Alfa 155 Silverstone e asa da discordia
Depois de a Alfa Romeo ter faturado o Superturismo italiano em 1992 e o poderoso DTM alemão em 1993, a 155 também deixou sua marca no Campeonato Britânico de Carros de Turismo (BTCC), de 1994.
A Alfa entrou no campeonato com a versão de corridas da 155 TS Silverstone, que tinha como principal atributo o body kit, com para-choque exclusivo, saias laterais e um aerofólio traseiro ajustável. Era um sistema que permitia elevar o reduzir a altura da asa, assim como ajustar o ângulo de inclinação. Na versão de rua, a peça era mais um cosmético, já que seu motor 1.8 de 129 cv não demandava drásticas intervenções aerodinâmicas.
Mas na pista, o ajuste do aerofólio foi a carta na manga da italiana, que venceu cinco corridas consecutivas e gerou uma grande treta gigantesca na competição. Como a equipe poderia modificar o ângulo e altura da asa, de acordo com o traçado, ela era capaz de aumentar ou diminuir o arrasto. Assim poderia ficar mais rápido em pistas com retas longas e mais grudado em pistas travadas.
Ele também contava com estrutura mais leve que a de seus rivais. Apesar de utilizar a carroceria do carro de produção. O carro foi preparado em Torino. Teve todos os excessos de pesos aliviados e uso de materiais leves nos reforços estruturais. Tudo isso fazia dele um carro muito rígido e leve ao mesmo tempo.
Segredos da Alfa 155
O motor utilizado também era bem diferente do carro de rua. Ele utilizava uma unidade 2.0 recebeu cabeçote de competição e outros ajustes entregavam quase 290 cv, que combinado com o baixo peso e a solução aerodinâmica, fizeram da 155 um veneno no BTCC.
Não demorou para que as demais equipes reclamassem do artifício do carro e o regulamento foi alterado, obrigando cada participante a definir a posição do ângulo dos apêndices aerodinâmicos e mantê-los inalterados. Ou seja, basicamente era para travar o aerofólio.
Mas já era tarde e as Alfas 155 Silverstone de Gabriele Tarquini e Giampiero Simoni eram imbatíveis. Tarquini levou o título e Simoni terminou na quinta colocação. Em 1995, a Alfa não conseguiu repetir o feito e encerrou a temporada na oitava posição.
E assim, o patinho feio da Alfa Romeo se tornou o cisne milanês com títulos em três dos principais campeonatos europeus.