setembro de 2023.

Esse tema foi tratado em coletiva da Anfavea para balanço da produção no Brasil em agosto de 2023. A presença crescente de produtos asiáticos foi declarada como “perigosa” não só no Brasil, como em outros s mercados sul-americanos.

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A principal preocupação da Anfavea é a perda de participação dos produtos brasileiros nos mercados da América Latina. O Brasil já foi o maior exportador para os países vizinhos até 2021, quando a China assumiu a liderança, com uma presença de 21,2% em comparação com os 19,4% do Brasil.

“Pode ser de forma gradual, ou por cotas, mas é preciso haver uma regra que incentive e dê previsibilidade à produção local de veículos elétricos”, diz Leite, destacando que podemos ter em breve a mesma situação dos países vizinhos, com mais de 20% de importações chinesas sem a contrapartida da geração local de empregos.

A causa dessa preocupação está relacionada às mudanças iminentes nas regras de emissões de poluentes por veículos novos no Brasil, bem como ao fim previsto da tarifa zero do imposto de importação sobre modelos elétricos nos próximos três anos. O presidente da Anfavea, Márcio de Lima Leite, revelou que o governo federal planeja publicar essas medidas neste mês.

Enquanto isso, modelos da BYD e GWM seguem com boa aceitação. O BYD Dolphin, que custa R$ 149.800 já teve mais de 3.000 pedidos. Já o Haval H6, que teve só em agosto 1.452 unidades emplacadas é o modelo híbrido mais vendido no mercado, superando o Corolla Cross, fabricado no Brasil.

Produção estável

A produção de veículos no mês de agosto quase igualou o recorde do ano, atingido em maio, com a fabricação de 227 mil unidades, representando um aumento de 24% em relação a julho. No acumulado do ano, o setor produziu 1,542 milhão de autoveículos, registrando uma ligeira queda de 0,4% em comparação com os primeiros oito meses de 2022.

Entretanto, os emplacamentos tiveram um recuo, o que já era esperado devido ao fim dos descontos oferecidos pelo governo federal para modelos com valor de até R$ 120 mil. Em agosto, foram licenciadas 207,7 mil unidades, uma queda de 7,9% em relação a julho, que havia registrado o recorde do ano.

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As exportações, embora tenham tido um leve aumento de 13,8% em agosto, baseando-se em uma base baixa do mês anterior, totalizaram 34,5 mil unidades exportadas no mês e 292,1 mil no acumulado do ano, o que representa uma queda de 12,8% em relação ao mesmo período de 2022.

Márcio de Lima Leite enfatizou a necessidade de aumentar a competitividade para exportar e recuperar o terreno perdido nos principais destinos de exportação. Além disso, ele mencionou a importância de estabelecer regras para incentivar a produção local de veículos elétricos, a fim de evitar que a região siga o mesmo caminho dos países vizinhos, com importações chinesas superando a geração de empregos locais.

Excluindo os modelos subsidiados, foram vendidas 160 mil unidades sem bônus em julho, número que subiu para 205 mil em agosto, indicando uma recuperação tímida do mercado. As vendas acumuladas no ano estão em 1,432 milhão de unidades, um aumento de 9,4% em relação ao ano anterior.

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Ver comentários (1)

  • Primeiro as fabricantes nacionais dizem que vão fabricar somente híbridos, pois o brasileiro não quer carros elétricos. Quando alguns fabricantes estrangeiros mostram que isso é mentira, e que a indústria nacional quer seguir com soluções intermediárias, essas empresas "brasileiras" querem taxar as outras!! É um absurdo uma coisa dessas!! As empresas nacionais deveriam oferecer produtos mais competitivos e de melhor qualidade, não querer boquear a entrada de outras empresas.

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